Uma das maiores mentiras divulgadas pela imprensa brasileira é a inclusão da cidade mineira de Uberaba, no Triângulo Mineiro, entre as dez cidades mais baratas e com melhor qualidade de vida para e viver no Brasil.
A informação foi dada por aquelas páginas obscuras, mas trazidas por alguns portais de Internet como páginas sobre "curiosidades", supostamente dedicadas a prender a atenção dos leitores ou a "orientá-los" para dicas práticas sobre a vida.
Para ter noção da confiabilidade duvidosa dessas páginas, elas são difundidas com a mesma comodidade com que se divulgam montagens da inteligência artificial mostrando Malu Mader e Letícia Sabatella com aparência de idosas ou a atribuir a Juliana Paes e Rodrigo Lombardi respectivos cônjuges do mesmo sexo.
Um aspecto a estranhar é que somente Uberaba se encontra na lista, não Uberlândia, sua cidade-irmã, a princípio igualadas na necessidade de se tornarem os polos econômicos principais do Triângulo Mineiro, região controlada por grandes oligarquias exploradoras de gado zebu - um tipo nobre de boi, cuja vaca é considerada a mais cara do mundo - e o maior reduto de Jair Bolsonaro em Minas Gerais.
Então, por que Uberaba sim e Uberlândia não, no quesito de "cidades mais baratas do Brasil", ainda que essa atribuição seja uma mentira para turista ver? É por causa do turismo religioso em torno do charlatão do "espiritismo" brasileiro, o medieval Chico Xavier, em prol do qual se espalha uma grande mentira, oue tem tudo a ver, porque o "bondoso médium" também foi um mentiroso inescrupuloso, espécie de "padroeiro das fake news" pela forma pioneira com que produziu sua literatura farsante já em 1932.
A verdade é que Uberaba tem apartamentos de mais de R$ 300 mil reais, com aluguel superior a R$ 2 mil, os restaurantes vendem almoço a R$ 30, tarifa de ônibus municipal a R$ 4,75 - valor considerado muito caro - , um pedaço de carne dificilmente sai a menos de R$ 20, o leite não vale menos de R$ 4,79 e por aí vai.
A lorota não foi difícil de ser montada pelas autoridades de Uberaba. Faz-se um levantamento apenas de uns poucos produtos e serviços mais baratos, geralmente em áreas pouco valorizadas, joga-se tudo num relatório e cria-se uma mentira de que a cidade mineira é "mais barata" para se viver, uma mentira que não se sustenta em pé por muito tempo.
Quanto ao aspecto urbano, Uberaba tem um padrão intermediário entre um município da Baixada Fluminense e uma cidade mediana do interior paulista. Mas se vende como se fosse uma "cidade organizada e próspera" quando na verdade o que existe são apenas alguns bairros principais arrumados, com os miseráveis sendo "jogados" para municípios do Triângulo Mineiro de menor expressão (como Patrocínio, Araguari, Frutal e Ituiutaba).
Esses miseráveis, como moradores de rua e viciados em crack, "reaparecem" depois para o espetáculo "filantrópico" do Grupo "Espírita" da Prece, instituição onde atuava Chico Xavier sob o sustento, que continua até hoje, dos "coronéis" do agronegócio.
Entendamos então essa propaganda de Uberaba como sendo um truque publicitário digno dos supermercados de bairro, desses que dizem que "vendem o mais barato" e só têm mercadorias caras. E é curioso se lembrar tanto nos supermercados, pois a "caridade" de Chico Xavier não vai muito além dessa precária doação de poucos mantimentos para famílias numerosas, desses que duram poucos dias enquanto as ações que geraram tais donativos são comemoradas por muito mais tempo. Festeja-se por muito tempo uma suposta ajuda ao proximo, enquanto a fome retorna de viagem para a casa dos pobres.
Os supermercados e mercadinhos de bairro também costumam servir para o desvio de certos mantimentos da "caridade", roupas, alimentos, material de limpeza e outros bens, que, estando em otimo estado, servem para serem revendidos, com preços mais caros, por esses mercadinhos ou supermercados.
E isso rende uma boa grana para os tarefeiros "espíritas", que já vivem uma vida confortável por trás da pretensa postura de humildade. O próprio Chico Xavier vivia como a Rainha da Inglaterra, nao tocando em dinheiro mas vivendo do bem bom com o dinheiro volumoso dos assistentes.
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