Pular para o conteúdo principal

Discurso de "imperfeição" dos "espíritas" os nivela ao bolsonarismo



Estamos na onda das "caneladas espíritas". Agora os adeptos desse falso Espiritismo de matizes católico-medievais adotam o discurso de "imperfeição" para tentar convencer a opinião pública de que não são divinizados, não vieram de outro planeta nem correspondem a uma elite religiosa privilegiada.

Nesse discurso, os "médiuns" são vistos como "imperfeitos", "endividados" e que "erram muito". A eles, atribui-se a ideia de que eles "caíram e vão cair muitas vezes". Suas "psicografias" constam com "algumas margens de erros". Algumas ideias pregadas "são mesmo desagradáveis", ainda mais quando leva a assinatura de Emmanuel. Sua "caridade" é apenas uma "tentativa", um "esforço", faz-se "como pode em favor dos mais necessitados".

Além disso, os "médiuns" não são mais considerados "semi-deuses", "salvadores da pátria", não são "profetas", são pessoas "ignorantes" que usam a "mediunidade" como "pagamento de dívidas passadas" etc etc e etc.

As "casas espíritas" são ambientes de desentendimentos, os dirigentes "espíritas" brigam o tempo todo, algumas instituições sofrem a tentação do roubo, através do superfaturamento das verbas dos governos ou do desvio dos donativos para a comercialização etc. etc e etc.

E por que veio essa onda na qual se destaca o estardalhaço por baixo dos "médiuns que erram"? Veio um lampejo de autocrítica no "movimento espírita"? Os "espíritas" passaram a ficar mais com os pés no chão? Deixou-se de usar a fascinação obsessiva em torno dos "médiuns", sobretudo o hipnótico Francisco Cândido Xavier?

Nada disso. É aquele mesmo discurso hipócrita do "gente como a gente", um modismo no qual as pessoas passam a sentir orgulho de seus defeitos, com uma retórica fácil da naturalização e da banalização do erro, uma interpretação um tanto presunçosa e arrogante do realismo humano.

Isso tudo é visto como sendo uma demonstração de autocrítica, de humildade e de bom senso. Chega a ser uma forma banalizada e, não raro, caricata, da falsa ignorância do filósofo Sócrates. Só que esse discurso de "imperfeição" não passa de uma grande hipocrisia, uma falácia que mascara o orgulho extremo, a vaidade nociva e a arrogância, sob um medo de sofrer as consequências negativas desses mesmos erros. Em outras palavras, "assume-se" o erro para evitar punições, sob a desculpa de que "todo mundo erra, logo ninguém será punido com isso".

No caso do "movimento espírita", essa retórica da "imperfeição", despejada nos fóruns e outros espaços de mensagens pelos "isentões espíritas", estes autoproclamados os "arautos da imparcialidade e da objetividade da humanidade", serve para blindar, sobretudo, Chico Xavier, o grande vendedor de livros mistificadores e um mito que tem que ser mantido de uma forma ou de outra.

Graças a um poderoso lobby, que envolve literatos, editores de livros, parlamentares, juristas, jornalistas e acadêmicos, Chico Xavier é, mesmo postumamente, a pessoa mais blindada do Brasil. Ele é o "PSDB que deu certo", recebendo uma blindagem igual ou maior que a dos tucanos, sem precisar virar "vidraça" nas redes sociais.

Chico Xavier é tão blindado que, mesmo tendo um repertório ideológico ultraconservador, no qual se identificam ideias relacionadas à reforma trabalhista, à cura gay, ao trabalho servil e exaustivo, à submissão humana e à rejeição ao senso crítico, ele ainda é apreciado por setores das esquerdas que, pior do que Damares Alves (que viu Jesus subindo na goiabeira), veem o rosto do "médium" surgir do brotar de uma flor.

A fascinação obsessiva por Chico Xavier é uma grave doença psicológica, parecendo um contágio da própria esquizofrenia do "médium". Só que essa esquizofrenia, pelo menos, se manifestava na suposição de que as mensagens que vinham de sua mente eram trazidas pelos mortos.

E olha que não falamos das atividades "mais sofisticadas", na qual Chico Xavier parodiava "autores difíceis" com a ajuda de espíritos, sim, só que de espíritos ENCARNADOS na ocasião, como Antônio Wantuil de Freitas, Luís da Costa Porto Carreiro Neto, Manuel Quintão, Waldo Vieira e tantos outros.

