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Chico Xavier nunca iria aderir a Lula, na crise do bolsonarismo

 

CONTRASTES PROFUNDOS - CHICO XAVIER EM RELAÇÃO HIERARQUIZADA COM POBRES SUBSERVIENTES, E LULA EM VERDADEIRA CUMPLICIDADE COM A GENTE DO POVO.


Por sorte, o mito de Francisco Cândido Xavier sobrevive no modo "fada-madrinha", com o ídolo religioso conhecido como Chico Xavier sendo abordado de maneira adocicada e fantasiosa, de uma maneira piegas e infantilizada. O suposto médium ainda persiste, nas redes sociais, com suas frases moralistas e de positividade tóxica reproduzidas pelos mais variados (e igualmente deslumbrados) seguidores.


Por isso, nem mesmo as esquerdas - e se fala não só das esquerdas-namastê, mas também das esquerdas nem-tão-namastê-assim, inclusive semiólogos esforçados que se "congelam" diante do nome de Chico Xavier, se recusando a desvendar esse perigosíssimo paiol de bombas semióticas, uma verdadeira "guerra híbrida criptografada" - conseguem entender por que o "médium" apoiou a ditadura militar e foi condecorado por ela.


Claro, com Chico Xavier reduzido a uma "fada-madrinha" através de uma narrativa oficial que dura cerca de 45 ano, isso impede que qualquer investigador venha a contestar seu mito com êxito e a carteirada de sua suposta caridade vem sempre como o jato d'água para apagar o incêndio dos questionamentos, mesmo que estes estivessem de acordo com as recomendações da Codificação.


A fascinação obsessiva em torno de Chico Xavier torna-se uma doença tão grave que existe até o efeito bate-e-volta, quando a ausência de questionamentos durante uns meses reanima os chiquistas a publicarem as mensagens piegas e moralistas do "médium". Para piorar as coisas, surgem outras "carteiradas", com gente se achando "isentona", dizendo que "não é espírita" e tem até supostos ateus nessa parada, glorificando o ídolo religioso sob qualquer desculpa.


E temos uma sociedade brasileira conservadora, embora parcialmente progressista. Temos uma esquerda identitária que, culturalmente, é muito confusa, porque vários de seus valores são de centro-direita. Se seus ídolos musicais são gente do nível de Waldick Soriano, machista e apoiador da ditadura, se seu craque favorito é Neymar, machista e (discretamente) bolsonarista, e seu ídolo religioso é Chico Xavier, então nossas esquerdas precisam consultar o psicanalista porque não tem qualquer noção de que lado estão andando.


Chico Xavier apoiar Jair Bolsonaro é uma constatação que soa "impossível" e "absurda" se considerarmos a imagem "fada-madrinha" que o "médium" possui nas redes sociais. Mas, se usarmos o raciocínio para coisas mais importantes, como refletir a realidade que nem sempre nos agrada, veremos que faz sentido o ultraconservadorismo do "médium", capaz de fazer Silas Malafaia parecer um hippie comunista.


E como se comprova que Chico Xavier sempre foi conservador? Temos uma seleção de provas trazidas pelas próprias palavras do "médium", para tirar qualquer dúvida de que tal posicionamento reacionário era uma das qualidades principais (e desagradáveis) do beato de Pedro Leopoldo.


Mas há também aspectos sociais. Ele nasceu na Pedro Leopoldo que era distrito rural de Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte, que seguia a lógica do interior de Minas Gerais, de feições ainda provincianas e valores culturais medievais, no ano de 1910.


As raízes familiares eram conservadoras. E, por incrível que pareça, pela formação religiosa, Chico Xavier era tão ortodoxo quanto Gustavo Corção, considerado um dos católicos mais reacionários da História do Brasil, e isso fez uma diferença negativa entre o "espiritismo" brasileiro, que, progressista na embalagem, tem um conteúdo terrivelmente medieval que só as pessoas bem de vida das redes sociais não conseguem admitir.


