Um estranhíssimo fenômeno surgido nos últimos tempos são as mulheres descasadas ou solteironas que prestam alguma consideração a tudo o que for direta ou indiretamente relacionado com Francisco Cândido Xavier. Mesmo algumas sendo leigas e "sem religião", elas se situam nesse contexto muito estranho, de "encalhadas espiritualistas", a "novidade" que inspira uma forte desconfiança.
São atrizes, modelos, socialites, professoras, que têm um nível de beleza comparável ao de mulheres chiques que aparecem em redes sociais. Atrizes que haviam sido namoradeiras ou têm imagem de símbolo sexual, de repente, ficam sozinhas por tempo indeterminado e transformam seus perfis no Instagram em verdadeiros álbuns de viagens, ou explorando banalidades do nível de um picolé de chuchu.
Quando são mulheres descasadas, algumas com histórico de engatar casamento atrás de casamento e namoro imediatamente após a separação, elas se limitam a brincar com seus filhos, apostando num estranho celibato que o contexto social não permite, quando até atrizes que eram realmente solteironas arrumam novos namorados e atrizes nem tão atraentes segundo padrões de beleza dominantes mantém casamentos sólidos.
Nada de namorado, nada de "fotos raras" com um possível novo amor, tudo é na base do "encalhe feliz", mesmo. E isso é muito estranho. É algo que nos faz lembrar do ditado popular "Quando a esmola é muita, o santo desconfia".
Essas mulheres, dotadas de uma beleza significativa, se tornam estranhamente solitárias. O problema não é uma mulher, em tese, ter direito ou não de ser solteira, mas o contexto em que muitas mulheres se tornam até noivas ou engatam namorados atrás de outros, enquanto justamente aquelas que embarcam no Titanic do "espiritismo" igrejista brasileiro ficam invariavelmente solitárias, não se sabe por que motivo.
Afinal, não nos iludamos de pensar que o "espiritismo" brasileiro é a "religião da liberdade" porque, em que pese todo o papo sobre "livre arbítrio", a religião "espírita" é extremamente conservadora, defendendo os "valores da Família" tanto quanto qualquer neopentecostal inflexível. Não vem com um "espiritismo de comunidade hippie" porque isso não existe. "Espiritismo" brasileiro é o Catolicismo medieval repaginado.
Ficamos perguntando se as "solteironas espíritas" não estão sendo usadas como garotas-propagandas de um mershandising "espírita" inserido em páginas laicas, principalmente com as terríveis frases de positividade tóxica de Chico Xavier, algumas marcadas pelas poses de vitimismo do "médium".
Será que o "movimento espírita" que recrutar, para seus quadros, rapazes solitários, losers, incels, celibatários circunstanciais ou coisa parecida? Será que a suposta procura de "homens de caráter" das "solteironas espíritas", que não condiz com o contexto de que mesmo as mulheres mais emancipadas medem o valor de um homem pelo status socioeconômico e pela barba bem desenvolvida, não teria por trás um desenho dos dirigentes "espíritas" em atrair jovens solitários para seus quadros?
O que se sabe é que o Brasil está vivendo situações muito estranhas, e, desde que um político direitista colocou Chico Xavier como um pretenso "herói do Brasil" - num contexto em que esse título se volta mais para premiar policiais, militares, milicianos e ditadores - , vivemos uma onda de positividade tóxica que desenvolve uma alegria forçada, que é o que falaremos a seguir.
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