EM SÃO PAULO, OS ÔNIBUS IGUAIZINHOS QUE DESAFIAM A ATENÇÃO DOS PASSAGEIROS NA HORA DE IR E VIR.
O Brasil tem coisas bastante surreais, posturas atrasadas, obsoletas, decadentes, ultrapassadas, mas que prevalecem na marra por conta de ginásticas intelectuais vindas de gente tentando argumentar o ilógico e falando até em juridiquês para reforçar suas teses delirantes.
Uma delas é a insanidade que prefeituras ou governos estaduais fazem com os sistemas de ônibus, nos quais diferentes empresas de ônibus têm que apresentar uma mesma pintura, relativa a critérios que variam de consórcios, zonas de bairros, tipos de ônibus etc.
Essa loucura veio da ditadura militar e foi imposta na marra pelo prefeito Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, passando por cima das leis, atropelando até mesmo o Código de Defesa do Consumidor e promovendo um voto parlamentar às escuras para aprovar a medida. Resultado: a pintura padronizada virou uma lona para o circo da farra político-empresarial na qual um dos empresários envolvidos tem um sobrenome ilustrativo: Barata.
Hoje o grupo empresarial que impôs a pintura padronizada nos ônibus cariocas - que criou um modismo estadual no qual a mais recente adesão aos "ônibus iguaizinhos" é o município de Resende, inspirado nos "exemplos" das vizinhas Volta Redonda e Barra Mansa - , o de Eduardo Paes e Sérgio Cabral Filho, enfrenta um grande inferno astral, com o ex-governador fluminense preso e condenado a uma longa sentença (se ela vai ser totalmente cumprida, não se sabe, mas ela hoje lhe deprime).
O apego doentio, paranoico, psicótico, neurótico aos "ônibus iguaizinhos", através do qual houve até busólogo criando páginas de ofensas que, se possível, poderia esculhambar até Jesus de Nazaré, se caso ele manifestasse discordância com o valentão da busologia, faz com que muitas pessoas corram para o psiquiatra toda vez que imaginar que a pintura padronizada nos ônibus poderá um dia ser cancelada e as empresas de ônibus poderão apresentar suas respectivas identidades visuais.
Em muitos casos, só de imaginar isso, a turma do "pensamento padronizado" chega a ficar a uns poucos passos do hospício quando veem alguém lutando para barrar a pintura padronizada nos ônibus em uma cidade. Passam a empastelar até petições de abaixo-assinados virtuais, como se fosse aceitável fazer trolagem ou cyberbullying em espaços que servem apenas para assinaturas digitais.
Isso não é exagero. E, para evitar o acesso ao manicômio, vários beatos dos "ônibus iguaizinhos" tentam se conter nas redes sociais. Falaciosos, tentam isolar o discordante, atribuindo a ele pretensa anormalidade social. "Xi, lá vem fulano com aquele papo de despadronizar os ônibus", "Ih, é aquele chato de novo".
Essa manobra tenta dar a uma minoria de valentões digitais o status de "normalidade" e "naturalidade", porque o outro é que é "chato", quando vemos que os defensores da pintura padronizada nos ônibus são as pessoas mais chatas e intolerantes do Brasil, que fazem busologia de gabinete, justificando tudo com argumentos baseados em gráficos, esquemas toscos de PowerPoint e maquetes. O povo se reduz a um "gado" que tem que aceitar o que os "padronizetes" dizem.
Quem é mais tecnocrático é que mais busca essas fontes argumentícias. Criam um mundo de faz-de-conta de PowerPoint, maquetes e gráficos coloridos de WordArt. Como se miniaturas, desenhos e slides dissessem mais do que o cotidiano vivido pelas pessoas, o que é um absurdo.
Mas aí o status quo fala mais alto do que a vivência cotidiana. O homem que mais defende os "ônibus iguaizinhos" é o arquiteto paranaense Jaime Lerner, filhote da ditadura e hoje apoiando o presidente Michel Temer. Ele foi prefeito de Curitiba, uma cidade que recentemente se revelou reacionária e ultraconservadora, derrubando o mito de modernidade e progresso associado à capital paranaense, apelidada de "República de Curitiba" por causa do poder imperial da Operação Lava Jato.
A partir dele, pelo menos os "padronizetes", fãs enlouquecidos dos "ônibus iguaizinhos", podem se sustentar de argumentos "técnicos": usam falácias do tipo "a adoção de pintura padronizada obedece critérios de trajetos ou tipos de ônibus adotados, favorecendo (sic) a identificação através desses requisitos e facilitando (sic) o usuário na hora de pegar um ônibus numa cidade".
Mas isso é mais ou menos quando um burguesinho acusado de estuprar uma jovem argumentar que "ele apenas queria conversar e conhecer a garota, mas ela reagiu com gritos". Só vivendo o cotidiano para saber o trabalho que as pessoas, já com muita coisa para fazer, têm para diferir um ônibus de outro.
