RONALD REAGAN, QUE FINANCIAVA O GENOCÍDIO NA AMÉRICA CENTRAL E ORIENTE MÉDIO, ERA VISTO COMO "DEFENSOR DA PAZ" PELA "ILUMINADA" MADRE TERESA DE CALCUTÁ.
Um factoide atribuído a um caso brasileiro foi forjado para não só tentar abafar as denúncias escandalosas que envolveram a Madre Teresa de Calcutá como também liberar o caminho para sua "santificação", que a Igreja Católica define como canonização, a promoção artificial (feita por homens da Terra) de certos indivíduos já falecidos a uma presumida "pureza" e "perfeição espiritual".
Consta-se que um engenheiro então com 35 anos, mais tarde identificado como Marcílio Haddad Andrino, que morava em Santos, havia acabado de se casar com a mulher - com a qual vive hoje com dois filhos no Rio de Janeiro - e vivia uma lua-de-mel em Gramado, conhecida cidade gaúcha.
De repente ele teria se sentido mal. Foi atendido num hospital de Gramado e, constatado como "portador de hidrocefalia", com supostas "oito infecções graves" no cérebro, foi levado às pressas para um hospital de Santos.
Aí ele teria entrado em coma e foi marcada uma cirurgia de emergência e alto risco. Seu estado era tido como "irreversível" e "terminal". No dia seguinte, porém, o paciente se levantou naturalmente, estava lúcido, tomou o café sozinho e se dizia "curado".
A "razão" para isso foi que a esposa, devota religiosa, viajou de Santos para São Vicente para visitar uma paróquia e falar com um padre, que lhe deu uma medalha de Madre Teresa de Calcutá e recomendou a mulher a orar pela freira. Ela depois voltou para Santos, foi para o hospital e pediu para que deixassem a medalha sob o travesseiro do marido enfermo.
Os médicos definiram o caso como "inexplicável" sob a lógica científica. Atribuíram o feito a um "milagre". 15 testemunhas colaboraram para um documento de 400 páginas enviado para o Vaticano, que garantiu a canonização de Madre Teresa, já marcada para setembro de 2016.
ESTRANHEZAS
O "admirável" caso chama a atenção pelos seus aspectos bastante estranhos. A "cura" levou sete anos para ser divulgada, muito suspeita para uma "brilhante notícia" da qual as pessoas naturalmente se apressariam em divulgar, tamanho o entusiasmo de seus envolvidos.
Também chama a atenção o fato de que o paciente estava internado num hospital católico, o Hospital São Lucas, o que traz um teor tendencioso do "milagre", porque Madre Teresa é considerada uma das maiores estrelas do imaginário católico mundial, bastante apreciada entre os católicos brasileiros, mas também adotada pelo "movimento espírita".
Será que o diagnóstico foi forjado? Ficamos perguntando se Marcílio teria tido apenas uma dor-de-cabeça grave, ou um refluxo, um enjoo ou uma intoxicação alimentar, e foi internado longo tempo e dormido muito e, no dia seguinte, apenas acordou e recuperou a disposição como um outro qualquer.
Mas constatar isso é "cruel demais", diante da "agonia" do pobre coitado, Não podemos questionar a visão oficial, que, por mais surreal que seja, tem que ser aceita como "verdade absoluta". Para todo efeito, o sujeito sofreu uma infecção cerebral gravíssima, esteve perto de morrer e Madre Teresa de Calcutá salvou sua vida e, por isso, ela deve ser santa para a alegria de seus fiéis.
Seria tudo maravilhoso não fossem os aspectos sombrios que foram denunciados por Christopher Hitchens, independente deste ter sido ateu ou não. Ele poderia até ter sido um católico. Alceu Amoroso Lima, conhecido escritor católico, denunciou as fraudes de Francisco Cândido Xavier com a mesma consistência com que Hitchens denunciou as irregularidades da trajetória de Madre Teresa.
Hitchens escreveu um livro, A Intocável Madre Teresa de Calcutá (The Missionary Position: Mother Teresa in Theory and Practice), em 1995, e, dois anos depois, o curto documentário Anjo do Inferno (Hell's Angel).
Os dois, livro e filme, sobretudo pelo título deste último, enfureceram a Igreja Católica e até a Madre Teresa, ainda viva, reagiu de maneira ríspida a eles (ela morreria pouco depois do lançamento do documentário). Só mais recentemente universitários canadenses confirmaram as denúncias de Hitchens (Engole esta, Universidade Federal de Juiz de Fora!).
Madre Teresa de Calcutá é acusada de não dar a devida assistência a pobres e doentes em suas "casas de caridade" em Calcutá, Índia. Eles eram deixados em leitos juntos, expostos uns aos outros sob alto risco de contágios. Eram mal alimentados e os únicos remédios a eles dados eram paracetamol e aspirina. Eram mantidos sem higiene e seringas infectadas eram reutilizadas, sendo elas lavadas somente com água de torneira (que não é esse primor de limpeza, como sabemos).
