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Notaram que o Brasil regrediu demais?

BANDEIRA DO BRASIL PERDENDO AS CORES E O BRILHO.

Notaram que o Brasil regrediu demais nas últimas cinco décadas? E perceberam que isso é muito mais grave do que se imagina? E sabem que isso pode afetar diretamente suas vidas e pode comprometer seu futuro?

Antes das pessoas começarem a rir, fingir que isso é uma informação óbvia e retornarem para "coisas importantes" como contar piadas sem graça para os amigos, tomar chope, ir ao Maracanã - meca do fanatismo futebolístico, no Brasil - , ir ao WhatsApp para ver aquela nova imagem do cavalo que levou um susto ao ver um coelho, sem falar da "boa leitura" dos livros para colorir.

Fingir concordar com alguma coisa é fácil. As pessoas curtem uma postagem, dizem OK e fica nisso. Depois voltam para as suas bobagens ou se isolam nas mídias sociais para suas zonas de conforto culturais, conformados com os retrocessos que se acumulam feito bola de neve.

E por que o Brasil caiu tanto, a ponto do sonho de Francisco Cândido Xavier de 1969 de que o Brasil seria o país mais poderoso do mundo não ser apenas ridículo e impraticável - condição, ou melhor, falta de condição notável naquela época, em que a ditadura "botava pra quebrar" - como a essas alturas simplesmente impossível.

A própria ignorância de que cientistas e intelectuais discutiam a hipótese de existência em Marte no século XIX e a conformação de todos de que Chico Xavier "previu" vida no Planeta Vermelho em 1935, com direito aos "comovidos agradecimentos a Deus pela certeza de tornarmos seres humanos melhores", mostra o grau patético a que se chegaram os brasileiros.

Lá fora, a coisa é mais séria. Reconhece-se nomes como Giovanni Schiaparelli, da Itália, e Percival Lowell, dos EUA, como cientistas que analisaram a possibilidade de haver vida em Marte, Isso no século XIX, muito antes do "médium" nascer. Mas aqui fica a "unânime" visão de que Chico Xavier "previu" a existência de vida em Marte.

No Brasil, vale o que os umbigos de uma minoria de narcisistas diz, decide ou quer que a gente acredite. Em outros tempos, o Brasil tinha realmente valores. Como Alberto Santos Dumont, o grande engenheiro e pioneiro da aviação.

Só que não dá para atribuir a mesma vantagem no Brasil X EUA que fez Santos Dumont derrotar os irmãos Wilbur e Orville Wright - que só são "pais da aviação" para os estadunidenses - quando se confronta Chico Xavier com Percival Lowell na descoberta de vida em Marte. A comparação é risível.

Temos que admitir que, no caso da aviação, os irmãos Wright se esforçaram para testar veículos voadores, só não ousaram tanto e nem divulgaram amplamente seus feitos e métodos. Já dizer que Chico Xavier anunciava que Marte tinha canais de água, vida humana e cidades futuristas antes de todo mundo é completamente ridículo pela forma como foi feito.

Os relatos atribuídos ao espírito da mãe do "médium", Maria João de Deus, e um falso Humberto de Campos que escrevia como padre, são de um subjetivismo que mais parece imaginação de criança. Suposições, relatos meramente imaginários, descrições de imaginação fértil, sem embasamento científico, sem comprovação lógica, tudo assim gratuitamente aceito como "verdade absoluta".

De repente não é mais a lógica que vale. O que vale oficialmente no Brasil é porque Chico Xavier disse, e o status quo de quem diz bobagens vale mais do que a lógica e o argumento dos fatos, E isso ocorre não somente no âmbito da religião, mas em todos os aspectos.

Se dizem que uma bobagem chamada BRT - um trenzinho sobre rodas que dizem ser a última palavra de ônibus no mundo - faz sucesso nos países de Primeiro Mundo, temos que acreditar nessa lorota porque uma minoria de engenheiros e políticos assim o quer.

Se intérpretes de "funk carioca" surgidos do nada vão fazer turnê em biroscas e puteiros das piores cidades da Itália, Bélgica e Espanha, ou de locais ainda menos expressivos na Alemanha e Reino Unido, e inventam que fizeram uma "turnê bem sucedida na Europa", temos que acreditar porque a mídia diz e porque os antropólogos e jornalistas culturais assinam embaixo.

Somos o país que comemora o Dia Mundial do Rock que nenhum outro país do mundo inteiro comemora. Acolhemos ídolos musicais decadentes como se fossem artistas do outro mundo e louvamos subcelebridades como se fossem deuses vindos no Olimpo.

Aqui as mulheres-objeto podem ser consideradas "feministas", intelectuais locais pautam o futuro do folclore brasileiro pela exploração caricatural do povo pobre nas rádios e TVs, e achamos que apenas uma injeção de dinheiro para eventos de entretenimento trará cidadania, cultura e arte melhores para os brasileiros. Se dinheiro não traz felicidade...

As pessoas regrediram tanto que o Brasil corre o risco de perder o que tem de valioso. Nosso rico patrimônio cultural virou coisa de museu ou objeto de culto das elites paternalistas. O que era a vigorosa MPB hoje se resume a um festival de tributos revivalistas. O rock, que já teve uma Fluminense FM, reduziu-se a um McDonalds sonoro na abobalhada Rádio Cidade. E por aí vai.

Como achar que um país desses irá comandar a vanguarda do planeta? Isso é impossível. Também apelar para o desejo subliminar de ver o "velho mundo" ser destruído por atentados a bomba, terremotos, tufões e erupções vulcânicas não é a solução. Pelo contrário, irá agravar ainda mais o atraso.

Se o "velho mundo" acabar, por exemplo, ficará difícil provar que Percival Lowell estudou melhor a possibilidade de haver vida em Marte e trouxe ideias mais consistentes e objetivas do que o choroso Chico Xavier de relatos tão piegas e tolos.

O "fim do velho mundo" da tal "profecia da Data-Limite" só representará uma queima-de-arquivo coletiva e uma nova etapa para o medievalismo que já tentou eliminar o legado da Grécia Antiga, e agora quer eliminar a experiência de europeus e similares para abrir caminho para o neo-medievalismo do anti-médium de Minas Gerais. Aí os retrocessos irão mais longe.

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