Em conversas com pessoas, houve gente de Niterói reclamando que os carros 2.2.124 e 2.4.124 têm a mesma pintura. O primeiro carro é de uma empresa, a Santo Antônio, e outro, da Viação Fortaleza. Para piorar, a Fortaleza andou emprestando carros para a Santo Antônio na linha 45 Cubango / Centro, e a Santo Antônio emprestou carros para a Fortaleza operar a 53 Santa Rosa / Centro. O passageiro pira de vez, no pior sentido.
Evidentemente, fazer voltar as identidades visuais diferentes de cada empresa de ônibus não vai combater a corrupção no setor nem melhorar, em si, o serviço. Mas criaria facilidades muito grandes, sobretudo para identificar, pelas cores, a empresa que presta um péssimo serviço à população.
No caso de uma empresa de ônibus deficitária, mas persistente, a Trans1000 de Mesquita, na Baixada Fluminense, se foi difícil pedir a cassação da empresa com a diversidade visual dos ônibus que operam linhas intermunicipais fluminenses, com a pintura padronizada a coisa seria mais grave ainda, porque a Trans1000 teria as mesmas cores de empresas com melhor qualidade de serviço e a burocracia política poderia fazer a Trans1000 apenas mudar de nome para enganar o povo.
Não há argumento técnico algum que comprove vantagens da pintura padronizada. Para complicar as coisas, se diferentes empresas de ônibus têm a mesma pintura, em certos casos, há casos de uma única empresa de ônibus que opera em diferentes esquemas e cidades, que chega a ter várias pinturas, gastando dinheiro com tinta ou plotagem, o que refere a mais custos para a passagem.
A pintura padronizada gera mais burocracia, mais custos, complica a vida do povo de uma cidade ou região metropolitana e estimula a corrupção político-empresarial, o que deveria fazer com que esta medida seja condenada e não estimulada pela sociedade.
Mas, infelizmente, temos o apego doentio à pintura padronizada nos ônibus, a ponto de dar insônia quando seus defensores imaginam que uma cidade de São Paulo poderia cancelar a "era dos ônibus iguaizinhos". Fala-se em mudar os critérios de licitação de consórcios para lotes de bairros, o que permitiria cada empresa retomar sua identidade visual. Mas os "padronizetes" rezam para São Carimbo, o padroeiro dos "padronizados", para que a pintura padronizada fosse mantida.
É lamentável isso e esta realidade demonstra o quanto medidas retrógradas tentam prevalecer na marra durante anos e anos. Ainda que sob o preço de busólogos valentões criando blogs ofensivos, caluniando tudo e todos. Atitudes assim revelam o quanto uma mera medida para transportes gera um fanatismo desesperado e um apego doentio digno de religiosos obsessivos.
O Brasil tem coisas bastante surreais, posturas atrasadas, obsoletas, decadentes, ultrapassadas, mas que prevalecem na marra por conta de ginásticas intelectuais vindas de gente tentando argumentar o ilógico e falando até em juridiquês para reforçar suas teses delirantes.
Uma delas é a insanidade que prefeituras ou governos estaduais fazem com os sistemas de ônibus, nos quais diferentes empresas de ônibus têm que apresentar uma mesma pintura, relativa a critérios que variam de consórcios, zonas de bairros, tipos de ônibus etc.
Essa loucura veio da ditadura militar e foi imposta na marra pelo prefeito Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, passando por cima das leis, atropelando até mesmo o Código de Defesa do Consumidor e promovendo um voto parlamentar às escuras para aprovar a medida. Resultado: a pintura padronizada virou uma lona para o circo da farra político-empresarial na qual um dos empresários envolvidos tem um sobrenome ilustrativo: Barata.
Hoje o grupo empresarial que impôs a pintura padronizada nos ônibus cariocas - que criou um modismo estadual no qual a mais recente adesão aos "ônibus iguaizinhos" é o município de Resende, inspirado nos "exemplos" das vizinhas Volta Redonda e Barra Mansa - , o de Eduardo Paes e Sérgio Cabral Filho, enfrenta um grande inferno astral, com o ex-governador fluminense preso e condenado a uma longa sentença (se ela vai ser totalmente cumprida, não se sabe, mas ela hoje lhe deprime).
O apego doentio, paranoico, psicótico, neurótico aos "ônibus iguaizinhos", através do qual houve até busólogo criando páginas de ofensas que, se possível, poderia esculhambar até Jesus de Nazaré, se caso ele manifestasse discordância com o valentão da busologia, faz com que muitas pessoas corram para o psiquiatra toda vez que imaginar que a pintura padronizada nos ônibus poderá um dia ser cancelada e as empresas de ônibus poderão apresentar suas respectivas identidades visuais.
Em muitos casos, só de imaginar isso, a turma do "pensamento padronizado" chega a ficar a uns poucos passos do hospício quando veem alguém lutando para barrar a pintura padronizada nos ônibus em uma cidade. Passam a empastelar até petições de abaixo-assinados virtuais, como se fosse aceitável fazer trolagem ou cyberbullying em espaços que servem apenas para assinaturas digitais.
