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Mostrando postagens de dezembro, 2016

Brasileiros têm dificuldade para se despedir de Doca Street

Nosso país é ultraconservador e dotado de estranhos "heróis", que incluem ídolos religiosos, políticos do tempo da ditadura militar, tecnocratas e até machistas de perfil bem moralista, os quais temos medo de perder, como se fossem nossos tios queridos. Todos morrem, mas os feminicidas são os únicos que "não podem morrer". Eles que mais descuidam da saúde, sofrem pressões morais violentas por todos os lados, fragilizam suas almas alternando raivas explosivas e depressões abatedoras, e nós temos que acreditar que eles são feito ciborgues aos quais nem uma doença incurável consegue abatê-los. Há 40 anos exatos, um caso de machismo violento aconteceu em Armação de Búzios. O empresário Raul Fernando do Amaral Street, o Doca Street, então com 42 anos, assassinou, com dois tiros, a socialite Ângela Diniz, a "pantera de Minas Gerais", que chegou a fazer uma sessão de moda para a revista A Cigarra, nos anos 60. O motivo alegado era o da "legítima def

Mídia ainda continua depreciando a imagem da mulher solteira

A grande mídia sempre tratou a mulher solteira como uma "vagabunda". Os programas de entretenimento, sobretudo "popular", sempre se esforçaram, embora com muita sutileza, para tratar a imagem da mulher solteira como aquela que "só vive na curtição" e que "não tem compromisso para coisa alguma". É uma espécie de "feminismo" negociado com o machismo. A mulher, segundo os padrões difundidos de forma quase imperceptível, mas bastante decisivas, pelo poder da grande mídia comercial, tem duas opções. Uma é que, se a mulher quiser se destacar pela personalidade, pelo intelecto, pelas opiniões próprias e por um estilo de vida variado, sem a hipersexualização do seu corpo e, quando muito, apenas com uma sensualidade inserida dentro do contexto, ela é aconselhada a se casar com um homem, geralmente um empresário, profissional liberal ou alguém com poder de liderança ou influência. Outra é que, se a mulher se ocupar apenas com a rotina de

Você se deslumbra demais com o alto status social. E paga por isso

Você que se irritava só de ver Dilma Rousseff na televisão ou nas primeiras páginas dos jornais e na Internet, que apoiou as passeatas "contra tudo que está aí", com gente vestindo camiseta da CBF e masturbando com a bandeira do Brasil, deve parar para pensar. Agora que temos um governo desastroso, com a PEC do Teto que limita o orçamento para a Educação, Saúde e outros setores públicos, prejudicando a população, e as reformas como a trabalhista, que fará o trabalhador ter mais carga horária e menos salários, e previdenciária, que transformará a aposentadoria numa ilusão, já que nem todo mundo vive até os 65 anos e ainda tem o tempo de contribuição de 49 anos, a coisa é muito grave para ficar sorrindo feito bobo por aí. Os brasileiros estão pagando muito caro pelo deslumbramento do alto status social e pelo endeusamento daqueles que possuem privilégios de âmbito jurídico, empresarial, acadêmico, lúdico etc. Estão levando gato por lebre, por confiar naqueles que têm dip

Por que as elites devem temer as convulsões sociais?

A situação está delicada no Brasil e boa parte da sociedade, depois de sofrer a histeria anti-PT, agora parece pular sobre as nuvens do paraíso, mesmo diante de um desastrado governo de Michel Temer e uma desordem institucional desenfreada. Temos desde o risco de perdermos as riquezas naturais para os estrangeiros - o nosso petróleo será um patrimônio estrangeiro, através da venda gradual do espólio da Petrobras - até mesmo a venda dos satélites de segurança estratégica do Brasil, que deveriam se subordinar à soberania brasileira usando apenas tecnologia nacional e concessões restritas à empresas brasileiras - , dentro de um cenário em que o Judiciário e o Ministério Público atuam de acordo com as conveniências. O assustador não é somente a ameaça que está em curso, principalmente quando a possibilidade do presidente Michel Temer ser tirado do poder, em 2017, só permitirá sua sucessão através de uma eleição indireta, no qual os parlamentares do Congresso Nacional, majoritariamen

A pediatra e a responsabilidade dela e do "espiritismo" brasileiro

Estranha moral em que vivemos, nesses tempos de retomada ultraconservadora, quando uma parcela da sociedade despreza as mudanças do tempo e força o Brasil a andar para trás e para baixo, dando nesse desastrado governo republicano que agora temos. Numa sociedade machista, as pessoas têm medo só de imaginar que feminicidas também podem morrer um dia. De repente, homens que tiraram a vida de suas próprias mulheres viraram "entes queridos", machistas que sofrem pressões emocionais, descuidam da saúde etc e ainda cometem crimes e as pessoas se arrepiam só de ver que eles podem adoecer e falecer um dia. E nisso num país em que pessoas bem mais importantes e valiosas morrem mais cedo! Num país marcado pela pós-verdade, se dois homens fumam demais, maltratam o coração com algum dano à saúde etc, com o mesmo organismo vulnerável e frágil, se um deles é ator de teatro e outro um rico e poderoso qualquer que assassinou a ex-mulher e se livrou da cadeia, muitos ignoram as lógicas

Como ensinar a morte aos feminicidas?

