Pular para o conteúdo principal

Deturpadores agora querem "exaltar" espíritas brasileiros autênticos


A crise no "movimento espírita" se torna tão aguda, com as velhas e as mais recentes contradições sendo reveladas na Internet - só falta um "Joesley Batista" entregar os deturpadores ao establishment da opinião pública - , que seus dirigentes, palestrantes e "médiuns" estão apelando para tudo para evitar a decadência.

Paciência, eles fizeram suas más escolhas, que um dia acabam cobrando seu preço caro, uma conta que os infratores de outrora não querem pagar. A desonestidade doutrinária das traições em torno de Allan Kardec e a preferência original por J. B. Roustaing criou impasses que foram sendo maquiados pouco a pouco por essa doutrina que praticamente rompeu com o pedagogo de Lyon.

Como não podem afirmar a veracidade de tantas mediunidades fake, forjadas pelos "tarimbados" Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, eles tentaram se projetar pela aparente "filantropia". Mas como a "caridade" de Chico Xavier e Divaldo Franco não trouxe os resultados desejados, os "espíritas" então fazem todo tipo de malabarismo para se manterem em pé.

E aí o que é que estão fazendo ultimamente? Andam bajulando espíritas autênticos, como José Herculano Pires e Deolindo Amorim - um foi sobrinho do prosador caipira Cornélio Pires, outro pai do jornalista e "ansioso blogueiro" Paulo Henrique Amorim - , descrevendo fatos biográficos ou reproduzindo seus textos, como se a deturpação tivesse feito seu dever de aula com o Espiritismo mais genuíno.

Sabemos que não. Afinal, os "espíritas" deturpadores, que professam na verdade um Catolicismo paralelo que se encontra escancarado nas "casas espíritas", e nesses horrendos romances "espíritas" que parecem folhetins de segunda categoria - isso quando não é a ficção científica de baixa qualidade, como Nosso Lar - , nunca abririam mão desse igrejismo sem batina que tanto defendem e praticam.

Nas últimas décadas, o "movimento espírita" entrou numa fase de profunda hipocrisia e demagogia, como se ser contraditório fosse a receita do sucesso. Roustanguistas, seus membros apenas romperam com o "alto clero" da Federação "Espírita" Brasileira, que ficou isolado no seu roustanguismo ortodoxo.

Chama-se de "fase dúbia". Afinal, o "espiritismo" brasileiro passou a ter duas caras, saindo daquela linha assumidamente roustanguista do antigo presidente da FEB, Antônio Wantuil de Freitas. A "fase dúbia" também rompeu com o poder central da FEB reafirmado pelo Pacto Áureo de 1949 e passou a enfatizar mais as federações regionais.

A "fase dúbia" do "espiritismo" brasileiro, que passou a se autodenominar "kardecismo" ou "espiritismo kardecista", na verdade nem de longe representa a volta aos postulados de Kardec, até porque as fontes kardecianas são ainda muito duvidosas. Apenas se trocou as traduções da FEB de Guillón Ribeiro pelas da IDE por Salvador Gentile. Mas o igrejismo, na essência, permanece o mesmo.

Trata-se, na prática, de um roustanguismo heterodoxo, acolhendo apenas na fachada os postulados espíritas originais e o eventual desfile de personagens da Ciência e do Ativismo Social mais autênticos. A "fase dúbia" permitiu aos roustanguistas mais regionais tentar agradar os espíritas autênticos e promover uma pretensa "fraternidade" que mais favorece os deturpadores, vistos como "conciliadores" e "tolerantes".

A manobra, que voltou com mais força, dos deturpadores que "vaticanizam" o Espiritismo em "valorizar" os exemplos dignos de Herculano e Deolindo, tem como objetivo criar um bom-mocismo entre determinadas personalidades da doutrina deturpada, sendo o mesmo apelo que víamos após o fim da fase Wantuil, em que todos os roustanguistas que não integravam a alta diretoria da FEB passaram a embarcar no navio da "retomada das bases kardecianas".

