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Brasil, Curral do Mundo, Pátria do Latifúndio


Há uma onda de medo nas mídias sociais. Só que esse medo é muito mal direcionado. As pessoas andam se afastando das pessoas erradas, preferindo boicotar aqueles que demonstram ser uma grande enciclopédia de problemas a serem combatidos, resolvidos ou rejeitados.

É um quadro surreal num Brasil que quer derrubar a presidenta Dilma Rousseff mas pouco está aí para o macartismo de chanchada do deputado Eduardo Cunha ou para o fascismo pós-tropicalista de Eduardo Paes e sua turma no Rio de Janeiro.

Um Brasil que acha normal pessoas chamarem Dilma de nazi-fascista e Lula de gângster, mas se afastam quando alguém diz que o Rio sofre um retrocesso vertiginoso. O afastamento de pessoas aparente amigas a gente que "reclama demais" mostra o caráter de medo, conformismo e subserviência de pessoas presas no Titanic de suas "zonas de conforto".

Daí que o que se observa no inconsciente coletivo das pessoas é o medo do ativismo. Evitam dar ouvidos a quem contesta mais de três irregularidades do cotidiano e vão para o Facebook boicotar seus memes teclando "não quero ver isso", enquanto educadamente mandam mensagens dizendo que ele é "pessimista", "arredio" e "mal-humorado".

Eles não olham ao seu redor. Há uma grande diferente entre aqueles que "reclamam demais" do "estabelecido" e os Revoltados On Line. Estes, sim, são os que reclamam demais das coisas. O pavor das pessoas é direcionado para o alvo errado, para as pequenas Cassandras que anunciam retrocessos escondidos em supostas novidades.

Até quem defende a intervenção militar no Brasil é socialmente mais tolerado. As pessoas educadamente vão para essa pessoa e dizem "Não é bem assim que o país vai sair da crise, meu amigo, veja a História e verá que estou certo", e depois continuam se divertindo juntos nos bares e boates da vida.

Idosas falando que Dilma Rousseff é nazista em um banco movimentado, pessoas perguntando nas ruas por que Dilma, José Genoíno e José Dirceu não foram mortos pelo DOI-CODI e muita gente achando natural e, fora o "não quero ver isso" do Facebook, os amigos continuam chamando tais pessoas para jantar em casa, participar de excursões e frequentar juntos as noitadas.

Mas se alguém disser que a gíria "balada" é invenção dos fascistas da Jovem Pan FM, que a Rádio Cidade, do Rio de Janeiro, é uma espécie de "Eduardo Cunha" das rádios rock, que o modelo de transporte coletivo implantado na (ex-)Cidade Maravilhosa remete à lógica da ditadura militar, pode ficar seguro de que perderá seguidores nas mídias sociais ou ser boicotados por amigos no dia a dia.

E se é ofensivo definir como direitistas intelectuais que defendem a degradação cultural das classes populares, como o astro da imprensa paulista, Pedro Alexandre Sanches - espécie de Rodrigo Constantino mais caetânico - ou dizer que Jaime Lerner, mesmo com evidências históricas, é "filhote da ditadura", porque ninguém se incomoda quando outros dizem que Lula é "mafioso"?

CONFORMISMO TIRÂNICO

É claro que se pode lidar com as crises usando o bom humor, mas isso não significa que possamos ceder submissos aos retrocessos. Para quem acha normal outros xingarem o PT de "partido nazista", não há mérito algum quando julgam "insuportável" aquele que questiona o "estabelecido" pelo poder da mídia, do mercado e do poder político-tecnocrático.

Isso porque as pessoas que evitam dar ouvidos aos que "reclamam demais" e não correspondem à indignação aceitável (?!) dos Revoltados On Line também fazem das suas. Nas mídias sociais, se ocupam demais com vídeos e memes engraçados sobre coisa nenhuma, ou sobre as mesmas vídeocassetadas de sempre.