Só que esse discurso dos "médiuns que erram", dentro de um "espiritismo cheio de imperfeições" cujos integrantes "erram o tempo todo" e "se desentendem constantemente", nivela os "espíritas" ao governo de "caneladas" que é o de Jair Bolsonaro, seus familiares, ministros e aliados, e reflete o quanto os brasileiros se conformam com os erros, mesmo gravíssimos e altamente nocivos, desde que cometidos por pessoas que eles julgam ser de um status quo menos repulsivo.

Isso mostra o quanto o Brasil se mergulhou na mediocridade e no retardamento mental que hoje vemos. Pessoas sentindo orgulho dos seus defeitos. Pessoas conformadas e até felizes com retrocessos sociais.

Por outro lado, são pessoas que se revoltam, nas redes sociais, quando alguém pede melhorias de vida e acaba sendo alvo de campanhas violentas de difamação, incluindo blogs ofensivos e até ameaças de morte em mensagens digitais. São pessoas que se revoltam quando presidentes da República cometem acertos e vão para as ruas, vestidos com a camiseta da corrupta CBF, pedir impeachment do presidente progressista sob a desculpa do "combate à corrupção".

E não vão os "espíritas" dizerem que não são bolsonaristas, nunca apoiaram o golpe de 2016 etc etc e etc. Até porque, quando convinha o momento, esse pessoal exaltava Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Kim Kataguiri. Não se pode admitir que "espíritas" assumam, num momento, posturas reacionárias e ultraconservadoras e, depois, dizerem que "agiram por impulso" ou "foram obsediados".

Os discípulos de Chico Xavier são bolsonaristas por tabela. Isso porque, queiram ou não queiram, as ideias de Chico Xavier e Jair Bolsonaro são praticamente as mesmas. E se Chico Xavier parecia reprovar a violência, isso não é compartilhado por seus seguidores, que reagem de forma violenta e rancorosa ao menor questionamento ao seu ídolo. Vide o caso Amauri Xavier.

Mas os chiquistas rancorosos também podem ser manipuladores do discurso e, tomados pela "Síndrome da Projeção" (fenômeno psicológico no qual a pessoa atribui os próprios defeitos a outrem), os seguidores de Chico Xavier dizem que os contestadores "é que são rancorosos". Nunca foi tão fácil mentir para defender Chico Xavier. Se fala até besteira, mas depois é só dizer que "errou muito". Com "caneladas" assim, a vida ficou fácil demais...

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Padre Quevedo: A farsa de Chico Xavier

Esse instigante texto é leitura obrigatória para quem quer saber das artimanhas de um grande deturpador do Espiritismo francês, e que se promoveu através de farsas "mediúnicas" que demonstram uma série de irregularidades. Publicamos aqui em memória ao parapsicólogo Padre Oscar Quevedo, que morreu hoje, aos 89 anos. Para quem é amigo da lógica e do bom senso, lerá este texto até o fim, nem que seja preciso imprimi-lo para lê-lo aos poucos. Mas quem está movido por paixões religiosas e ainda sente fascinação obsessiva por Chico Xavier, vai evitar este texto chorando copiosamente ou mordendo os beiços de raiva. A farsa de Chico Xavier Por Padre Quevedo Francisco Cândido Xavier (1910-2002), mais conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer sistematicamente como “médium” espiritista psicógrafo à idade de 17 anos no Centro Espírita de Pedro Leopoldo, sua cidade natal. # Durante as últimas sete décadas foi sem dúvidas e cada vez mais uma figura muitíssimo famosa. E a...

Chico Xavier apoiou a ditadura e fez fraudes literárias. E daí?

Vamos parar com o medo e a negação da comparação de Chico Xavier com Jair Bolsonaro. Ambos são produtos de um mesmo inconsciente psicológico conservador, de um mesmo pano de fundo ao mesmo tempo moralista e imoral, e os dois nunca passaram de dois lados de uma mesma moeda. Podem "jair" se acostumando com a comparação entre o "médium cândido" e o "capitão messias". O livro O Médico e o Monstro (Dr. Jekyll & Mr. Hyde) , de Robert Louis Stevenson, explica muito esse aparente contraste, que muitas vezes escapa ao maniqueísmo fácil. É simples dizer que Francisco Cândido Xavier era o símbolo de "amor" e Jair Bolsonaro é o símbolo do "ódio". Mas há episódios de Chico Xavier que são tipicamente Jair Bolsonaro e vice-versa. E Chico Xavier acusando pessoas humildes de terem sido romanos sanguinários, sem a menor fundamentação? E o "bondoso médium" chamando de "bobagem da grossa" a dúvida que amigos de Jair Presente ...