Não era por falta de dinheiro. Madre Teresa sempre fazia excursões para arrecadar dinheiro e obtinha recursos capazes de transformar suas casas de enfermos e moribundos em excelentes hospitais superequipados, limpíssimos e com farta alimentação para os enfraquecidos. Ela não os fez.
Pelo contrário, o que se viu foi Madre Teresa falar que é "preciso sofrer o que há de pior para chegar perto de Deus". Era uma má interpretação do martírio de Jesus de Nazaré, que forma o ideal da Teologia do Sofrimento, desumana corrente do Catolicismo que foi adotada, com muito entusiasmo, por Chico Xavier.
Várias vezes Chico Xavier também pregava o sofrimento como "caminho para Deus". Ele falava para "sofrermos amando e em silêncio" e não botar nossos infortúnios "na pauta dos outros". Tínhamos que sofrer calados e pensar que vamos, com isso, acelerar nosso caminho para o "paraíso", a "vida eterna" ou a "vida futura". Visão do mais puro e cruel sadismo.
Pior: enquanto Madre Teresa defendia que os sofredores tinham que permanecer sofredores para garantir o "espetáculo da caridade", ela se aliava a ditadores e políticos sanguinários e a magnatas corruptos (um deles criou sua fortuna roubando dinheiro de doações "para a caridade") e tudo o que a "bondosa freira" arrecadava era desviado para os cofres dos poderosos chefões do Vaticano.
Daí não ser difícil ver que factoides são criados para "santificar" uma freira que tanto representou lucros financeiros para a Santa Sé. Tentou-se atribuir ao "milagre de Madre Teresa" um outro caso, de uma indiana que sofria câncer no ovário, só que ela se curou não por causa da medalhinha com o retrato da freira, mas com o correto uso de medicamentos indicados pelos médicos.
Tudo isso é feito para abafar as denuncias de Christopher Hitchens e forçar a "santificação" de Madre Teresa de Calcutá, que permitirá a propaganda do Vaticano no mundo inteiro, e, além disso, a canonização entra no contexto da competitividade religiosa em que vivemos.
No mundo, a canonização tenta frear a ascensão do Islamismo no Ocidente, que acontece sobretudo com a migração, de países muçulmanos sob ditaduras ou guerras, como a Síria e a Argélia, de multidões de refugiados. A Itália recebe milhares deles e, por isso, o Vaticano precisa de um pretexto para recuperar o poder da Igreja Católica na Europa e nas Américas.
No Brasil, a "façanha" do "milagre de Madre Teresa", uma pegadinha viável dentro dos quintais da Igreja Católica (como o hospital católico de Santos), tem como objetivo frear a ascensão do neopentecostalismo, simbolizado pelo crescimento da Rede Record, da Igreja Universal do Reino de Deus, favorecido pela grande audiência da novela bíblica Os Dez Mandamentos.
Isso é o que está em jogo. E as elites que querem se fazer de "boazinhas" através dos estereótipos de Chico Xavier, Madre Teresa, Divaldo Franco e outros ídolos da fé deslumbrada, se enfurecem diante do menor questionamento.
Eles se enfurecem até quando passamos a defender os pobres e enfermos que não recebiam os devidos cuidados de Madre Teresa, como vemos nessa declaração da blogueira "A Catequista" que mostra um desprezo pelos pobres digno do personagem cômico Justo Veríssimo:
"Hitchens acusava a Madre de não ajudar os pobres a sair de seu estado de pobreza. De fato, Madre Teresa não fundou uma ONG, ela não fazia trabalho social; ela fazia CARIDADE, ela amava cada pobre como um filho saído de seu ventre. A mesma acusação que se fez a ela, poderia-se fazer a São Francisco de Assis: quem aí ouviu dizer que o santo levou algum pobre a ascender socialmente? E, no entanto… ele era a maior riqueza dos pobres, em seu tempo".
Que caridade é essa que "não é trabalho social"? Que instituição não pode ser uma ONG? A blogueira católica não sabe que o que Madre Teresa organizou, em tese, era uma ONG, mas uma má ONG, que não assistia os pobres direito. Além disso, a blogueira mostrou seu desprezo aos pobres quando deixou vazar sua ideia de que os pobres "não precisavam de ascensão social".
É assim que as elites pensam dos pobres, do sofrimento. Elas querem que os pobres e sofredores se mantenham assim nessas condições humilhantes, para que o teatrinho da "caridade" continue a ser feito. Criem-se vítimas, faça-se o holocausto, façam-se os desgraçados e deserdados da sorte, para que se fabriquem os "bonzinhos de ocasião" que garantam o sono tranquilo das elites preconceituosas que podem, enfim, se passar por "piedosos" e esconder suas neuroses debaixo do tapete.