Mas isso é pouco. Hoje a moda é a "leitura" de livros para colorir, que praticamente não têm texto. o que diz muito sobre o medo de encontrar algum questionamento na vida. Depois que os Black Blocs se infiltraram nos movimentos sociais de 2013, que surgiram com uma rara diversidade social e ideológica, a sociedade passou a sentir medo de questionamentos aprofundados.

O conformismo ficou tirânico. Só se permite reclamar de, no máximo, três problemas cotidianos, e mesmo assim nos espaços privativos das mídias sociais e dos fóruns digitais. Se a pessoa levar esse questionamento para a mobilização social, começa a ser discriminada e abandonada por amigos, isso quando não aparece o exército de trolls  para esculhambar o coitado do contestador a pregar no deserto das mobilizações sociais.

Virou uma ditadura do conformismo, da complacência. A pessoa tem que ter sua cota de conformismo e mostrar que cedeu um pouco a cada retrocesso sócio-cultural. e que não se importa se, por exemplo, os 60 anos da Bossa Nova forem comemorados com um evento reunindo Chitãozinho & Xororó, Mr. Catra, Valesca Popozuda, Psirico, Anitta, Belo, Alexandre Pires e Wesley Safadão.

O ideal é fingir que o Rio de Janeiro continua vivendo os Anos Dourados e achar que sua tragédia cotidiana é "caso isolado" e apenas um "reflexo normal" da pós-modernidade urbana. Não é preciso saber por que, nos bares da vida, há tanta gente gracejando com ironia sobre os tiroteios que acontecem nos subúrbios cariocas.

Fingimos que o autoritarismo do PMDB carioca é consequência de seus "critérios técnicos" e confundimos arbitrariedade com precisão cirúrgica. Fingimos que a imbecilização sócio-cultural do "funk carioca" é efeito da "descontração e irreverência" do ritmo. De repente, passamos a acreditar numa "negritude de chanchada" em que até as louras siliconadas são "negras" e "bem brasileiras".

Até quem tem cultura e sabe das coisas está preferindo se refugiar nos poucos espaços que restam e trabalhar um mundo fantasioso onde combinam uma nostalgia de tempos melhores e o culto a um passado que já não é presente. Roqueiros e emepebistas, no Rio de Janeiro, de repente se contentaram em seus pequenos exílios em espaços fechados onde podem falar para si mesmos, enquanto seus valores são deturpados pela grande mídia e pela sociedade a céu aberto.

O Rio de Janeiro, preso num paradigma de urbanismo e cosmopolitismo que não existe mais, dificilmente consegue despertar nas pessoas sua atual condição de província que deixa nordestinos de queixo caído. Nem a Bahia de Antônio Carlos Magalhães chegou a tanto.

Poluída, barulhenta, desigual, injusta, congestionada, ditatorial, a cidade do Rio de Janeiro já mostra, há pelo menos 25 anos, aspectos de grande província: o coronelismo político do PMDB carioca, os latifúndios rurais e suburbanos dos banqueiros do jogo-do-bicho, a pistolagem de traficantes, milicianos e capangas de bicheiros, o terrorismo matuto dos trolls de Internet, a baixa visão do mundo da mídia do entretenimento e por aí vai.

Por isso é que o Rio de Janeiro, o Brasil levado às últimas consequências, reflete um quadro de decadência assustador. O Estado do Rio de Janeiro e sua famosa capital ainda são vistos como "modelos a serem seguidos" pela sociedade, o que causará problemas para nortistas e nordestinos que começam a buscar soluções próprias para seu provincianismo histórico.

E é através do Rio de Janeiro que o Brasil corre o risco de se degradar. Afinal, uma amostra do provincianismo carioca é o fato de trogloditas como Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro terem sido espetacularmente eleitos. Eles refletem o confuso sistema de valores carioca que periga prevalecer em todo o país, tornando distante o já improcedente futuro do Brasil como nação-líder do mundo.

Afinal, se continuarmos considerando o Rio de Janeiro, hoje em situação decadente, como "modelo a ser seguido" pelo país, o futuro do Brasil será ainda mais sombrio, fazendo o país se tornar um Curral do Mundo e uma Pátria do Latifúndio.

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