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As bombas semióticas de Chico Xavier na década de 1970



O que são a mitificação e a mistificação religiosas. Francisco Cândido Xavier é a única pessoa que se evita ser abordada pela luz da verdade dos fatos, nem sempre agradáveis a todos. Sua trajetória tem que ser sempre regulada pelo âmbito da fantasia e do pensamento desejoso e os piores erros do "médium" devem ser relativizados, ainda que por teorias sem pé nem cabeça, porém favoráveis ao seu mito e confortáveis a seus seguidores.

Chico Xavier é um paiol de bombas semióticas, difícil de ser desmontado. É como esses explosivos perigosos aos quais se precisa desmontar em poucos minutos e, ainda assim, com muita dificuldade. A engenharia publicitária que se foi feita para desenvolver seu mito, nos mais diversos âmbitos da atividade humana, da beatitude religiosa ao suposto cientificismo, foi muito habilidosa, como nas mais traiçoeiras armadilhas difíceis de serem percebidas a olho nu.

O mito de Chico Xavier, tal como conhecemos, não caiu do céu e nem foi fruto do "trabalho da iluminada pessoa que esteve entre nós". Foi fruto de campanhas publicitárias habilidosas, primeiramente lançadas pelo mentor terreno do "médium", o antigo presidente da Federação "Espírita" Brasileira, Antônio Wantuil de Freitas, e depois aperfeiçoadas pelo método de "fabricar santos" do jornalista inglês Malcolm Muggeridge.

A mitificação, tal como hoje conhecemos, se deu no auge da ditadura militar. Era preciso uma cortina de fumaça na forma de um suposto filantropo e pretenso pacifista, espécie de "água com açúcar" para fazer as pessoas aceitarem a ditadura militar e os retrocessos sociais, políticos e econômicos por ela realizados.

O "milagre brasileiro" estava se revelando um fiasco. As prisões e mortes nos porões da repressão poderiam causar aflição nas multidões. Um líder sindical com o apelido engraçado de Lula estava em ascensão vertiginosa, preocupando a sociedade "isenta" que via nele uma "ameaça comunista em potencial". As pessoas já estavam discutindo, nos bares, os problemas da ditadura. As convulsões sociais estavam explodindo. Isso tudo nos anos 1970.

Era preciso alguma estratégia. Não se podia recorrer à Igreja Católica. Ela estava agindo em proteção aos perseguidos da ditadura, escondendo opositores ao regime ditatorial em suas próprias igrejas e capelas. Padres eram acusados de "atividades comunistas" e, em parte, assassinados. Aquele Catolicismo medieval que tanto agradava a direita estava desaparecendo.

Era necessário algo que seja velho com aparência de novo. Ou, talvez, nem tão novo assim (vide o vestuário cafona de Chico Xavier). E foi aí que um sujeito, que era apenas conhecido como um "pitoresco paranormal" e tratado como atração de circo e fenômeno sobrenatural, passou a ser visto como um "símbolo maior de dedicação ao próximo e promoção da paz entre os povos".

Antes dessas atribuições, a "caridade" de Chico Xavier era praticamente um fenômeno local, tendo apenas pálida repercussão nacional. É mentira que Chico Xavier tornou-se "símbolo da paz entre os povos" já nos anos 1930 ou 1940, essa narrativa veio dos anos 1970 para cá, enquanto sua atividade assistencialista (nos moldes que Luciano Huck faz hoje, com as devidas diferenças) foi um artifício arranjado por Wantuil de Freitas para blindá-lo de "certas acusações".

A ideia de Wantuil foi usar a "caridade" para abafar qualquer crítica ou acusação, depois que Chico Xavier, por pouco, não foi para a cadeia em 1944, beneficiado pela seletividade da Justiça, que inclui o prestígio religioso entre os privilégios que garantem a impunidade criminal.

Até mesmo o livro Como Conquistar Amigos e Influenciar Pessoas (How to Win Friends and Influence People), de Dale Carnegie, usado (sem ser intenção original do autor, lembremos) como "bíblia" para todo picareta que quer se tornar unanimidade entre as pessoas e até para vigaristas de direita serem queridos e adorados pelas esquerdas brasileiras, Wantuil apresentou a Chico Xavier, que deve ter lido toda a obra para dominar ainda mais as pessoas.

