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Divaldo Franco e seu falsete do "dr. Bezerra"


Num meio de supostos "médiuns" que se valem de estrelismo e deixam de lado a função intermediária que lhe caberia cumprir, dois se destacam usando de seu carisma e popularidade para promover charlatanismo e ainda por cima se passaram por "honestos" e "acima de qualquer suspeita": Francisco Cândido Xavier e Divaldo Franco.

Hoje vamos mostrar o caso de Divaldo Franco numa de suas irregularidades, sua mania de supor falsetes que seriam de personagens do século XIX, que não deixaram registros de suas vozes, e que o anti-médium baiano lança como se fosse psicofonia, que é o processo de incorporar vozes de pessoas falecidas.

Se não há como saber as vozes originais dos mortos, sobretudo num contexto em que o "espiritismo" brasileiro vive uma verdadeira farra de crenças deturpadas, dogmas impostos, ritos transplantados e fraudes no processo de mediunidade, entre tantas irregularidades, então não há como acreditar nesses espetáculos trazidos por esses "espíritas".

O mais grave que se observa é que, em certas "manifestações", Divaldo apela para um processo que seria surreal se não fosse fraudulento. Nós, que somos comprometidos com a lógica e com o bom senso, preferimos considerar fraudulento, porque traz respostas mais concretas e realistas.

Esse processo surreal é a ininterrupta transição da voz do "médium" para a do espírito, sem pausa, algo totalmente absurdo, e que mostra o grau de charlatanismo existente no ato. Dois espíritos dificilmente iriam continuar uma mensagem quando o primeiro fala e o segundo completa de forma rigorosamente instantânea.

Mesmo quando existe agilidade por parte do segundo orador, ela não é instantânea. Nos vídeos abaixo, Divaldo Franco "se transforma" no médico Adolfo Bezerra de Menezes num toque de mágica, o que mostra uma gravíssima incoerência.

Se essa instantaneidade já é difícil entre duas pessoas de corpos diferentes, porque requer uma atenção olímpica para que um complete a mensagem do antecessor sem que houvesse pausa entre um e outro, na mediunidade, em que um médium "empresta" seu corpo para outro espírito, isso é ainda impossível.

Primeiro, porque quando o médium recebe um espírito, existe uma transição que leva alguma parcela de tempo. Impossível Divaldo Franco falar com sua própria voz e, numa fração de milésimos, sua voz se "transformar" em "dr. Bezerra" sem que houvesse interrupções, pausas etc.

Não há como creditar Divaldo Franco como um mágico ou acharmos que tais "mistérios" tenham que se manter indecifráveis e intocáveis, bastando a fé para achar que tudo é "verdadeiro" mesmo quando escapa a todo tipo de lógica. Não é a fé que vai inocentar aspectos e procedimentos fora de lógica e colocá-los no exílio seguro do pitoresco intocável pelo "mistério da fé".

Portanto, a observação só nos faz constatar que Divaldo Franco não fez psicofonia alguma. Nem de Divaldo Franco, nem do Marechal Deodoro ou de outra personalidade que não deixou registros sonoros. O que ele fez foi um grande falsete.

E, se teve a facilidade de "se transformar" numa questão de quase nenhum milésimo de segundo, em alguém falecido, é porque sua habilidade não é a psicofonia, mas tão simplesmente o falsete e a invenção de vozes e timbres de quem nunca deixou registros sonoros.



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