Evidentemente, os próprios deturpadores tentam fazer o público esquecer que Herculano e Deolindo fizeram duras críticas aos que praticam a Deturpação. Tem deturpador que fala mal de "falsos Constantinos que vaticanizam o Espiritismo", mas ele mesmo se traveste de um "falso Herculano" que fala em "pureza doutrinária" mas depois vai lá dizer amém a um livro mistificador de Chico Xavier.

Os deturpadores do Espiritismo tentam nos fazer crer que, exaltando os espíritas autênticos, promovem o "equilíbrio", a "tolerância", a "imparcialidade" e o "esquecimento das diferenças". Tentam trabalhar um estranho conceito de "fraternidade", em que o "esquecimento das diferenças" torna-se uma desculpa traiçoeira para que os deturpadores continuem no domínio ou, quando muito, sejam coadjuvantes oportunistas da aparente recuperação das bases doutrinárias.

É uma "fraternidade decidida de cima", se não dos escritórios centrais da FEB, ao menos de ilustres dirigentes "espíritas" regionais e seus festejados "médiuns". É como na frase-denúncia no livro Revolução dos Bichos de George Orwell: "Todos somos iguais, mas uns são mais iguais do que outros". De que adianta elogiar os espíritas autênticos se a deturpação igrejeira segue inteira?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Padre Quevedo: A farsa de Chico Xavier

Esse instigante texto é leitura obrigatória para quem quer saber das artimanhas de um grande deturpador do Espiritismo francês, e que se promoveu através de farsas "mediúnicas" que demonstram uma série de irregularidades. Publicamos aqui em memória ao parapsicólogo Padre Oscar Quevedo, que morreu hoje, aos 89 anos. Para quem é amigo da lógica e do bom senso, lerá este texto até o fim, nem que seja preciso imprimi-lo para lê-lo aos poucos. Mas quem está movido por paixões religiosas e ainda sente fascinação obsessiva por Chico Xavier, vai evitar este texto chorando copiosamente ou mordendo os beiços de raiva. A farsa de Chico Xavier Por Padre Quevedo Francisco Cândido Xavier (1910-2002), mais conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer sistematicamente como “médium” espiritista psicógrafo à idade de 17 anos no Centro Espírita de Pedro Leopoldo, sua cidade natal. # Durante as últimas sete décadas foi sem dúvidas e cada vez mais uma figura muitíssimo famosa. E a...

"Mediunidade" de Chico Xavier não passou de alucinação

  Uma matéria da revista Realidade, de novembro de 1971, dedicada a Francisco Cândido Xavier, mostrava inúmeros pontos duvidosos de sua trajetória "mediúnica", incluindo um trote feito pelo repórter José Hamilton Ribeiro - o mesmo que, ultimamente, faz matérias para o Globo Rural, da Rede Globo - , incluindo uma idosa doente, mas ainda viva, que havia sido dada como "morta" (ela só morreu depois da suposta psicografia e, nem por isso, seu espírito se apressou a mandar mensagem) e um fictício espírito de um paulista. Embora a matéria passasse pano nos projetos assistencialistas de Chico Xavier e alegasse que sua presença era tão agradável que "ninguém queria largar ele", uma menção "positiva" do perigoso processo do "bombardeio de amor" ( love bombing ), a matéria punha em xeque a "mediunidade" dele, e aqui mostramos um texto que enfatiza um exame médico que constatou que esse dom era falso. Os chiquistas alegaram que outros ex...

Chico Xavier apoiou a ditadura e fez fraudes literárias. E daí?

Vamos parar com o medo e a negação da comparação de Chico Xavier com Jair Bolsonaro. Ambos são produtos de um mesmo inconsciente psicológico conservador, de um mesmo pano de fundo ao mesmo tempo moralista e imoral, e os dois nunca passaram de dois lados de uma mesma moeda. Podem "jair" se acostumando com a comparação entre o "médium cândido" e o "capitão messias". O livro O Médico e o Monstro (Dr. Jekyll & Mr. Hyde) , de Robert Louis Stevenson, explica muito esse aparente contraste, que muitas vezes escapa ao maniqueísmo fácil. É simples dizer que Francisco Cândido Xavier era o símbolo de "amor" e Jair Bolsonaro é o símbolo do "ódio". Mas há episódios de Chico Xavier que são tipicamente Jair Bolsonaro e vice-versa. E Chico Xavier acusando pessoas humildes de terem sido romanos sanguinários, sem a menor fundamentação? E o "bondoso médium" chamando de "bobagem da grossa" a dúvida que amigos de Jair Presente ...

