A JOVEM IRMA DE CASTRO, A MEIMEI, FOI UMA DAS "VÍTIMAS" DE CHICO XAVIER.
O anti-médium mineiro Francisco Cândido Xavier era um obsediado que só a sorte e as conveniências de um Brasil escravizado pela fé cega do fanatismo religioso transformou não apenas num "santo" extra-oficial (sem canonização no Vaticano), como num vice-deus.
Tomado de dons mediúnicos que, na verdade, eram bastante limitados, que o faziam se comunicar com a mãe e com o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, que adotou o codinome Emmanuel, Chico Xavier fingiu levar adiante os dons, a partir de uma duvidosa psicografia de textos parecidos e a mesma caligrafia do "médium", pouco importando o suposto autor espiritual.
Mesmo assim, Chico Xavier teve sorte, porque personificava os estereótipos de humildade e caipirismo que os brasileiros viam no personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato. Tais estereótipos se somaram, com o tempo, à da "velhice bondosa" que aumentou ainda mais seu mito.
E isso começou com sua obsessão por mortos prematuros, que o fez, em 1932, escrever um livro imitando os estilos de poetas falecidos de diversos movimentos literários - como o Ultraromantismo e o Parnasianismo - e que recebeu o título de Parnaso de Além-Túmulo.
O livro recebeu uma resenha irônica do escritor, acadêmico e articulista do Diário Carioca, Humberto de Campos, que aparentemente "reconheceu" as semelhanças dos "autores espirituais" com o que eles escreviam em vida. Não se sabe se ele realmente duvidava dessa semelhança, é provável que sim.
Mas Humberto, com aquele senso de humor que nunca existiu nas obras atribuídas a seu espírito, havia se queixado da suposta concorrência dos escritores vivos com os "autores do além", crítica sutil que parece não ter agradado muito Chico Xavier.
Chico Xavier, ao ver que Humberto de Campos não deu o devido reconhecimento ao livro, resolveu fazer sua revanche e, assim que o autor maranhense faleceu, um ano depois o anti-médium alegou ter tido um sonho com ele falando com o falecido escritor e membro da ABL, o que serviu de pretexto para o anti-médium praticamente virar "dono" de Humberto.
Sempre os sonhos de Chico Xavier, que o fizeram tornar-se dono da verdade e senhor absoluto de quem quer que fosse. Imagine se eu sonhasse com Clark Gable depois que escrevi uma resenha do filme ...E o Vento Levou e ele me dissesse "Você é aquele menino da resenha do filme?" e depois eu me apropriasse de sua imagem e escrevesse livros atribuídos à sua autoria?
Humberto de Campos tornou-se a maior obsessão de Chico Xavier. Sim, isso mesmo, sua apropriação da imagem do escritor maranhense foi um dos piores casos de obsessão da história do "espiritismo" no Brasil, a ponto de familiares do finado acadêmico moverem um processo judicial contra o anti-médium e a Federação "Espírita" Brasileira.
Para piorar, Chico Xavier atropelou a lógica e se aproveitou da ignorância dos juízes, que simplesmente não entenderam a razão do protesto - verificar se a autoria "espiritual" era verídica ou não - e deram empate no processo, para se ascender como mito e dar uma de espertalhão, xingando os herdeiros de Humberto de "mercenários".
Naquela época, Humberto de Campos era um escritor de sucesso - hoje ele está "esquecido" e virou refém de Chico Xavier, mesmo depois do falecimento deste - e, por isso, a FEB e Chico Xavier eram acusados de se promoverem às custas do falecido. Mas Chico, protegido pela sua "veste corporal" de homem "humilde", havia alegado que seu trabalho era só "para a caridade".
E assim Chico Xavier passou a ser "dono" dos mortos, com aquele processo charlatão de escrever livros ao lado de editores da FEB e consultores literários, ou escrever cartas de próprio punho, só com a assinatura dele, e inventar que recebia mensagens de espíritos. Alimentou seu mito e se promoveu às custas do sofrimento e das lágrimas de muitas pessoas.
Chico Xavier sentia uma atração mórbida pelos mortos prematuros. Era uma espécie de exotismo quase voluptuoso, e ele se apropriava de seus nomes para inventar mensagens, consultando livros e enviando colaboradores para entrevistar com seus familiares. E desenvolvia seu estrelato assim, explorando a memória dos mortos que não podem se sossegar fora da sombra do anti-médium.
Xavier se aproveitou até mesmo da comoção que um jovem esportista, Arnaldo Rocha, sentiu ao se tornar viúvo, perdendo sua jovem esposa Irma de Castro Rocha, a Meimei, e sua saudade de marido fiel foi usurpada por Chico Xavier, que inventou uns livros que dizia terem vindo do espírito da jovem, e Arnaldo, na sua boa-fé de homem apaixonado, acreditou piamente.
Chico acabou sendo astro de uma seita, o "espiritismo" brasileiro, que glamourizava o sofrimento alheio e fazia com que muitas famílias, que acreditavam nas suas palavras dóceis mas traiçoeiras, perdessem entes queridos e fossem ainda aconselhadas a ficarem em silêncio orando, no pior dos infortúnios.
E assim se deu a pretensa "divindade" de Chico Xavier, um homem que, mesmo depois de morto, tenta estar acima de tudo e de todos, senhor absoluto dos vivos e mortos, dono do passado, do presente e do futuro, detentor de todas as habilidades humanas.