Claro que houve aquele "bombardeio de amor" que seduziu Humberto de Campos Filho, que de um cético firme e sério quanto ao uso do nome do seu pai nas "psicografias", virou um patético e abobalhado seguidor do "médium", que, de maneira constrangedora, chorou feito criança na doutrinária que o assediou, em 1957, e, décadas mais tarde, diante do seu ídolo, doente, se ajoelhou de maneira submissa.

No entanto, o "grosso" do marketing que transformou Chico Xavier numa "fada-madrinha para gente grande" se deu nos anos 1970, quando, se aposentando e, depois, morrendo Wantuil, era preciso sustentar o mito do "bondoso médium", uma mitificação antes mais tímida e que enfatizava mais o lado sensacionalista da atividade "psicográfica".

DA ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA AO GLOBO REPÓRTER

Entendemos que não foi estratégia alguma o apoio de Chico Xavier à ditadura militar. Dizer isso sugere que ele tenha enganado os generais, o que não é verdade. Chico Xavier teve, confirmadamente, raízes sociais e formação humana extremamente conservadores, e especialistas sempre afirmaram que as áreas interioranas de Minas Gerais, como a rural Pedro Leopoldo (espécie de Seropédica da Grande Belo Horizonte), seguia a lógica social medieval dessas regiões.

O jornalista Antônio de Paiva Moura, num texto sobre o feminicídio, nascido no final dos anos 1930, época de ascensão de Chico Xavier, mencionava as tradições medievais que prevaleciam no interior de Minas Gerais, padrão do qual a cidade de Pedro Leopoldo seguia, apesar de estar numa região metropolitana:

"Eu que nasci em 1939 em uma pequena cidade do interior de Minas Gerais, testemunhei a prevalência do ideal medieval entre parentes e conterrâneos. Os homens mais ricos da região, fazendeiros e comerciantes, que não tivessem um relacionamento sexual fora do casamento eram malvistos, isto é, como metidos a santos ou frouxos. Meu pai e meus três tios estavam entre os que deixavam transparecer a fama de adúlteros, mas, por outro lado, eram muito explícitos na prática religiosa e na contribuição financeira com a paróquia. As mulheres tinham conhecimento da infidelidade de seus maridos, mas tinham que sustentar caladas, humilhadas e submissas. Eram frequentes os casos de histeria ou crises de depressão, em face da submissão, sentimento de solidão e de estafantes trabalhos domésticos".

Neste caso específico, nota-se que o ultraconservadorismo do interior mineiro ainda prevalecia em 1939 e no decorrer dos anos 1940, e imagina então como era duas décadas antes! Ou alguém acharia que Chico Xavier era o suprassumo de modernidade e vanguardismo futuristas? Tenham dó!

Essas raízes sociais e sua formação católica-ortodoxa - Chico Xavier era tão ortodoxo quanto os católicos que o excomunharam, mas isso foi feito porque ele era visto como "estranho", através de uma desonesta "paranormalidade" - revelam que o "médium" sempre foi ultraconservador, para desespero dos seguidores que hoje tentam relativizar isso com os malabarismos desesperados do pensamento desejoso.

O "CONSOLADOR" QUE A DITADURA MILITAR NECESSITAVA PARA SER SALVA

Não existe argumentação lógica que sustente que Chico Xavier apoiou a ditadura "por estratégia", seja para salvar a própria pele, seja para obter vantagens para a "difusão da doutrina espírita". Essa alegação é meramente emocional, se baseia numa imagem mitológica e fantasiosa e é facilmente desmontável por argumentos fundamentados na memória histórica de nosso país.

Afinal, o biênio 1971-1972, que inclui desde as declarações reacionárias de Chico Xavier no programa Pinga Fogo da TV Tupi até a homenagem dada pela Escola Superior de Guerra, era marcado pelo radicalismo repressivo.

Quantas vezes são necessárias para dizer, argumentar e provar que a Escola Superior de Guerra, que na sua obsessão anti-comunista, patrocinava palestras sobre tortura, usando os próprios presos políticos como cobaias, nunca iria homenagear quem não prestasse a mínima colaboração para a manutenção do regime militar? Se Chico Xavier foi homenageado, ele colaborou com a ditadura militar, sim, queiram ou não queiram seus seguidores. Não há como brigar com a História.

Chico Xavier foi o "consolador" que a ditadura militar necessitava para ser salva, e não por acaso seu mito começou a ser aperfeiçoado e ampliado na época do AI-5. Antecipando o anti-lulismo, Chico Xavier foi lançado para evitar a ascensão de Lula, um "subversivo" que chegou a ser preso em 1980, criando um contraponto de um "ativista" que não incomodasse os ricos e poderosos, antes pedindo aos sofredores que aguentem suas desgraças e perdoem os algozes, tiranos e abusadores em geral.

