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Não há como dizer que Nosso Lar é uma "comunidade socialista"



É um asneirol dizer que toda comunidade cooperativa reflete as ideias de Karl Marx. A comparação de Nosso Lar com os conceitos marxistas é um asneirol típico da "viagem na maionese" e esbarra em uma série de incoerências, das quais vale lembrar de algumas delas.

Em primeiro lugar, Nosso Lar é um plágio da cidade futurista imaginada por George Vale Owen, reverendo inglês que criou o livro A Vida Além do Véu (The Life Beyond the Veil), publicada no Brasil pela FEB. É uma grande tolice dizer que, só por ser futurista, uma cidade tenha que ser necessariamente socialista.

As pessoas se esquecem também que o moralismo de Francisco Cândido Xavier, que se fundamentava na Teologia do Sofrimento e apelava para as pessoas que sofrem desgraças que as suportem em silêncio, sem reclamar da vida, é ultraconservador. Não se pode cogitar, mesmo com todo malabarismo argumentativo do pensamento desejoso.

É até estranho que as esquerdas tentem transformar Chico Xavier num marxista por causa da imagem adocicada que se tem dele nos últimos 40 anos. Não se faz isso sequer com Regina Duarte, atriz que fez papéis feministas e que poderia, por ter sido empoderada, ter sido relativizada em seu direitismo histérico e explícito. Mas não.

Quanto ao direitismo, explícito, escancarado mas quase sempre educado de Chico Xavier - "quase", porque ele declarou seu anti-comunismo com uma fúria tipicamente bolsonarista no Pinga Fogo, na TV Tupi, na frente de Deus e do mundo em 1971, com vídeo publicado na Internet para mais gente ver - , é difícil investir no malabarismo pirotécnico do pensamento desejoso. Mesmo assim, seus seguidores tentam, e de maneira persistente.

Chico Xavier é o único indivíduo ao qual a visão fantasiosa precisa prevalecer sobre todo tipo de realidade. A permissividade das paixões religiosas, que de maneira surreal e até estúpida permitem que se jogue a lógica e o bom senso no lixo em nome da fé religiosa e dos "olhos do coração" (grande tolice sentimentaloide e piegas), faz com que ele fosse moldado à maneira de um boneco de massa de modelar.

E aí tem gente que planta esquerdismo onde não existe, só por causa de apelos que mais parecem adorno de embalagem, que não dizem ao conteúdo real e desagradável. Junta-se ideias soltas aqui e ali, costura-se as mesmas com argumentação frágil, mas bem arrumada, com direito até a enumeração de referências bibliográficas, tudo direitinho, de acordo com a ABNT, para dar um verniz intelectual da coisa.

Essas ideias soltas combinam imagens de crianças pobres sorrindo, teorias vagas sobre altruísmo e progresso humano e uma certa visão emotivista de movimentos esquerdistas, e isso se costura criando uma narrativa que pode ter um aparato "científico" e "objetivo", um discurso agradável que se passe por "imparcial" só porque não soa ofensivo.

NOSSO LAR É GANCHO PARA AS PESSOAS MANTEREM O SOFRIMENTO NA TERRA

Uma grande pegadinha que faz o "espiritismo" brasileiro ganhar a pecha de "progressista", além da mistura de alhos com bugalhos do Espiritismo original, francês, com a forma deturpada que se adotou no Brasil - mais próxima de uma versão repaginada do Catolicismo jesuíta e medieval que vigorou no período colonial - , que mistura conceitos antagônicos, uns cientificistas, outros delirantemente igrejeiros, é essa suposta inclinação para a paz e a caridade.

E aí de falácia em falácia, temos uma religião que pede aos sofredores aguentarem as adversidades em silêncio, sem reclamar da vida, mas equiparada com uma ideologia político-econômica que diz para os sofredores não aguentarem calados as adversidades e se mobilizarem para combatê-las e superá-las sem ter que sacrificar demais para isso.

O "espiritismo" brasileiro consente com a opressão, criando teorias que só valem nesta forma deturpada, mas que envergonhariam Allan Kardec. Essas teorias envolvem o "livre arbítrio", pretexto para legitimar os abusos dos privilegiados e poderosos, que têm uma "moratória" de uma encarnação para fazerem o que quiserem, até um dia eles vierem a "pagar as dívidas morais" a Deus.