Feito o anti-médium um "super-homem" assim do nada, apenas para alimentar uma instituição fraudulenta como a FEB, capaz de comprar até mesmo cientistas para corroborarem, em seus métodos duvidosos, o poderio de Chico Xavier, tornado "vice-deus" à custa da usurpação da memória dos mortos, principalmente os prematuros
O anti-médium mineiro Francisco Cândido Xavier era um obsediado que só a sorte e as conveniências de um Brasil escravizado pela fé cega do fanatismo religioso transformou não apenas num "santo" extra-oficial (sem canonização no Vaticano), como num vice-deus.
Tomado de dons mediúnicos que, na verdade, eram bastante limitados, que o faziam se comunicar com a mãe e com o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, que adotou o codinome Emmanuel, Chico Xavier fingiu levar adiante os dons, a partir de uma duvidosa psicografia de textos parecidos e a mesma caligrafia do "médium", pouco importando o suposto autor espiritual.
Mesmo assim, Chico Xavier teve sorte, porque personificava os estereótipos de humildade e caipirismo que os brasileiros viam no personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato. Tais estereótipos se somaram, com o tempo, à da "velhice bondosa" que aumentou ainda mais seu mito.
E isso começou com sua obsessão por mortos prematuros, que o fez, em 1932, escrever um livro imitando os estilos de poetas falecidos de diversos movimentos literários - como o Ultraromantismo e o Parnasianismo - e que recebeu o título de Parnaso de Além-Túmulo.
O livro recebeu uma resenha irônica do escritor, acadêmico e articulista do Diário Carioca, Humberto de Campos, que aparentemente "reconheceu" as semelhanças dos "autores espirituais" com o que eles escreviam em vida. Não se sabe se ele realmente duvidava dessa semelhança, é provável que sim.
Mas Humberto, com aquele senso de humor que nunca existiu nas obras atribuídas a seu espírito, havia se queixado da suposta concorrência dos escritores vivos com os "autores do além", crítica sutil que parece não ter agradado muito Chico Xavier.
Chico Xavier, ao ver que Humberto de Campos não deu o devido reconhecimento ao livro, resolveu fazer sua revanche e, assim que o autor maranhense faleceu, um ano depois o anti-médium alegou ter tido um sonho com ele falando com o falecido escritor e membro da ABL, o que serviu de pretexto para o anti-médium praticamente virar "dono" de Humberto.
Sempre os sonhos de Chico Xavier, que o fizeram tornar-se dono da verdade e senhor absoluto de quem quer que fosse. Imagine se eu sonhasse com Clark Gable depois que escrevi uma resenha do filme ...E o Vento Levou e ele me dissesse "Você é aquele menino da resenha do filme?" e depois eu me apropriasse de sua imagem e escrevesse livros atribuídos à sua autoria?
Humberto de Campos tornou-se a maior obsessão de Chico Xavier. Sim, isso mesmo, sua apropriação da imagem do escritor maranhense foi um dos piores casos de obsessão da história do "espiritismo" no Brasil, a ponto de familiares do finado acadêmico moverem um processo judicial contra o anti-médium e a Federação "Espírita" Brasileira.
Para piorar, Chico Xavier atropelou a lógica e se aproveitou da ignorância dos juízes, que simplesmente não entenderam a razão do protesto - verificar se a autoria "espiritual" era verídica ou não - e deram empate no processo, para se ascender como mito e dar uma de espertalhão, xingando os herdeiros de Humberto de "mercenários".
Naquela época, Humberto de Campos era um escritor de sucesso - hoje ele está "esquecido" e virou refém de Chico Xavier, mesmo depois do falecimento deste - e, por isso, a FEB e Chico Xavier eram acusados de se promoverem às custas do falecido. Mas Chico, protegido pela sua "veste corporal" de homem "humilde", havia alegado que seu trabalho era só "para a caridade".
E assim Chico Xavier passou a ser "dono" dos mortos, com aquele processo charlatão de escrever livros ao lado de editores da FEB e consultores literários, ou escrever cartas de próprio punho, só com a assinatura dele, e inventar que recebia mensagens de espíritos. Alimentou seu mito e se promoveu às custas do sofrimento e das lágrimas de muitas pessoas.
Chico Xavier sentia uma atração mórbida pelos mortos prematuros. Era uma espécie de exotismo quase voluptuoso, e ele se apropriava de seus nomes para inventar mensagens, consultando livros e enviando colaboradores para entrevistar com seus familiares. E desenvolvia seu estrelato assim, explorando a memória dos mortos que não podem se sossegar fora da sombra do anti-médium.
Xavier se aproveitou até mesmo da comoção que um jovem esportista, Arnaldo Rocha, sentiu ao se tornar viúvo, perdendo sua jovem esposa Irma de Castro Rocha, a Meimei, e sua saudade de marido fiel foi usurpada por Chico Xavier, que inventou uns livros que dizia terem vindo do espírito da jovem, e Arnaldo, na sua boa-fé de homem apaixonado, acreditou piamente.
Chico acabou sendo astro de uma seita, o "espiritismo" brasileiro, que glamourizava o sofrimento alheio e fazia com que muitas famílias, que acreditavam nas suas palavras dóceis mas traiçoeiras, perdessem entes queridos e fossem ainda aconselhadas a ficarem em silêncio orando, no pior dos infortúnios.
E assim se deu a pretensa "divindade" de Chico Xavier, um homem que, mesmo depois de morto, tenta estar acima de tudo e de todos, senhor absoluto dos vivos e mortos, dono do passado, do presente e do futuro, detentor de todas as habilidades humanas.
Feito o anti-médium um "super-homem" assim do nada, apenas para alimentar uma instituição fraudulenta como a FEB, capaz de comprar até mesmo cientistas para corroborarem, em seus métodos duvidosos, o poderio de Chico Xavier, tornado "vice-deus" à custa da usurpação da memória dos mortos, principalmente os prematuros
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