Chico Xavier e Divaldo Franco NÃO têm importância alguma para o Espiritismo

O desespero reina nas redes sociais, e o apego aos "médiuns" Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco chega aos níveis de doenças psicológicas graves. Tanto que as pessoas acabam investindo na hipocrisia para manter a crença nos dois deturpadores da causa espírita em níveis que consideram ser "em bons termos". Há várias alegações dos seguidores de Chico Xavier e Divaldo Franco que podemos enumerar, pelo menos as principais delas: 1) Que eles são admirados por "não-espíritas", uma tentativa de evitar algum sectarismo; 2) Que os seguidores admitem que os "médiuns" erram, mas que eles "são importantes" para a divulgação do Espiritismo; 3) Que os seguidores consideram que os "médiuns" são "cheios de imperfeições, mas pelo menos viveram para ajudar o próximo". A emotividade tóxica que representa a adoração a esses supostos médiuns, que em suas práticas simplesmente rasgaram O Livro dos Médiuns  sem um pingo de es...

"Mediunidade" de Chico Xavier não passou de alucinação

  Uma matéria da revista Realidade, de novembro de 1971, dedicada a Francisco Cândido Xavier, mostrava inúmeros pontos duvidosos de sua trajetória "mediúnica", incluindo um trote feito pelo repórter José Hamilton Ribeiro - o mesmo que, ultimamente, faz matérias para o Globo Rural, da Rede Globo - , incluindo uma idosa doente, mas ainda viva, que havia sido dada como "morta" (ela só morreu depois da suposta psicografia e, nem por isso, seu espírito se apressou a mandar mensagem) e um fictício espírito de um paulista. Embora a matéria passasse pano nos projetos assistencialistas de Chico Xavier e alegasse que sua presença era tão agradável que "ninguém queria largar ele", uma menção "positiva" do perigoso processo do "bombardeio de amor" ( love bombing ), a matéria punha em xeque a "mediunidade" dele, e aqui mostramos um texto que enfatiza um exame médico que constatou que esse dom era falso. Os chiquistas alegaram que outros ex...

Carlos Baccelli era obsediado? Faz parte do vale-tudo do "espiritismo" brasileiro

Um episódio que fez o "médium" Carlos Bacelli (ou Carlos Baccelli) se tornar quase uma persona non grata  de setores do "movimento espírita" foi uma fase em que ele, parceiro de Francisco Cândido Xavier na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, estava sendo tomado de um processo obsessivo no qual o obrigou a cancelar a referida parceria com o beato medieval de Pedro Leopoldo. Vamos reproduzir aqui um trecho sobre esse rompimento, do blog Questão Espírita , de autoria de Jorge Rizzini, que conta com pontos bastante incoerentes - como acusar Baccelli de trazer ideias contrárias a Allan Kardec, como se Chico Xavier não tivesse feito isso - , mas que, de certa forma, explicam um pouco do porquê desse rompimento: Li com a maior atenção os disparates contidos nas mais recentes obras do médium Carlos A. Bacelli. Os textos, da primeira à última página, são mais uma prova de que ele está com os parafusos mentais desatarraxados. Continua vítima de um processo obsessi...

Chico Xavier cometeu erros graves, entre os quais lançar livros

PIOR É QUE ESSES LIVROS JÁ SÃO COLETÂNEAS QUE CANIBALIZARAM OS TERRÍVEIS 418 LIVROS ATRIBUÍDOS A FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER. Chico Xavier causou um sério prejuízo para o Brasil. Sob todos os aspectos. Usurpou a Doutrina Espírita da qual não tinha o menor interesse em estudar e acabou se tornando o "dono" do sistema de ideias lançado por Allan Kardec. Sob o pretexto de ajudar as famílias, se aproveitou das tragédias vividas por elas e, além de criar de sua mente mensagens falsamente atribuídas aos jovens mortos, ainda expôs os familiares à ostentação de seus dramas e tristezas, transformando a dor familiar em sensacionalismo. Tudo o que Chico Xavier fez e que o pessoal acha o suprassumo da caridade plena é, na verdade, um monte de atitudes irresponsáveis que somente um país confuso como o Brasil define como "elevadas" e "puras". Uma das piores atitudes de Chico Xavier foi lançar livros. Foram 418 livros fora outros que, após a morte do anti-médium m...