E isso é claro, porque Chico Xavier nada diz em coisa alguma que fosse para quem é operário, camponês, morador de rua, ou qualquer um que não faça parte da bolha de privilegiados que produz mensagens no Instagram e no WhatsApp, mostrando, hipócritas, a "doce vida" que despreza a distopia, apenas pontuada de solidariedades oportunistas a nomes que vão de Marielle Franco a algum favelado vítima de operação policial no Rio de Janeiro.


É gente que se cala quando um equivalente ao George Floyd morre na sua frente, a não ser quando todo mundo protesta. Aí tem que pegar carona na indignação alheia, para ficar bem na fita e não ser acusado de mostrar só "coisas lindas" no Instragram. Mas é gente que pouco se importa quando uma empresa demite centenas de funcionários ou um agricultor humilde é assassinado por um pistoleiro a mando de um poderoso fazendeiro.


Por isso, é esse pessoal que sofre mais do mal de Dunning-Kruger do que de Covid-19 ou qualquer outra doença que fica cultuando o Chico Xavier em modo "fada-madrinha", um "gado digital" que muge de revolta quando se fala que o "médium", se vivo estivesse, teria apoiado Jair Bolsonaro a ponto de ser contrário ao impeachment (e ele seria, para desespero de seus seguidores).


Agora, com a crise aguda que sofre o presidente Jair Bolsonaro, não são poucos os retardados que, acionando o pensamento desejoso, tentem afirmar que Chico Xavier "apoiaria Lula". Essas pessoas se baseiam em ideias desconexas, porém muito agradáveis, mal sustentadas, como um fio de nylon ligando dois lados de um abismo, em imagens superficiais com o "médium" acariciando pobres ou alegações vagas sobre "paz e caridade".


Mas aí o gado humano da Internet segue com consenso, porque quer juntar duas coisas antagônicas mas que só se unem através de mitos vagos. E aí temos a ironia de pessoas que falam tanto em "solidariedade" e "paz" e a primeira coisa que fazem é brigar com a realidade dos fatos, usar o "exército" das palavras para justificar coisas sem sentido lógico, gastando munição com argumentos absurdos, no desespero de impor a "verdade" como guardiã de suas ilusões.


POR QUE CHICO XAVIER NUNCA IRIA APOIAR LULA?


Observando, de maneira imparcial, os aspectos ultraconservadores da personalidade e trajetória de Chico Xavier, se verá que ele seria apoiador incondicional de Jair Bolsonaro, que, em que pese as simbologias opostas entre um e outro, se afinaram na forma como se ascenderam, um causando confusão com pastiches literários, outro com um plano de atentado em quartéis, episódios que guardaram surpreendentes semelhanças em repercussão e no desfecho da Justiça.


Chico Xavier, que teria defendido o impeachment sendo o alvo a presidenta Dilma Rousseff - com base na argumentação, comum entre os "espíritas", de que ela "não conduziu o Estado conforme as leis do Cristo" - , teria apoiado Jair Bolsonaro cuja bandeira moralista era de maior agrado ao "médium", diferente da imagem de "fada-madrinha" cultuada nas redes sociais.


O "médium" teria dito, a respeito de Bolsonaro, bem ao estilo próprio do beato mineiro, que "não se deve usar o instrumento do impeachment como um brinquedo, cabendo a nós, em vez disso, orarmos em favor do nosso irmão Jair, para que ele possa dar atenção aos pobres de Cristo". Sem as paixões religiosas, se consegue entender que Chico Xavier apoiaria Jair Bolsonaro incondicionalmente e até consideraria que os erros do presidente teriam sido fruto de "más companhias".


Isso significa que, com certeza, Chico Xavier criticaria os "maus ministros" de Bolsonaro, mas isso em nenhuma hipótese colocaria o "médium" como um anti-bolsonarista, porque talvez Xavier tenha apreço maior à pessoa do ex-capitão, desejando que outros evitassem abusar da pessoa dele. Chico Xavier criticaria até a atuação dos filhos de Bolsonaro, não obstante à revelia da hierarquia familiar, mas com certeza a pessoa de Bolsonaro seria considerada "séria" e "respeitosa" pelo "médium".