Morre todo tipo de pessoa na humanidade. Isso é fato, temos um prazo limitado de vida. Mas, na sociedade dotada de surtos surreais em que vivemos, existe um tipo de pessoa que "não pode morrer", e cuja informação de sua tragédia pessoal soa, para muitos, ofensiva. É a do feminicida, sobretudo conjugal. Aquele feminicida que mata uma mulher, na maioria das vezes a própria companheira, e alegando desculpas como a "defesa da honra" ou a falácia de que a vítima "gritou com ele", se livra da cadeia. Numa sociedade moralista e retrógrada em que vivemos, esses homens, que simbolizam um machismo retrógrado, sanguinário e burro, são tidos estranhamente como pessoas que "não podem morrer", ou, quando morrem, isso nunca deve ser informado. A ideia é sempre passar uma ideia de linearidade da vida, o que é um contrassenso, porque os feminicidas são as pessoas mais vulneráveis que existem na Terra e, no contexto do Brasil, eles são praticamente um grupo

As elites que se preparem para a "convulsão social"

Se você é rico, pode começar a mudar sua rotina. Mude o horário de suas festas noturnas para mais cedo, evitando o fim de noite e a madrugada. Acerte com o porteiro do prédio uma rápida abertura da garagem de seu condomínio e não faça manobras hesitantes, tipo marcha-a-ré ou curvas, sob pena de não ser rendido por um ladrão em tocaia. A "convulsão social" é uma realidade e as elites têm que tomar muito cuidado. Como o projeto de desmonte de direitos sociais está sendo bastante radical, as classes populares, entregues à desgraça, começarão a reagir com violência. Nos últimos dias, dois indícios disso já ocorreram. Um invasor foi detido tentando entrar na casa do presidente Michel Temer, em São Paulo. Depois da aprovação da PEC dos Gastos Públicos, ontem, manifestantes atacaram a sede da FIESP, patrocinadora dos protestos anti-Dilma que abriram caminho para o atual governo. As elites têm que tomar cuidado até com dinheiro. Terão que abrir mão de seus bens, escolher ent

A perigosa blindagem que beneficia os "espíritas"

PINTURA DE JOSÉ MEDRADO ATRIBUÍDA A CÂNDIDO PORTINARI MOSTRA IRREGULARIDADES. O PORTINARI ORIGINAL APARECE NO QUADRO À ESQUERDA, NO ALTO, E, IMEDIATAMENTE ABAIXO, A ASSINATURA FEITA EM 1941. Bom viver no Brasil, a República das Bananas. Dependendo do prestígio social, você pode fazer das suas que ninguém mexe. A Justiça não move um dedo e, se mover, você pode investir um pouco de vitimismo aqui, triunfalismo acolá e tudo fica na mesma coisa. As pessoas na verdade não tem concentração para pensar no que elas fizeram na vida, e vão ter para conversar com os mortos? A quase totalidade da "mediunidade" que se pratica no Brasil é uma grande fraude, até porque, de repente, o Brasil possui uma quantidade de "médiuns" grande demais para uma atividade que muitos consideram excepcional e peculiar. Sabemos que é chocante identificar fraudes de supostos médiuns, vários deles gozados de altíssimo prestígio. As pessoas, apegadas em convicções infantis, preferem aceitar a

A perigosa ascensão do fascismo no Brasil

Enquanto na Colômbia houve uma homenagem durante o horário que seria o jogo entre o Atlético Nacional, daquele país, e o brasileiro Chapecoense - jogo cancelado pelas vidas ceifadas no acidente do time catarinense - , repetida também no estácio Arena Condá, do referido time, em Chapecó, reacionários se preocupam com a punição que haverá contra abuso de juízes e procuradores. O Brasil é surreal e está cada vez mais confuso desde que a chamada plutocracia retomou o poder e busca recuperar seus privilégios abusivos. Anteontem houve uma repressão policial contra manifestantes que protestavam contra a PEC dos Gastos Públicos. Ironicamente, ocorria um "modesto" coquetel promovido pela Câmara dos Deputados. Esses protestos eram muito mais justos do que o panelaço que perturbou a vizinhança ontem à noite. Isso porque os protestos contra a PEC dos Gastos Públicos, ou PEC do Teto, de números 241, até ser aprovado na Câmara, e 55, até ser aprovado no Senado, são contra uma medida