
LUCIANO HUCK, ADMIRADOR E UM DOS COMPARADOS COM CHICO XAVIER, NA TERRA NATAL DO "MÉDIUM", PEDRO LEOPOLDO.
Com toda certeza, Francisco Cândido Xavier teria apoiado a campanha de Jair Bolsonaro em 2018. Vendo a tendência de famosos apoiando o então candidato, como atletas olímpicos, atores e atrizes de TV e cantores popularescos ou de MPB, muitos deles menos verossímeis, podemos analisar que Chico Xavier teria apoiado Bolsonaro, se o "médium" estivesse vivo.
Teria sido um apoio crítico, e temos absoluta certeza que a opção que Chico Xavier nunca escolheria era o Partido dos Trabalhadores. Para desespero de muitos esquerdistas, iludidos em ver a imagem do "médium" associada a ideias melífluas - embora feioso e velho, Chico Xavier foi a "Tábata Amaral" do seu tempo, com a diferença de que conseguiu enganar as esquerdas e iludiu até semiólogos de esquerda que criticam a "esquerda namastê' - , o beato de Pedro Leopoldo e Uberaba foi um anti-petista de primeira hora e manteve esta postura até o fim.
Não podemos desenhar pessoa alguma, mesmo um "médium espírita", conforme nosso pensamento desejoso. Nem a liberdade da Fé permite que se faça isso. Mesmo que os devaneios do pensamento desejoso, que moldam os ídolos sempre com qualidades bastante agradáveis, tragam alegria, solidariedade, fazem as pessoas felizes a ponto de poderem dormir tranquilas, eles trazem em algum momento uma dolorosa decepção.
Essa decepção pode ser entendida com o chamado "processo de luto", teoria lançada pela psicóloga suíça Elizabeth Kübler-Ross (1926-2004), que definiu o sentimento de luto em cinco fases, às quais podemos mencionar citando o caso de Chico Xavier:
1) NEGAÇÃO - O direitismo de Chico Xavier, mesmo explicitamente manifesto num programa de grande audiência, o Pinga Fogo da TV Tupi, e claramente presente em seus livros e depoimentos, seus seguidores apelam para a negação e o isolamento (ou seja, o silêncio, como as esquerdas na sua atitude "pensem como quiserem"). Atribuem o reacionarismo do "médium" à influência de obsessores espirituais, como se não houvesse afinidade de sintonia entre Chico e os maus espíritos.
2) REVOLTA - Esta etapa mostra os chiquistas raivosos diante da contatação de que Chico Xavier sempre foi direitista. Apelam para a imagem do "médium bondoso" (uma falácia construída na Rede Globo em plena ditadura, mas que continua valendo) para negar o direitismo. Alguns tresloucados das esquerdas "amém" acham um absurdo, pensam que o anti-petismo de Chico Xavier foi uma lorota plantada por Carlos Baccelli para ofender o "médium" e pensam que este iria apoiar a candidatura de Fernando Haddad em 2018 pelo simples fato dele ser um professor.
3) BARGANHA - Nesta etapa, os chiquistas apelam para o reconhecimento de "alguns defeitos" de Chico Xavier. Em qualquer circunstância que o envolva, eles apelam para o relativismo: "é verdade que ele fez isso ou aquilo, mas depois aprendeu". Dos plágios literários, das fraudes de materialização às previsões fracassadas, as pessoas vêm com o refrão "Chico Xavier errou muito, sim, mas aprendeu", e são obrigadas a dizer que ele "nunca foi semi-deus, mas um ser bondoso, mas imperfeito".
4) DEPRESSÃO - Os chiquistas, nesta etapa, ficam tristes e melancólicos diante da impossibilidade de argumentarem em favor de Chico Xavier. É claro que essa frustração ainda não ocorreu, nem nas esquerdas, ela ainda é muito rara, mas consiste em pessoas admitirem que Chico Xavier em verdade nunca prestou, ele deturpou os ensinamentos espíritas, foi reacionário ferrenho e cometeu fraudes em sua suposta mediunidade. Só ficam caladas, consumindo essa tristeza, não sem muitas lágrimas.