Um factoide atribuído a um caso brasileiro foi forjado para não só tentar abafar as denúncias escandalosas que envolveram a Madre Teresa de Calcutá como também liberar o caminho para sua "santificação", que a Igreja Católica define como canonização, a promoção artificial (feita por homens da Terra) de certos indivíduos já falecidos a uma presumida "pureza" e "perfeição espiritual".
Consta-se que um engenheiro então com 35 anos, mais tarde identificado como Marcílio Haddad Andrino, que morava em Santos, havia acabado de se casar com a mulher - com a qual vive hoje com dois filhos no Rio de Janeiro - e vivia uma lua-de-mel em Gramado, conhecida cidade gaúcha.
De repente ele teria se sentido mal. Foi atendido num hospital de Gramado e, constatado como "portador de hidrocefalia", com supostas "oito infecções graves" no cérebro, foi levado às pressas para um hospital de Santos.
Aí ele teria entrado em coma e foi marcada uma cirurgia de emergência e alto risco. Seu estado era tido como "irreversível" e "terminal". No dia seguinte, porém, o paciente se levantou naturalmente, estava lúcido, tomou o café sozinho e se dizia "curado".
A "razão" para isso foi que a esposa, devota religiosa, viajou de Santos para São Vicente para visitar uma paróquia e falar com um padre, que lhe deu uma medalha de Madre Teresa de Calcutá e recomendou a mulher a orar pela freira. Ela depois voltou para Santos, foi para o hospital e pediu para que deixassem a medalha sob o travesseiro do marido enfermo.
Os médicos definiram o caso como "inexplicável" sob a lógica científica. Atribuíram o feito a um "milagre". 15 testemunhas colaboraram para um documento de 400 páginas enviado para o Vaticano, que garantiu a canonização de Madre Teresa, já marcada para setembro de 2016.
ESTRANHEZAS
O "admirável" caso chama a atenção pelos seus aspectos bastante estranhos. A "cura" levou sete anos para ser divulgada, muito suspeita para uma "brilhante notícia" da qual as pessoas naturalmente se apressariam em divulgar, tamanho o entusiasmo de seus envolvidos.
Também chama a atenção o fato de que o paciente estava internado num hospital católico, o Hospital São Lucas, o que traz um teor tendencioso do "milagre", porque Madre Teresa é considerada uma das maiores estrelas do imaginário católico mundial, bastante apreciada entre os católicos brasileiros, mas também adotada pelo "movimento espírita".
Será que o diagnóstico foi forjado? Ficamos perguntando se Marcílio teria tido apenas uma dor-de-cabeça grave, ou um refluxo, um enjoo ou uma intoxicação alimentar, e foi internado longo tempo e dormido muito e, no dia seguinte, apenas acordou e recuperou a disposição como um outro qualquer.
Mas constatar isso é "cruel demais", diante da "agonia" do pobre coitado, Não podemos questionar a visão oficial, que, por mais surreal que seja, tem que ser aceita como "verdade absoluta". Para todo efeito, o sujeito sofreu uma infecção cerebral gravíssima, esteve perto de morrer e Madre Teresa de Calcutá salvou sua vida e, por isso, ela deve ser santa para a alegria de seus fiéis.
Seria tudo maravilhoso não fossem os aspectos sombrios que foram denunciados por Christopher Hitchens, independente deste ter sido ateu ou não. Ele poderia até ter sido um católico. Alceu Amoroso Lima, conhecido escritor católico, denunciou as fraudes de Francisco Cândido Xavier com a mesma consistência com que Hitchens denunciou as irregularidades da trajetória de Madre Teresa.
Hitchens escreveu um livro, A Intocável Madre Teresa de Calcutá (The Missionary Position: Mother Teresa in Theory and Practice), em 1995, e, dois anos depois, o curto documentário Anjo do Inferno (Hell's Angel).
Os dois, livro e filme, sobretudo pelo título deste último, enfureceram a Igreja Católica e até a Madre Teresa, ainda viva, reagiu de maneira ríspida a eles (ela morreria pouco depois do lançamento do documentário). Só mais recentemente universitários canadenses confirmaram as denúncias de Hitchens (Engole esta, Universidade Federal de Juiz de Fora!).
Madre Teresa de Calcutá é acusada de não dar a devida assistência a pobres e doentes em suas "casas de caridade" em Calcutá, Índia. Eles eram deixados em leitos juntos, expostos uns aos outros sob alto risco de contágios. Eram mal alimentados e os únicos remédios a eles dados eram paracetamol e aspirina. Eram mantidos sem higiene e seringas infectadas eram reutilizadas, sendo elas lavadas somente com água de torneira (que não é esse primor de limpeza, como sabemos).