E isso envolveu várias bombas semióticas, que servem para manter um telecatch entre Religião e Tirania, como se as religiões não tivessem a ânsia da destruição para depois encenarem o espetáculo da "caridade" e da "ajuda ao próximo". O holocausto é o combustível das religiões, por oferecer a "matéria prima" de mortos, feridos e prejudicados em geral para a sua encenação "filantrópica", diante da realidade sutil de que se fabrica a tragédia para se forjar a salvação.

ASSISTENCIALISMO E "CARTAS MEDIÚNICAS"

Lembremos que as atividades assistencialistas de Chico Xavier, mais superficiais e marqueteiras do que se imagina (comparemos com as ações de Luciano Huck, admirador confesso do "médium", feitas hoje - lembremos também do sentido semiótico dele ter escolhido Pedro Leopoldo para uma edição do Caldeirão do Huck, quando nem os mineiros conhecem direito essa cidade) - , foram intensificadas no período ditatorial.

Não foi coincidência. Era necessário um "pacificador" nos moldes conservadores, para anestesiar a sociedade brasileira e criar frentes de idolatria religiosa que eram propagadas desde a imprensa sensacionalista e policialesca (que adorava veicular matérias sobre "mediunidade") até o colunismo social, com "palestrantes espíritas" posando ao lado de membros da alta sociedade.

Lembremos, também, que o "espiritismo" brasileiro se afina com a imprensa marrom (hoje representada por nomes como José Luiz Datena e Sikêra Júnior) pela espetacularização da morte, que no caso "espírita" tem como gancho uma visão terraplanista do "mundo espiritual", um suposto paraíso, feito ao arrepio da Ciência Espírita, que se deu o nome de "Nosso Lar", concebido conforme as paixões materialistas da nossa sociedade elitista.

A "outra vida", aliás, é um "depósito de lixo" para criaturas "indesejáveis", desde mulheres que recusam-se a permanecer casadas com machistas até agricultores que desafiam o poder coronelista local. O "mundo espiritual", na concepção fantasiosa de Chico Xavier, virava uma bomba semiótica na qual se reservava um "bom lugar" para aqueles que eram assassinados, não só como presos políticos da ditadura, mas também vítimas das convulsões sociais.

Essa é a lógica das "cartas mediúnicas", que viraram "fenômeno de mídia" na época, quando a Rede Globo reproduzia os apelos publicitários que Malcolm Muggeridge usou para promover Madre Teresa de Calcutá e foram usados no Brasil para promover Chico Xavier.

Era uma maneira de dizer que "morrer cedo é maravilhoso". "Vejam, novos anjos no Céu!". E aí vem o suposto espirito, pouco importando a caligrafia pessoal de Chico Xavier - há uma confusão dos "espíritas" que não decide se "os espíritos escrevem pela mão do médium" ou "eles apenas ditam para o médium escrever" - , dizendo que "no além-túmulo é uma maravilha". Há lindas florestas, grandes prédios, gatinhos e cachorrinhos fofos, aulas de hidroginástica e até suco da Açaí com Nutella no "mundo espiritual"!

A ideia dessa bomba semiótica é forçar a aceitação das mortes prematuras como "naturais" e até "desejáveis", sob a desculpa de uma "vida melhor". É a personificação do "outro lugar", complementando o apelo do termo "Brasil, Ame-o ou Deixe-o" da ditadura militar, criando a ideia de que "aqui no Brasil, a barra é pesada e as normas são duras; quer algo melhor, que fuja daqui".

E aí vem mais um apelo semiótico: se, quando os cidadãos comuns morrem cedo, como os entes queridos de famílias semi-anônimas, "eles estão numa vida melhor", imagine então os presos políticos da ditadura militar, que "ganharam o exílio eterno, senão nos braços de Deus, mas sob as bênçãos do Nosso Senhor Jesus Cristo".

O oculto moralismo "espírita" que, em verdade, é retrógrado e severamente cruel, sempre é desaforável aos oprimidos, que, além de forçados a conformarem-se com a própria desgraça, ainda são atribuídos como "pagadores de dívidas passadas", além do fato de que, quando morrem, ainda são cinicamente chamados de "felizardos", mesmo sem poder cumprir a missão na Terra, supostamente "deixada para depois" (leia-se a próxima encarnação). Ou talvez nunca mais.

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