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Violência e vandalismo são sempre uma propaganda às avessas


No último dia 18, um grupo de vândalos causou estragos no mausoléu de Francisco Cândido Xavier, que está enterrado, desde 2002, na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, cidade adotiva do anti-médium.

Um vidro foi danificado por pancadas e mármores retiradas de um túmulo vizinho teriam sido usadas pelos desordeiros. Vendo os estragos, o filho adotivo de Chico Xavier, Eurípedes Higino, já entrou em contato com serralheiros para preparar grades de proteção, para evitar novas desordens.

Não é o primeiro ato de vandalismo, já que em outras ocasiões, vários objetos foram roubados. No mausoléu, além da estátua de Chico Xavier, existem objetos associados à sua atividade dita "mediúnica", além de alguns livros que fizeram sucesso em sua trajetória.

O ato de vandalismo é deplorável, porque é um protesto irracional que nada condiz com as verdadeiras manifestações de oposição. É possível até que o vandalismo não seja motivado por intolerância religiosa, apesar de ocorrências terem havido na semana passada, principalmente no Rio de Janeiro.

Uma menina foi agredida por dois homens porque estava com os pais que saíram de um culto de candomblé, na região da Penha, no Rio de Janeiro. Um templo ecumênico foi apedrejado também no Rio, no bairro de Humaitá, na Zona Sul.

Na rede de rádios Band News FM, o jornalista Ricardo Boechat, em seu programa, ao comentar a violência contra a menina da Penha, fez duros ataques ao pastor Silas Malafaia, acusando-o de incitar a intolerância religiosa e de ser "tomador de dinheiro dos fiéis". Silas, irritado, ameaçou Boechat no Twitter, mas também repercutiu mal com seu habitual reacionarismo neopentecostal.

Ainda houve o caso de um jovem desequilibrado de 21 anos, que havia recebido um revólver do pai como presente de aniversário, que foi a uma missa numa igreja protestante em Charleston, Carolina do Sul, EUA, e, depois do fim resolveu atirar contra as pessoas, matando nove. O rapaz foi preso depois de policiais vasculharem o local da chacina.

No âmbito "espírita", um suposto médium de curas, Gilberto Arruda, uma das figuras mais antigas do Lar de Frei Luiz, na Taquara, região de Jacarepaguá, também bairro carioca, foi encontrado assassinado, com sinais de espancamento e um corte no braço, fato que teria ocorrido na manhã do último dia 19.

Claro, o "movimento espírita", em crise, vai aproveitar a situação para fazer sua campanha coitadista, dizer que é vítima de intolerância e tentar se autopromover com suas lágrimas de crocodilo, para assim abafar a crise e suas lideranças continuarem apunhalando Allan Kardec pelas costas, já que ele é bajulado com a enorme intensidade com que os "espíritas" traem sua linha de pensamento.

Os "espíritas", sem poder convencer com as reportagens especiais nos noticiários da televisão, e questionados a ponto de se descobrir que a "caridade" que Chico Xavier com as famílias que perderam entes queridos não era mais do que uma maldade perniciosa, precisaram desses dois incidentes: a morte do "médium" carioca e o vandalismo contra o mausoléu de CX.

Para quem não sabe, a "mediunidade" de Chico Xavier em relação aos familiares dos mortos, na verdade, trouxe uma série de prejuízos: mensagens apócrifas, iguais umas às outras, usando o nome dos falecidos, exposição sensacionalista da dor das famílias, obsessão com espíritos do além.

Se já se espalha na Internet que "a maior caridade" de Chico Xavier foi um ato perverso, os "espíritas" tiveram a sorte de serem acidentalmente beneficiados com a reação dos "irmãozinhos sofredores" contra a vida de um "médium" e o mausoléu de outro.

Com isso, as discussões em torno dos erros que o "movimento espírita" fez em torno da doutrina de Allan Kardec, que rendeu até texto sobre os bastidores do roustanguismo da FEB (sim, Jean-Baptiste Roustaing continua em boa conta na cúpula da federação), foram abafadas por incidentes de suposta intolerância religiosa.

O que podemos inferir, no entanto, que a repercussão dos questionamentos ao "movimento espírita", embora crescente, não chega ao ponto de inspirar desordeiros ou criminosos a eliminarem "médiuns" ou destruírem túmulos ou mausoléus.

Provavelmente, o que pode ter acontecido foi, no caso de Gilberto Arruda, uma reação de algum paciente vingativo - ele fazia tratamento com dependentes químicos - , descontente com uma pequena desavença (mas suficiente para estimular irritação e rancor) e, no caso do mausoléu de Chico Xavier, foi uma ação de drogados que viram o primeiro mausoléu bonitinho na frente e resolveram bagunçar com ele.

Podia ser até o mausoléu de um líder católico ou evangélico, ou de algum político veterano. Os desordeiros destruíram porque não gostam de algo organizado, estavam ali chapados de "baseado" e viram alguma coisa organizada para atacar e destruir. Nada a ver com as críticas que, no âmbito das ideias e do debate sadio do conhecimento, se faz na Internet contra Chico Xavier.

Violência e vandalismo são sempre uma propaganda às avessas, acidental e sem vínculo com os defensores de uma causa supostamente combatida por esses atos. São atos independentes de causas, contextos, pretextos, a não ser pelas desavenças pessoais ou pelo desejo de desordem. Eles vêm de pessoas desajustadas e muito confusas para terem uma bandeira de intolerância religiosa na mente.

No entanto, eles foram suficientes para fazer os internautas correrem para a já viciada e acomodada publicação de frases de Chico Xavier, aquelas mesmas frases adocicadas que dizem que o sofrimento é lindo e que temos que suportar "amando" qualquer barra pesada em nossas vidas, em nome de uma recompensa futura (e póstuma) da qual não temos a menor ideia que seja.

Portanto, o "movimento espírita" continua sofrendo sua crise, e apenas momentaneamente atraiu para si sua multidão de seguidores, tomados de muita emoção e contentes com a linha mistificadora e religiosista que faz o "espiritismo" feito no Brasil distante da coerência científica e racional de Allan Kardec.

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