Caso João de Deus é apenas a ponta do iceberg de escândalos ainda piores

A FAMIGLIA "ESPÍRITA" UNIDA. Hoje o "médium" e latifundiário João Teixeira de Faria, o João de Deus, se entregou à polícia de Goiás, a pedido do Ministério Público local e da Polícia Civil. Ele é acusado de assediar sexualmente mais de 300 mulheres e de ocultar um patrimônio financeiro que o faz um dos homens mais ricos do Estado. João nega as acusações de assédio, mas provas indicam que eles ocorreram desde 1983. Embora os adeptos do "espiritismo" brasileiro façam o possível para minimizar o caso, ele é, certamente, a ponta do iceberg de escândalos ainda piores que podem acontecer, que farão, entre outras coisas, descobrir as fraudes em torno de atividades supostamente mediúnicas, que, embora com fortes indícios de irregularidades, são oficialmente legitimadas por parecerem "agradáveis" e "edificantes" para o leitor brasileiro médio. O caso João de Deus é apenas o começo, embora ele não tenha sido o único escândalo. Outro...

Carlos Baccelli era obsediado? Faz parte do vale-tudo do "espiritismo" brasileiro

Um episódio que fez o "médium" Carlos Bacelli (ou Carlos Baccelli) se tornar quase uma persona non grata  de setores do "movimento espírita" foi uma fase em que ele, parceiro de Francisco Cândido Xavier na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, estava sendo tomado de um processo obsessivo no qual o obrigou a cancelar a referida parceria com o beato medieval de Pedro Leopoldo. Vamos reproduzir aqui um trecho sobre esse rompimento, do blog Questão Espírita , de autoria de Jorge Rizzini, que conta com pontos bastante incoerentes - como acusar Baccelli de trazer ideias contrárias a Allan Kardec, como se Chico Xavier não tivesse feito isso - , mas que, de certa forma, explicam um pouco do porquê desse rompimento: Li com a maior atenção os disparates contidos nas mais recentes obras do médium Carlos A. Bacelli. Os textos, da primeira à última página, são mais uma prova de que ele está com os parafusos mentais desatarraxados. Continua vítima de um processo obsessi...

Falsas psicografias de roqueiros: Cazuza

Hoje faz 25 anos que Cazuza faleceu. O ex-vocalista do Barão Vermelho, ícone do Rock Brasil e da MPB verdadeira em geral (não aquela "verdadeira MPB" que lota plateias com facilidade, aparece no Domingão do Faustão e toca nas horrendas FMs "populares" da vida), deixou uma trajetória marcada pela personalidade boêmia e pela poesia simples e fortemente expressiva. E, é claro, como o "espiritismo" é marcado por supostos médiuns que nada têm de intermediários, porque se tornam os centros das atenções e os mais famosos deles, como Chico Xavier e Divaldo Franco, tentaram compensar a mediunidade irregular tentando se passar por pretensos pensadores, eventualmente tentando tirar uma casquinha com os finados do além. E aí, volta e meia os "médiuns" que se acham "donos dos mortos" vêm com mensagens atribuídas a este ou aquele famoso que, por suas irregularidades em relação à natureza pessoal de cada falecido, eles tentam dar uma de bonzinh...