São constatações trazidas pela lógica e pelo bom senso, com argumentos consistentes e fora da imagem do "Chico Xavier fada-madrinha" que há 45 anos reside no imaginário popular e que faz o "médium" parecer um personagem de novela.


Mas a luta dos chiquistas, sectários ou "isentos", em colocar a fantasia e o pensamento desejoso acima da realidade, criando uma "realidade paralela" na qual o "médium" é sempre visto por aspectos agradáveis (mesmo seus defeitos e erros são atribuídos a uma "carteirada por baixo", aquela falácia do "gente como a gente"), insiste em associar o mito de Chico Xavier ao progressismo "isento" ou "de esquerda", adotando uma narrativa que, embora delirante, causa alegria e serenidade a muita gente.


Chico Xavier esculhambou, com uma convicção assustadora, os movimentos sociais de esquerda. Reafirmou, em 1971, no Pinga Fogo, sua reprovação à pessoa do ex-presidente João Goulart, que tinha um projeto político parecido com o de Lula. E o "médium" era anticomunista ferrenho, daí dar pena que muitas pessoas (incluindo mulheres) tidas como "comunistas" e "espíritas", manifestem adoração ao beato mineiro. Esses "comunistas" nem devem saber de que lado andam.


Por isso é que se considera que Chico Xavier não apoiaria Lula de jeito algum. Ele não se identificou com o Partido dos Trabalhadores na época do seu surgimento, votou em Fernando Collor em 1989 e manifestou seu horror a Lula até o fim da vida, sobretudo quando conheceu pessoalmente Aécio Neves, que se encaixou no protótipo do "líder mineiro" há décadas sonhado pelo próprio "médium".


E diante da crise de Bolsonaro, se ele cair, como ficaria Chico Xavier se estivesse vivo? Simples, ele apoiaria um político de "terceira via", um líder neoliberal próximo do que seria Luciano Huck, outra personalidade comparável ao "médium". "Nem a pau" o "médium" iria apoiar Lula, preferindo que um "candidato mais isento" atraísse o seu apoio.


Lendo os livros de Chico Xavier, veremos que a pauta trabalhista dele também nunca foi progressista. A defesa do trabalho servil, exaustivo, da negociação que privilegiava os "irmãos patrões", da redução salarial "necessária" para "reeducar os gastos pessoais e desapegar-se dos bens terrenos", são bandeiras que, de forma suspreendente, estão presentes no ideário de Chico Xavier até mesmo em suas obras tardias, lançadas no final de sua produção literária, nos anos 1990.


Portanto, não há como dizer que "Chico Xavier pode ter sido reacionário, mas aprendeu com o tempo". Assim como não dá para esculhambar o suposto médium Carlos Baccelli, que virou "vidraça" entre os "isentões espíritas", por supostamente ter rompido com Xavier. Baccelli foi quem afirmou que Chico Xavier, em 1979, sonhava com um líder enérgico como Jair Bolsonaro e, nos últimos anos de vida, manifestava profundo horror ao PT e à pessoa de Lula, com argumentos iguais ao que Regina Duarte usou contra o petista.


Devemos abrir mão de paixões religiosas e nos convencermos de que a imagem "fada-madrinha" que faz Chico Xavier ser tão adorado nas redes sociais é uma grande ficção. Nem tudo na vida é agradável, as pessoas não podem brigar com a realidade, ainda mais quando elas se dizem "contrárias aos conflitos humanos". É fácil promover a paz através da idolatria religiosa, se valendo pela emotividade tóxica que só parece elevada quando tudo está bem. Mas são essas pessoas que brigam com a realidade, de maneira assutadoramente persistente.


E aí faz muito sentido essa briga, esse verdadeiro UFC contra a realidade, contra a lógica e contra a razão. É um cenário de ignorância vira-lata, que, conforme diagnostica a síndrome de Dunning-Kruger, coloca os ignorantes como pretensos sábios que se acham possuidores da verdade. Com toda certeza, os chiquistas, sectários e "isentos", andam vendo Instagram e WhatsApp demais. Que venha então um grande choque de realidade para eles.

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