Falsas psicografias de roqueiros: Raul Seixas

Vivo, Raul Seixas era discriminado pelo mercado e pela sociedade moralista. Morto, é glorificado pelos mesmos que o discriminaram. Tantos oportunistas se cercaram diante da imagem do roqueiro morto e fingiram que sempre gostaram dele, usando-o em causa própria. Em relação ao legado que Raul Seixas deixou, vemos "sertanejos" e axézeiros, além de "pop-roqueiros" de quinta categoria, voltando-se para o cadáver do cantor baiano como urubus voando em cima de carniças. Todo mundo tirando uma casquinha, usurpando, em causa própria, o prestígio e a credibilidade de Raulzito. No "espiritismo" não seria diferente. Um suposto médium, Nelson Moraes, foi construir uma "psicografia" de Raul Seixas usando o pseudônimo de Zílio, no caso de haver algum problema na Justiça, através de uma imagem estereotipada do roqueiro. Assim, Nelson Moraes, juntando sua formação religiosista, um "espiritismo" que sabemos é mais católico do que espírita, baseo...

URGENTE! Divaldo Franco NÃO psicografou coisa alguma em toda sua vida!

Estamos diante da grande farsa que se tornou o Espiritismo no Brasil, empastelado pelos deturpadores brasileiros que cometeram traições graves ao trabalhoso legado de Allan Kardec, que suou muito para trazer para o mundo novos conhecimentos que, manipulados por espertos usurpadores, se reduziram a uma bagunça, a um engodo que mistura valores místicos, moralismo conservador e muitas e muitas mentiras e safadezas. É doloroso dizer isso, mas os fatos confirmam. Vemos um falso Humberto de Campos, suposto espírito que "voltou" pelos livros de Francisco Cândido Xavier de forma bem diferente do autor original, mais parecendo um sacerdote medieval metido a evangelista do que um membro da Academia Brasileira de Letras. Poucos conseguem admitir que essa usurpação, que custou um processo judicial que a seletividade de nossa Justiça, que sempre absolve os privilegiados da grana, do poder ou da fé, encerrou na impunidade a Chico Xavier e à FEB, se deu porque o "médium" mi...

Propagandista de Chico Xavier, família Marinho está na lista de mais ricos do país

Delícia promover a reputação supostamente inabalável de um deturpador da Doutrina Espírita como Francisco Cândido Xavier. As Organizações Globo (Rede Globo, O Globo, Época, Globo News) é propriedade dos irmãos Marinho, que estão no grupo seleto dos oito brasileiros mais ricos do mundo. Numa lista que inclui nada menos do que três sócios da Ambev, uma das maiores empresas fabricantes de cerveja no Brasil, os irmãos João Roberto, José Roberto e Roberto Irineu, filhos do "lendário" Roberto Marinho, somam, juntos, cerca de R$ 41,8 bilhões, cerca de um sétimo da fortuna total dos oito maiores bilionários do Brasil: R$ 285,8 bilhões. Sabe-se que a Rede Globo foi a maior propagandista de Chico Xavier e outros deturpadores da Doutrina Espírita no Brasil. As Organizações Globo superaram a antiga animosidade em relação ao anti-médium e resolveram reinventar seu mito religioso, baseado no que o inglês Malcolm Muggeridge fez com Madre Teresa de Calcutá. Para entender esta histór...

Padrão de vida dos brasileiros é muito sem-graça e atrasado para virar referência mundial

Pode parecer uma grande coincidência, a princípio, mas dois fatores podem soar como avisos para a pretensão de uma elite bem nascida no Brasil querer se tornar dominante no mundo, virando referência mundial. Ambos ocorreram no âmbito do ataque terrorista do Hamas na Faixa de Gaza, em Israel. Um fator é que 260 corpos foram encontrados no local onde uma rave  era realizada em Israel, na referida região atingida pelo ataque que causou, pelo menos, mais de duas mil mortes. O festival era o Universo Paralello (isso mesmo, com dois "l"), organizado por brasileiros, que teria entre as atrações o arroz-de-festa Alok. Outro fator é que um dos dois brasileiros mortos encontrados, Ranani Glazer (a outra vitima foi a jovem Bruna Valeanu), tinha como tatuagem a famosa pintura "A Criação de Adão", de Michelangelo, evocando a religiosidade da ligação de Deus com o homem. A mensagem subliminar - lembrando que a tatuagem religiosa não salvou a vida do rapaz - é de que o pretenso pr...