As falsas psicografias

Infelizmente, ninguém conhece o que é mediunidade no Brasil. Para piorar, as pessoas aceitam esse desconhecimento, achando que tudo é verídico porque é misterioso, uma coisa inversa e radicalmente oposta ao que se ocorre na vida cotidiana. Isso é grave, porque, no "espiritismo" feito no Brasil, aceita-se tudo sem verificar. E quando se pede para verificar, há quem finja cumprir os mais rígidos procedimentos para garantir veracidade das supostas mensagens espirituais. Não se exige Inmetro, nem qualquer outro recurso de controle e verificação, e um caso típico da credulidade das pessoas corresponde às chamadas cartas "psicografadas", verdadeiros embustes que só fazem explorar e expor ao público as tristezas que as famílias poderiam viver na privacidade e sob assistência de pessoas com menor interesse oportunista possível. O que se observa é que são pessoas escrevendo, com velocidade "industrial", mensagens apócrifas que têm a mesma caligrafia. São m...

URGENTE! Divaldo Franco NÃO psicografou coisa alguma em toda sua vida!

Estamos diante da grande farsa que se tornou o Espiritismo no Brasil, empastelado pelos deturpadores brasileiros que cometeram traições graves ao trabalhoso legado de Allan Kardec, que suou muito para trazer para o mundo novos conhecimentos que, manipulados por espertos usurpadores, se reduziram a uma bagunça, a um engodo que mistura valores místicos, moralismo conservador e muitas e muitas mentiras e safadezas. É doloroso dizer isso, mas os fatos confirmam. Vemos um falso Humberto de Campos, suposto espírito que "voltou" pelos livros de Francisco Cândido Xavier de forma bem diferente do autor original, mais parecendo um sacerdote medieval metido a evangelista do que um membro da Academia Brasileira de Letras. Poucos conseguem admitir que essa usurpação, que custou um processo judicial que a seletividade de nossa Justiça, que sempre absolve os privilegiados da grana, do poder ou da fé, encerrou na impunidade a Chico Xavier e à FEB, se deu porque o "médium" mi...

Chico Xavier cometeu erros graves, entre os quais lançar livros

PIOR É QUE ESSES LIVROS JÁ SÃO COLETÂNEAS QUE CANIBALIZARAM OS TERRÍVEIS 418 LIVROS ATRIBUÍDOS A FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER. Chico Xavier causou um sério prejuízo para o Brasil. Sob todos os aspectos. Usurpou a Doutrina Espírita da qual não tinha o menor interesse em estudar e acabou se tornando o "dono" do sistema de ideias lançado por Allan Kardec. Sob o pretexto de ajudar as famílias, se aproveitou das tragédias vividas por elas e, além de criar de sua mente mensagens falsamente atribuídas aos jovens mortos, ainda expôs os familiares à ostentação de seus dramas e tristezas, transformando a dor familiar em sensacionalismo. Tudo o que Chico Xavier fez e que o pessoal acha o suprassumo da caridade plena é, na verdade, um monte de atitudes irresponsáveis que somente um país confuso como o Brasil define como "elevadas" e "puras". Uma das piores atitudes de Chico Xavier foi lançar livros. Foram 418 livros fora outros que, após a morte do anti-médium m...

Chico Xavier foi o Olavo de Carvalho do período ditatorial

OS FALSOS SÁBIOS. Muitas pessoas estão acostumadas com a imagem adocicada de Francisco Cândido Xavier, moldada de maneira linear com uma narrativa que parece enredo de novela com um quê de contos de fadas. Chico Xavier foi beneficiado por uma narrativa que só mostra aspectos agradáveis e permite que ele seja o único indivíduo na qual a fantasia prevalece sobre a realidade, em sua biografia. É terrível que, num país de gente muito ignorante - inclusive pessoas que se dizem "esclarecidas" e tem mania de dar justificativas a tudo - tenha pessoas mais velhas tão vulneráveis a narrativas idiotizadas, infantilizadas, sem saber das armadilhas que estão por trás. Chico Xavier não foi essa pessoa admirável que se pinta por aí. Sua narrativa foi, na verdade, um enredo publicitário tomado emprestado de Malcolm Muggeridge e trabalhado pela mídia hegemônica a partir das manobras da Rede Globo de Televisão, aliada da ditadura militar. Embora a imagem de Chico Xavier cause tanta fa...