Isso não é exagero. E, para evitar o acesso ao manicômio, vários beatos dos "ônibus iguaizinhos" tentam se conter nas redes sociais. Falaciosos, tentam isolar o discordante, atribuindo a ele pretensa anormalidade social. "Xi, lá vem fulano com aquele papo de despadronizar os ônibus", "Ih, é aquele chato de novo".
Essa manobra tenta dar a uma minoria de valentões digitais o status de "normalidade" e "naturalidade", porque o outro é que é "chato", quando vemos que os defensores da pintura padronizada nos ônibus são as pessoas mais chatas e intolerantes do Brasil, que fazem busologia de gabinete, justificando tudo com argumentos baseados em gráficos, esquemas toscos de PowerPoint e maquetes. O povo se reduz a um "gado" que tem que aceitar o que os "padronizetes" dizem.
Quem é mais tecnocrático é que mais busca essas fontes argumentícias. Criam um mundo de faz-de-conta de PowerPoint, maquetes e gráficos coloridos de WordArt. Como se miniaturas, desenhos e slides dissessem mais do que o cotidiano vivido pelas pessoas, o que é um absurdo.
Mas aí o status quo fala mais alto do que a vivência cotidiana. O homem que mais defende os "ônibus iguaizinhos" é o arquiteto paranaense Jaime Lerner, filhote da ditadura e hoje apoiando o presidente Michel Temer. Ele foi prefeito de Curitiba, uma cidade que recentemente se revelou reacionária e ultraconservadora, derrubando o mito de modernidade e progresso associado à capital paranaense, apelidada de "República de Curitiba" por causa do poder imperial da Operação Lava Jato.
A partir dele, pelo menos os "padronizetes", fãs enlouquecidos dos "ônibus iguaizinhos", podem se sustentar de argumentos "técnicos": usam falácias do tipo "a adoção de pintura padronizada obedece critérios de trajetos ou tipos de ônibus adotados, favorecendo (sic) a identificação através desses requisitos e facilitando (sic) o usuário na hora de pegar um ônibus numa cidade".
Mas isso é mais ou menos quando um burguesinho acusado de estuprar uma jovem argumentar que "ele apenas queria conversar e conhecer a garota, mas ela reagiu com gritos". Só vivendo o cotidiano para saber o trabalho que as pessoas, já com muita coisa para fazer, têm para diferir um ônibus de outro.
Em conversas com pessoas, houve gente de Niterói reclamando que os carros 2.2.124 e 2.4.124 têm a mesma pintura. O primeiro carro é de uma empresa, a Santo Antônio, e outro, da Viação Fortaleza. Para piorar, a Fortaleza andou emprestando carros para a Santo Antônio na linha 45 Cubango / Centro, e a Santo Antônio emprestou carros para a Fortaleza operar a 53 Santa Rosa / Centro. O passageiro pira de vez, no pior sentido.
Evidentemente, fazer voltar as identidades visuais diferentes de cada empresa de ônibus não vai combater a corrupção no setor nem melhorar, em si, o serviço. Mas criaria facilidades muito grandes, sobretudo para identificar, pelas cores, a empresa que presta um péssimo serviço à população.
No caso de uma empresa de ônibus deficitária, mas persistente, a Trans1000 de Mesquita, na Baixada Fluminense, se foi difícil pedir a cassação da empresa com a diversidade visual dos ônibus que operam linhas intermunicipais fluminenses, com a pintura padronizada a coisa seria mais grave ainda, porque a Trans1000 teria as mesmas cores de empresas com melhor qualidade de serviço e a burocracia política poderia fazer a Trans1000 apenas mudar de nome para enganar o povo.
Não há argumento técnico algum que comprove vantagens da pintura padronizada. Para complicar as coisas, se diferentes empresas de ônibus têm a mesma pintura, em certos casos, há casos de uma única empresa de ônibus que opera em diferentes esquemas e cidades, que chega a ter várias pinturas, gastando dinheiro com tinta ou plotagem, o que refere a mais custos para a passagem.
A pintura padronizada gera mais burocracia, mais custos, complica a vida do povo de uma cidade ou região metropolitana e estimula a corrupção político-empresarial, o que deveria fazer com que esta medida seja condenada e não estimulada pela sociedade.
Mas, infelizmente, temos o apego doentio à pintura padronizada nos ônibus, a ponto de dar insônia quando seus defensores imaginam que uma cidade de São Paulo poderia cancelar a "era dos ônibus iguaizinhos". Fala-se em mudar os critérios de licitação de consórcios para lotes de bairros, o que permitiria cada empresa retomar sua identidade visual. Mas os "padronizetes" rezam para São Carimbo, o padroeiro dos "padronizados", para que a pintura padronizada fosse mantida.
É lamentável isso e esta realidade demonstra o quanto medidas retrógradas tentam prevalecer na marra durante anos e anos. Ainda que sob o preço de busólogos valentões criando blogs ofensivos, caluniando tudo e todos. Atitudes assim revelam o quanto uma mera medida para transportes gera um fanatismo desesperado e um apego doentio digno de religiosos obsessivos.
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