A grande mídia sempre tratou a mulher solteira como uma "vagabunda". Os programas de entretenimento, sobretudo "popular", sempre se esforçaram, embora com muita sutileza, para tratar a imagem da mulher solteira como aquela que "só vive na curtição" e que "não tem compromisso para coisa alguma".
É uma espécie de "feminismo" negociado com o machismo. A mulher, segundo os padrões difundidos de forma quase imperceptível, mas bastante decisivas, pelo poder da grande mídia comercial, tem duas opções.
Uma é que, se a mulher quiser se destacar pela personalidade, pelo intelecto, pelas opiniões próprias e por um estilo de vida variado, sem a hipersexualização do seu corpo e, quando muito, apenas com uma sensualidade inserida dentro do contexto, ela é aconselhada a se casar com um homem, geralmente um empresário, profissional liberal ou alguém com poder de liderança ou influência.
Outra é que, se a mulher se ocupar apenas com a rotina de festas, ginástica, praia, noitadas e muitas, muitas poses "sensuais", aproveitando o que a indústria do entretenimento define como "as boas coisas da vida", ainda que às custas de gafe e muitas baixarias, ela está dispensada de arrumar um homem, podendo ficar "encalhada" à vontade.
A mulher pode ser siliconada, ser tatuada, posar semi-nua o tempo todo, como se isso fosse "atitude", e ainda usar um apoio tendencioso aos movimentos LGBT para disfarçar ainda mais o "machismo", não bastando o suposto "feminismo" que, na verdade, demonstra ser misandria (aversão ao sexo masculino).
Há muito tempo o Brasil vive retrocessos. Os retrocessos sócio-culturais ocorreram antes dos políticos, com um lobby de intelectuais culturais que usavam o termo "popular" para fazer apologia a todo tipo de degradação, sob a desculpa da "afirmação e empoderamento das periferias".
Quanto à mulher, isso se tornava bastante cruel. A favelada queria um emprego digno, mas o establishment da intelectualidade cultural queria que ela fosse prostituta pelo resto da vida. Criava-se um falso ativismo, supostamente "feminista", das prostitutas, algo feito para garantir o recreio de antropólogos, sociólogos e micro-empresários divorciados.
Criava-se uma massa de prostitutas resignadas com sua situação sob o pretexto do "empoderamento" e da "autoafirmação feminina", para favorecer o turismo sexual e garantir aos machistas uma considerável quantidade de prostitutas para eles poderem realizar seu "recreio", vários desses homens longe das "patroas".
Fora da prostituição, o que se vê é a hipersexualização nas páginas de famosos. Ver que mulheres aceitam sua imagem de "brinquedo sexual", apenas "sensualizando" usando uma falsa justificativa de "liberdade do corpo" (estranhamente, não se fala em liberdade de mente), fazendo a festa do mercado machista para depois ficarem posando de "feministas" no maior cinismo.
Existe uma média, para cada dez famosas que se tornam solteiras, apenas três ou quatro escapam do mundo hipersexualizado das siliconadas e a obsessão doentia pela curtição noturna. É uma situação muito grave, porque mostra o quanto se chegou o machismo no Brasil.
A mulher tem que negociar com o machismo para ter sua emancipação sob condições. Ou ela segue o machismo por conta própria ou pagará o preço da emancipação real como esposa de um homem "de sucesso". Isso cria distorções muito sérias nas vidas conjugais em ambos os lados.
Há rumores de funkeiras e sub-celebridades que escondem relações conjugais estáveis, nas quais se força um aparente divórcio para elas venderem a imagem de "solteiras convictas" porque a solteirice é uma condição rentável, sendo um potencial atrativo para o aumento de fãs. "Solteira vende mais", segundo o mercado em que o sexo faz o dinheiro acumular mais facilmente.
Por outro lado, mulheres casadas com empresários vivem vidas de solteiras, são quase sempre vistas sozinhas e, quando aparecem com seus maridos, não convencem com a falsa cumplicidade familiar e não disfarçam o distanciamento conjugal quando aparecem juntos em eventos chiques. Vivem solidão a dois, as mulheres são solteiras apenas patrocinadas por seus maridos com o qual geraram filhos.
Há várias denúncias desse nível na Internet e o mercado de fofocas apenas mostra parte disso. Funkeira "solteira" que inventa uma gripe para ver o marido isolado em alguma cidade do Nordeste do Brasil. Apresentadora "muito bem casada" fazendo longas viagens sozinha porque o marido está "ocupado demais" com sua empresa.
É coisa de louco, mesmo. E temos um dos piores mercados midiáticos brasileiros, que praticamente entrega o Brasil a uma situação catastrófica, porque os executivos de TV manipulam os valores sociais ao seu bel prazer, como se quisessem avacalhar com a sociedade. O pior é que a sociedade que adere a essa mídia predadora fica feliz com essa avalanche que destrói valores sociais um a um no nosso país.
É claro que muitos não percebem o quanto a solteira é avacalhada pela mídia. Isso porque, na vida comum, há uma aparente liberdade da mulher estar solteira ou não. Mas diante da força dos padrões sociais dominantes, a imagem da solteira é cruelmente depreciada, criando um contraste com a solteira do Primeiro Mundo, que valoriza a inteligência, a decência e não ostenta seu corpo como "carne de rua" em liquidação. Convém combater esse problema.
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