Pronto, a sociedade conservadora insandecida, que, de forma um tanto debiloide, vestiam camisetas da seleção brasileira de futebol para, junto com o Pato da Fiesp, o Batman do Leblon e aquele líder estudantil de Kimta Katiguria que escreve mal e informa pior ainda na Folha de São Paulo, conseguiu tirar Dilma Rousseff do poder.
Quem assumiu o poder agora é o inexpressivo Michel Temer, indiferente à ideia de ter ou não vocação de estadista, já que o que importa é conquistar o poder e governar para as elites. A classe média que via em qualquer coisa errada sinônimo de "marxismo" e "comunismo" e sentia ódio por roupa vermelha e estrelas amarelas, dorme tranquila sem perceber a armadilha em que caiu.
Como o governo Temer não vai distribuir grana para todo mundo, boa parte dos paranoicos que pediam "Fora Dilma" pelo simples fato de não gostarem dela, portanto, vão pagar pela festa que fizeram com o impeachment, berrando histéricos, no fim de noite de 17 de abril, quando a Câmara dos Deputados iniciou essa palhaçada que deu origem a esse atual governo.
O projeto político já pretende restringir o poder de compra dos brasileiros, tirando encargos salariais, afrouxando a legislação trabalhista - o que favorece que os patrões decidam o que querem, sob o aparato do "diálogo" com os trabalhadores - , privatizando, se possível, até a escola pública da esquina, e esse aspirador de pó maluco irá, com certeza, raspar também alguma coisa dos chamados "coxinhas".
Os "coxinhas" é que segurem seus bens, porque a máquina neoliberal de Michel Temer - que levou para sua equipe propostas e membros ligados ao grupo derrotado nas eleições presidenciais de 2014 - vai abocanhar tudo. Aquele dinheiro sonhado pelos "coxinhas" vai voar para bem longe ao exterior, ficar nas mãos dos especuladores de Wall Street.
E os "espíritas"? Desde 2010 anunciaram uma época feliz, um caminho estrelado para a transformação do Brasil não só na potência da Terra, mas também no Coração do Mundo e na Pátria do Evangelho. Quantas pessoas foram dormir tranquilas acreditando nas falácias de Divaldo Franco dizendo que o Brasil já estava começando o período de regeneração...
2010 era o centenário de nascimento de Francisco Cândido Xavier, conhecido pelos fanáticos seguidores apenas como Chico Xavier. Claro, vão falar mil maravilhas, falar de paisagens de contos de fadas, sinfonias de passarinhos, rios cristalinos, coelhinhos saltitantes, céu sempre azul e outras fábulas.
Só que a realidade é mais embaixo e não há apelos para oração ou fraternidade que deem jeito. Afinal, isso não resolve as injustiças, as desigualdades e os abusos que ocorrem no país. Além disso, que potência mundial ou "coração do mundo" será o Brasil diante de uma multidão tão desinformada das coisas, a pensar com o umbigo quando escrevem nas mídias sociais?
Pessoas que não precisam raciocinar porque têm a Globo e a Veja para pensar por elas acabam sendo donas da "palavra final", nem que seja sob o preço violento das trolagens que fazem na Internet. Veem o mundo de acordo com o que o Globo e a Veja mostram, falam as gírias de Luciano Huck e Fausto Silva, exaltam o esporte a partir do ufanismo de Galvão Bueno, e trabalham o cotidiano como se fosse uma novela "global".
Claro, nesse espetáculo todo tem o maniqueísmo maluco, de santificar dois dos cruéis deturpadores da Doutrina Espírita, Chico Xavier e Divaldo Franco, que espalham mentiras igrejeiras e moralistas sob o véu do "amor e bondade", mas demonizam Lula e Dilma Rousseff pela tentativa que eles fizeram, mesmo com erros, de distribuir justamente a renda aos brasileiros e promover o desenvolvimento e a justiça sociais.
Daí o preço caro que se tem. E as elites, felizes com o governo Michel Temer, é que pagarão caro, diante de novas ondas de assaltos, mais custo de vida, serviços cada vez piores e entretenimentos cada vez mais tolos. O jeito é apelar para os livros para colorir, a burra literatura "anti-estresse".
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