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O silêncio e o medo das esquerdas em contestar Chico Xavier


As esquerdas "namastê", "havaianas", "hollywoodianas" etc e as esquerdas nem tão complacentes assim ficam com medo de contestar Francisco Cândido Xavier, permanecendo numa zona de silêncio absoluto, sem desmentir nem afirmar coisa alguma, mas dentro de uma postura um tanto chantagista, do tipo "pensem o que quiserem que eu fico quieto com minhas fantasias".

Nunca um sujeito arrivista obteve tantos poderes quanto Chico Xavier, que, em termos de blindagem, foi o "PSDB que deu certo". A blindagem a respeito dele é tanta que seu quase xará Frank Abagnale Jr., o falsário estadunidense retratado no filme Prenda-me Se For Capaz (Catch Me If You Can), de Steven Spielberg - ironicamente lançado no mesmo ano de 2002 do falecimento do "médium" - , parece um amador.

Hoje Chico Xavier é quase uma fada-madrinha do mundo real, um "botão de emergência" para as pessoas medrosas e acovardadas, à esquerda e à direita, que, diante de um momento de convulsões sociais, recorrem ao grande deturpador como um suposto símbolo de paz e fraternidade, sempre com aquelas alegações ao mesmo tempo superficiais e profundamente sentimentaloides, não obstante bastante piegas.

Nem os semiólogos, que são capazes de desvendar criptografias complexas das bombas semióticas, foram capazes de desvendar o paiol semântico de Chico Xavier. Em vez disso, nossos dedicados investigadores do discurso preferem aceitar bobagens como o "médium" prever que extra-terrestres virão à Terra para promover ações de confraternização dos povos. Vindo de Chico Xavier, qualquer absurdo é aceito de maneira bovina ou, quando muito, encarado como "mistério irresolúvel".

Que grande carteirada Chico Xavier se utilizou para intimidar as pessoas. Primeiro, ele disse que "falava com os mortos". Pronto. As pessoas medrosas não mexiam no "médium" com o medo de serem assombradas pelas criaturas do além. Segundo, porque ele disse que "faz caridade". Bingo. As pessoas, então, não contestam um erro de Chico Xavier com medo de uma onda de fome dizimar populações inteiras no nosso Brasil.

Só o medo faz as pessoas evitarem questionar Chico Xavier. Um medo que atinge não apenas o conservador comum, beato religioso e moralista convicto, mas pega também de surpresa até esquerdistas esforçados ou semiólogos empenhados. É um cenário no qual se vê intelectuais acovardados como Alexandre Caroli Rocha - não muito diferente dos Deltan Dallagnol da vida - que acha que "ainda não dá" para contestar as fraudulentas "psicografias" do suposto médium.

A bomba semiótica de Chico Xavier, no auge da carreira - década de 1970 - usando perucas e óculos escuros, dando um caráter ocultista, de pretenso oráculo, é ilustrativo. Esconder os olhos, dando a crer que sua visão é "enigmática", e usando peruca, cobrindo a cabeça como se acobertasse também os segredos de sua mente, foi crucial para criar nos seus seguidores e simpatizantes, mesmo os mais distanciados, um clima de medo.

E esse medo é muito maior nas forças progressistas. Hoje tornou-se uma tendência o medo das esquerdas em agir, desde o golpe de 2016, pois Michel Temer seguiu seu mandato tranquilamente e Jair Bolsonaro permanece no poder, enquanto os esquerdistas, desmobilizados, ficam alternando entre festas de "funk" ou de brega - nota-se a ênfase com que os esquerdistas acolhem um ídolo como Odair José, por exemplo - e orações justamente a religiosos conservadores.

É assustador que as esquerdas tenham como "heróis" todo o elenco da direita midiática: Waldick Soriano, Neymar, Chico Xavier, Divaldo Franco e os funkeiros apadrinhados pela Rede Globo. Ainda indagamos se o aparente esquerdismo de Odair José é motivado ou não pela necessidade de viver de viradas culturais em governos petistas, mas preferimos não falar nessa postura, que deve ter lá suas razões pessoais.

Mesmo assim, nossas esquerdas ainda andam muito conservadoras. Bebem cervejas "golpistas" (da Ambev, do megaempresário Jorge Paulo Lemann, membro-fundador do Renova BR), torcem para esporte golpista (a CBF, entidade maior do futebol brasileiro) e acolhem religiosos golpistas (Chico Xavier e Divaldo Franco) achando que eles trarão a paz acima das polarizações ideológicas.

