MAIS UM FALSO HERÓI PARA A GALERIA DE NOSSA HISTÓRIA FALSIFICADA.
Um deputado do Centrão, Franco Cartafina, do PP de Uberaba, Minas Gerais, pediu e conseguiu. Ele propôs que o suposto "médium" Francisco Cândido Xavier no livro de "heróis do Brasil", alimentando ainda mais a idolatria cega a esse farsante religioso e cometendo um péssimo serviço de glorificar um dos homens que mais deturparam o legado trabalhoso da Doutrina Espírita, cujas bases originais estarão para sempre arruinadas em nosso Brasil.
O PP, que se diz Partido Progressista mas é um dos partidos-chave do baixo-clero da direita brasileira, é um dos partidos do Centrão que flertam com o bolsonarismo, e Franco Cartafina é ligado ao agronegócio e ao coronelismo de Uberaba - ao qual Chico Xavier, como bom ultraconservador, havia servido durante muito tempo - , uma das cidades consideradas redutos do bolsonarismo em Minas Gerais.
Isso tanto é verdade que, recentemente, havia recebido Eduardo Bolsonaro e deputados solidários ao movimento Direita Minas, que em Uberaba é liderado por Zander Morais, do Podemos (PODE), partido do mesmo Centrão que faz parte o PP de Cartafina (aliás, o PP é um dos partidos que Bolsonaro pretende se filiar).
É muito triste ver um deturpador do Espiritismo incluído entre os "heróis da pátria", num contexto em que "nossos heróis" incluem bandeirantes que exterminaram índios, generais que exterminaram o povo paraguaio durante a famosa Guerra do Paraguai, entre outros.
O que Chico Xavier fez de "caridade"? Nada, em verdade! Se ele doou os direitos autorais da venda de seus mais de 400 livros de mentiras e mistificações - e vendia bem, enquanto gente que precisa ganhar o pão com publicações mais honestas não consegue vender um único exemplar - , o dinheiro não foi para os pobrezinhos, mas para os verdadeiramente miseráveis de espírito, os abusivos dirigentes da Federação "Espírita" Brasileira.
Uberaba virou cidade próspera? Não! Nem chegou sequer perto. Com a grandeza com que se fala da suposta caridade de Chico Xavier, era para a coisa ter melhorado. Mas isso NUNCA aconteceu. Não há como glorificar alguém que "fez caridade mas conseguiu fazer", porque os partidários do suposto médium, na verdade, não fez caridade alguma. Quem fez foram seus incautos seguidores, e ainda assim uma caridade chinfrim, da qual nenhuma marca digital de Chico Xavier se observou de verdade.
A "caridade" de Chico Xavier foi tão fajuta, hipócrita, oportunista e farsante quanto a de gente como Luciano Huck. Uma suposta ajuda ao próximo que só serve para garantir a promoção pessoal do pretenso filantropo e, da mesma forma, garantir o culto à personalidade desse suposto benfeitor, alvo de idolatrias das mais cegas. Agora é que os chiquistas irão aumentar ainda mais seu fanatismo, estimulados em seu fundamentalismo religioso.
Devemos lembrar também que o "maravilhoso médium" tem uma morte suspeita nas costas, que é a do sobrinho Amauri Xavier - cuja morte faz 60 anos este mês - , que sofreu AMEAÇAS DE MORTE, devidamente NOTICIADAS pela revista Manchete em 09 de agosto de 1958, que iria denunciar as fraudes abusivas do tio, envolvido num ESQUEMA CRIMINOSO de fraudes literárias, feitas sem um pingo de escrúpulos, adulterando livros até mesmo depois de publicados.
E é triste e lamentável que a relatora da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, a petista Erika Kokay, tenha passado pano em Chico Xavier e aceito o pedido do deputado direitista em incluir o ídolo dele na lista de pretensos heróis brasileiros.
Esquece a querida esquerdista que Chico Xavier manifestava profundo horror em ver Lula sendo eleito e governando o país, tanto que, em 1989, o suposto médium, que não revelava suas intenções de voto, resolveu apoiar Fernando Collor (atualmente aliado de Bolsonaro). Nos últimos anos de vida, Chico Xavier sentia apreço por Aécio Neves, também 100% bolsonarista.
Em seu profundo desconhecimento histórico, Erika também se esqueceu que Chico Xavier foi um dos maiores apoiadores da ditadura militar, tanto que foi condecorado e fez palestra na Escola Superior de Guerra, que nunca cederia espaços nem investiria em eventos para homenagear quem não fosse colaborador do regime ditatorial, então na sua fase mais repressiva.
Aliás, isso remete muito àquele pavoroso livro Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, que com seu ufanismo caricato de pretensos heróis da pátria. E certamente o título dado a Chico Xavier simplesmente não tem serventia real alguma, só favorece a idolatria cega que ele recebe há mais de quarenta anos.
Mas temos um consolo. Esses títulos só correspondem às paixões religiosas da Terra, tão fúteis quanto as do sexo, das drogas e do dinheiro. A idolatria tóxica a Chico Xavier só tem validade no perímetro terrestre, porque lá fora ele é reconhecido como um farsante, um charlatão, um ilusionista da fé e usurpador dos nomes dos mortos. Assim como a "santidade" de Madre Teresa de Calcutá, o "heroísmo" de Chico Xavier não tem serventia real, sendo apenas um título inútil, que só serve para animar a histeria de fanáticos religiosos tomados da emotividade mais tóxica.
Fica portanto nosso total repúdio ao título dado a Chico Xavier, pelos efeitos danosos que causará aos brasileiros e pelo desserviço que se dá à memória histórica, cujos verdadeiros heróis continuam mortos pelo esquecimento e pelo desprezo absoluto e cruel.
Comentários
Postar um comentário