5) ACEITAÇÃO - Na ironia de Chico Xavier pedir a aceitação do sofrimento por parte dos aflitos, seus seguidores nunca aceitam se desiludir com o "médium". Falar "Chico Xavier me enganou" ou "Estou profundamente decepcionado com Chico Xavier é muito mais difícil do que falar fluentemente o idioma russo de trás para frente. Mas, quando as pessoas admitem o lado sórdido de Chico Xavier e o encaram de forma realista, sem choradeira e conformadas com essa dura realidade, elas atingiram o grau de aceitação.
DIREITA FOFINHA
Evidentemente, Chico Xavier, que apoiou a ditadura militar na sua fase mais repressiva e aceitou, com muito gosto, ser homenageado pelos opressores - na etapa da "barganha", os chiquistas apelaram para a ideia cretina de que "Chico Xavier apoiou a ditadura a contragosto e os militares também o homenagearam porque foram forçados a isso", hipótese sem pé nem cabeça - , só se decepcionaria com Jair Bolsonaro se este cometesse excessos extremos, em outras palavras, "perdendo a cabeça".
Pode ser o caso de hoje. Vendo que nomes como Gustavo Bebianno, o inicial apoiador de Bolsonaro que também é adepto de Chico Xavier, desembarcando do bolsonarismo, assim como parte da direita que elegeu o fascista, o "médium" poderia manifestar seu desapontamento. Mas, para quem acha que Chico Xavier passaria a gritar, de repente, "Lula Livre", é melhor tirar o cavalinho da chuva.
Chico Xavier migraria para a direita light, e ficaria do lado de Luciano Huck e seus movimentos Renova BR, Agora, Acredito e outros. Como citamos acima, em níveis de "filantropia", Chico Xavier foi a Tábata Amaral de 40 anos atrás, um arremedo de ativismo social que hoje tem na deputada patrocinada por Jorge Paulo Lemann, o "Rei da Cerveja", sua mais notável representante.
Devemos prestar atenção que o suposto ativismo de Chico Xavier e a sua suposta caridade que se tornou, pretensamente, a sua marca maior, se encaixa nos limites ideológicos do Assistencialismo, e devemos nos lembrar que a imagem "caridosa" foi plantada pela Rede Globo, há quatro décadas, nos mesmos moldes que ela faz hoje com Luciano Huck, admirador confesso do "médium".
Nos acostumamos com a narrativa oficial da ditadura militar que transformava Chico Xavier em suposto ativista-filantropo, mas mesmo as esquerdas ignoram que esse mito, cheio de aspectos duvidosos, foi feito justamente para evitar a ascensão do petista Lula, cujo perfil era, na verdade, antagônico ao "médium".
Muitos se chocam com isso, mas as ideias que falam da "caridade" de Chico Xavier são muito vagas e superficiais, movidas apelas pela especulação emocional. Se a caridade dele tivesse funcionado, o Brasil sem dúvida alguma teria se tornado uma das sociedades mais avançadas, desenvolvidas e prósperas do mundo, tal à a grandeza que os chiquistas atribuem ao "médium".
Doar lucro de livros para instituições religiosas qualquer famoso rico e mão-de-vaca faz. As "cartas mediúnicas" só agravaram sentimentos obsessivos e fizeram a festa do sensacionalismo policialesco. As "lindas frases" só pediam aos sofredores "aguentarem a barra" acumulando desgraças ou trabalhando exaustivamente. Que "caridade" é essa que falam de Chico Xavier? Nenhuma, de fato!!
E é esse Assistencialismo, a caridade fajuta que se preocupa mais em promover supostos benfeitores, enquanto os mais necessitados se reduzem a "meros detalhes" ou a minúsculos números estatísticos festejados além da conta, que entrará em moda com Luciano Huck, Tábata Amaral, Criança Esperança, Jorge Paulo Lemann, Nizan Guanaes e o banco Itaú.
Enquanto as esquerdas "namastê" e "semiólogas" não aceitarem se decepcionarem com Chico Xavier, que sempre foi um sujeito conservador, não aprenderão coisa alguma. E terão que aceitar que, depois do crepúsculo bolsonarista, enquanto os esquerdistas esperam, em vão, que Chico Xavier passe a gritar "Lula Livre", as energias do "médium" se voltam para abençoar os direitistas soft do Renova BR, ainda mais com Luciano Huck fazendo a mesma "caridade de fachada" que marcou a vida do "médium".
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