Não entendem as esquerdas sobre a complexidade da vida cotidiana. As esquerdas aceitam sem contestar, por exemplo, a coisificação do corpo feminino, ou seja, a transformação da mulher em brinquedo sexual de machistas afoitos. Até mesmo algumas feministas de esquerda pensam que isso é um "novo tipo de feminismo" e que as mulheres-objetos apenas "manipulam o jogo" do imaginário masculino, em tese, para "enganá-los". Quanta ingenuidade.

Há muito medo, muito silêncio, muita zona de conforto, muita má vontade em mudar pontos de vista, abrir mão de antigas convicções que só deram certo há 40 anos, mas hoje não fazem mais sentido. E ver as esquerdas reféns desses paradigmas dos anos 1970 é ainda mais assustador. Tanto que, diante da imobilização das esquerdas, a mais dedicada oposição ao governo Jair Bolsonaro é feita pelo próprio partido governista, o PSL, atualmente em processo de conflito com o presidente.

Sim, porque, em que pese o caráter bem intencionado de movimentos como o "Paz e Bem", de Mauro Lopes, jornalista do Brasil 247, a complacência das esquerdas chega a ser risível, diante da utopia de que preces a Deus irão trazer a Revolução Socialista, bastando um encontro ecumênico e um ciclo de preces, orações e apelos para a paz. Quanta ingenuidade.

Oficialmente, as esquerdas enganosamente veem o projeto "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" como se fosse uma proposta "progressista". É espantoso e preocupante que haja um aparente consenso nesse sentido, se esquecendo que mesmo narrativas agradáveis não garantem que projetos que fundem Religião e Estado sejam realmente maravilhosos.

É só observar como foi o Catolicismo medieval, base de inspiração desse "espiritismo" tropical brasileiro que se afastou completamente do cientificismo de Allan Kardec. Fundada pelo imperador Constantino, a Igreja Católica Apostólica Romana também prometia um mundo fraterno e igualitário, mas sua prática lançou mão de cruzadas, forcas, fogueiras e outras formas de punir com a morte a diferença de crença de outros humanos.

Quem não garante que o projeto "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" não venha com drones exterminando hereges, com militares prendendo, matando e torturando pessoas que desviam da "fé espírita"? Falar é fácil e é fácil dizer que isso "é impossível". Mas também era "impossível" Jair Bolsonaro, há trinta anos, se tornar presidente do Brasil, não é mesmo?

Os "espíritas" têm uma moral punitivista, que culpabiliza a vítima, atribuindo a ela "pagamento de dívidas morais" por conta de infortúnios que lhes atingem em doses ou dimensões surreais. Mesmo em tragédias coletivas, a falácia dos "resgates coletivos" é uma visão puramente punitivista e, o que é pior, sem o menor fundamento, por atribuir, de maneira generalizada, um único destino para pessoas que, sem relação entre si, apenas se encontram num mesmo lugar quando uma tragédia ocorre.

É um julgamento de valor puramente herdado de Jean-Baptiste Roustaing. De que adianta acreditar que Chico Xavier tinha pavor de Roustaing se o "médium" acolheu suas ideias quase que inteiramente (o "médium" só não aproveitou os "criptógamos carnudos" e esteve hesitante à tese do "Jesus fluídico")? Fácil hostilizar o professor e, todavia, aproveitar quase todas as suas lições.

É até gozado, neste caso, que os "espíritas" brasileiros bajulem Kardec o tempo todo, mas rejeitem sem o menor escrúpulo as suas lições. E, por outro lado, tratam o sobrenome Roustaing como se fosse um palavrão, mas têm o cuidado de seguir quase todas as suas lições, evitando apenas os pontos mais polêmicos.

Que toda essa complacência seja um "privilégio" das direitas, é compreensível. Mas ver as esquerdas em silêncio absoluto em relação a Chico Xavier, a ponto de acolher até textos fake como um suposto apelo para a "paz entre os povos", é um grande absurdo. Não é difícil entender por que o golpe de 2016 está dando muito certo. É porque nossas esquerdas recorrem aos "heróis" da centro-direita como "salvadores da pátria". Sempre o mesmo papo da raposa reconstruindo o galinheiro...

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