O Rio de Janeiro deixou de ser um Estado de um povo combativo e insubmisso para ser um local de gente resignada, que aceita qualquer prejuízo e transtorno no seu dia-a-dia, iludida com a suposta reputação superior de políticos, empresários, tecnocratas, celebridades ou religiosos. A decadência do Rio não é só econômica, política ou policial. Ela atinge vários valores, vários procedimentos, vários fenômenos, e as pessoas acreditam que, segurando uma Bíblia ou um livro de Francisco Cândido Xavier (que todos conhecem como o "adorável" Chico Xavier), estarão protegidas e podem sofrer todo tipo de infortúnio. Mesmo em âmbitos como o transporte - já que os ônibus são o principal meio de se deslocar aqui e ali - ou o entretenimento midiático - como o rádio que muitos ainda ouvem - , o Rio de Janeiro virou um palco de medidas decadentes e voltadas à mesmice. Amanhã sairá do ar a desastrada Rádio Cidade, que se lançava como um suposto canal de expressão da rebeldia juvenil. A...