Não era por falta de dinheiro. Madre Teresa sempre fazia excursões para arrecadar dinheiro e obtinha recursos capazes de transformar suas casas de enfermos e moribundos em excelentes hospitais superequipados, limpíssimos e com farta alimentação para os enfraquecidos. Ela não os fez.
Pelo contrário, o que se viu foi Madre Teresa falar que é "preciso sofrer o que há de pior para chegar perto de Deus". Era uma má interpretação do martírio de Jesus de Nazaré, que forma o ideal da Teologia do Sofrimento, desumana corrente do Catolicismo que foi adotada, com muito entusiasmo, por Chico Xavier.
Várias vezes Chico Xavier também pregava o sofrimento como "caminho para Deus". Ele falava para "sofrermos amando e em silêncio" e não botar nossos infortúnios "na pauta dos outros". Tínhamos que sofrer calados e pensar que vamos, com isso, acelerar nosso caminho para o "paraíso", a "vida eterna" ou a "vida futura". Visão do mais puro e cruel sadismo.
Pior: enquanto Madre Teresa defendia que os sofredores tinham que permanecer sofredores para garantir o "espetáculo da caridade", ela se aliava a ditadores e políticos sanguinários e a magnatas corruptos (um deles criou sua fortuna roubando dinheiro de doações "para a caridade") e tudo o que a "bondosa freira" arrecadava era desviado para os cofres dos poderosos chefões do Vaticano.
Daí não ser difícil ver que factoides são criados para "santificar" uma freira que tanto representou lucros financeiros para a Santa Sé. Tentou-se atribuir ao "milagre de Madre Teresa" um outro caso, de uma indiana que sofria câncer no ovário, só que ela se curou não por causa da medalhinha com o retrato da freira, mas com o correto uso de medicamentos indicados pelos médicos.
Tudo isso é feito para abafar as denuncias de Christopher Hitchens e forçar a "santificação" de Madre Teresa de Calcutá, que permitirá a propaganda do Vaticano no mundo inteiro, e, além disso, a canonização entra no contexto da competitividade religiosa em que vivemos.
No mundo, a canonização tenta frear a ascensão do Islamismo no Ocidente, que acontece sobretudo com a migração, de países muçulmanos sob ditaduras ou guerras, como a Síria e a Argélia, de multidões de refugiados. A Itália recebe milhares deles e, por isso, o Vaticano precisa de um pretexto para recuperar o poder da Igreja Católica na Europa e nas Américas.
No Brasil, a "façanha" do "milagre de Madre Teresa", uma pegadinha viável dentro dos quintais da Igreja Católica (como o hospital católico de Santos), tem como objetivo frear a ascensão do neopentecostalismo, simbolizado pelo crescimento da Rede Record, da Igreja Universal do Reino de Deus, favorecido pela grande audiência da novela bíblica Os Dez Mandamentos.
Isso é o que está em jogo. E as elites que querem se fazer de "boazinhas" através dos estereótipos de Chico Xavier, Madre Teresa, Divaldo Franco e outros ídolos da fé deslumbrada, se enfurecem diante do menor questionamento.
Eles se enfurecem até quando passamos a defender os pobres e enfermos que não recebiam os devidos cuidados de Madre Teresa, como vemos nessa declaração da blogueira "A Catequista" que mostra um desprezo pelos pobres digno do personagem cômico Justo Veríssimo:
"Hitchens acusava a Madre de não ajudar os pobres a sair de seu estado de pobreza. De fato, Madre Teresa não fundou uma ONG, ela não fazia trabalho social; ela fazia CARIDADE, ela amava cada pobre como um filho saído de seu ventre. A mesma acusação que se fez a ela, poderia-se fazer a São Francisco de Assis: quem aí ouviu dizer que o santo levou algum pobre a ascender socialmente? E, no entanto… ele era a maior riqueza dos pobres, em seu tempo".
Que caridade é essa que "não é trabalho social"? Que instituição não pode ser uma ONG? A blogueira católica não sabe que o que Madre Teresa organizou, em tese, era uma ONG, mas uma má ONG, que não assistia os pobres direito. Além disso, a blogueira mostrou seu desprezo aos pobres quando deixou vazar sua ideia de que os pobres "não precisavam de ascensão social".
É assim que as elites pensam dos pobres, do sofrimento. Elas querem que os pobres e sofredores se mantenham assim nessas condições humilhantes, para que o teatrinho da "caridade" continue a ser feito. Criem-se vítimas, faça-se o holocausto, façam-se os desgraçados e deserdados da sorte, para que se fabriquem os "bonzinhos de ocasião" que garantam o sono tranquilo das elites preconceituosas que podem, enfim, se passar por "piedosos" e esconder suas neuroses debaixo do tapete.
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