Por outro lado, os sofredores do momento corrente têm que aguentar as desgraças que se acumulam em suas vidas, a ponto delas não terem controle sobre seus próprios destinos, porque estão "pagando dívidas" e pouco importa se alguns morrem prematuramente no alvorecer de seus projetos de vida ou se morrem sem ter realizado coisa alguma do que planejaram. É o mito dos "reajustes espirituais" ou "resgates morais", espécie de estelionato moral a quem sofre na vida.

Aliás, temos o estelionato moral, que faz os desafortunados sofrerem desgraças acima de suas condições, que o moralismo punitivista do "espiritismo" brasileiro recomenda não se fazer queixas nem sequer manifestar remorso pelos erros cometidos - afinal, tem que se pagar a "dívida moral", nem que se perca uma encarnação inteira - , enquanto que, para os privilegiados, há o "fiado moral", ou o "fiado espírita", que permite o uso de uma encarnação inteira para abusos. Paga-se por estes na próxima encarnação, talvez com juros (o tal "estelionato moral").

Nosso Lar seria, portanto, a "recompensa" para esse sofrimento, o que faz com que a retórica de Chico Xavier usasse um conceito de suposto paraíso espiritual para defender que as pessoas aceitem as adversidades da vida, sem questionamentos nem reclamações. A ideia de uma cidade "perfeita", "próspera" e atraente serve de gancho para as pessoas continuarem sofrendo na vida presente, através da utopia de um "mundo melhor" que estaria, em tese, à sua espera.

Isso acaba justificando qualquer opressão, ou mesmo o holocausto: a ideia leviana de que, quanto pior o sofrimento, maior a chance de obter esse "prêmio" póstumo, uma cidade concebida pelas paixões materialistas, pois Nosso Lar foi concebido sem o menor fundamento científico.

CHICO XAVIER DEFENDIA IDEIAS QUE SINALIZAM APOIO A RETROCESSOS TRABALHISTAS DE MICHEL TEMER E JAIR BOLSONARO

Enquanto o "idiota espírita de esquerda" fica pensando, com seus devaneios emocionais travestidos de retórica racional - no Brasil, a burrice é "argumentável", vide o nefasto Olavo de Carvalho - , que "para ser petista, só faltava Chico Xavier ter sido barbudo", o ideário ultraconservador do "médium" salta aos olhos, se um olhar atento levar em conta que, além do fígado e do coração, o ser humano tem um cérebro que, pelo menos em condições normais, funciona.

Se observarmos as ideias de Chico Xavier, elas são de um conservadorismo extremo, que chocaria a todos que pensassem que ele era uma das figuras "mais progressistas" do Brasil. No que diz ao trabalho, há ideias do "médium" que se encaixam, com surpreendente perfeição, em valores e paradigmas trazidos pela reforma trabalhista de Eduardo Cunha / Michel Temer e pela continuidade desse processo por Jair Bolsonaro, que anunciou o fim do Ministério do Trabalho.

Quanto à extinção desse ministério, Chico Xavier teria dito "não se aflijas. Todo ministério é do Trabalho, não há uma pasta que não exija dos irmãos a execução de um serviço". Quanto à carga horária excessiva, Chico Xavier seria o primeiro a defender isso.

Ele teria dito à pessoa para não reclamar de tal condição, alegando que o emprego já era um "privilégio". E diria coisas parecidas com a ideia de que a pessoa, pelo fato dela contar com energias físicas, tem condições para trabalhar até 15 horas ao dia.

E quanto à baixa remuneração? Chico Xavier diria que isso era uma oportunidade da pessoa "desapegar dos bens materiais" e "reeducar os seus gastos". Talvez tivesse dito que o salário era "precário", mas "condizente às necessidades básicas do indivíduo" e o "médium" pediria ao empregado compreender as "razões" de tamanha restrição salarial.

A ideia de Nosso Lar, suposto paraíso social que nem de longe chega a se configurar numa "sociedade socialista" nem mesmo a um capitalismo humanitário do PT, na verdade se configura a um padrão de capitalismo redistributivo nos padrões dos países do G8.

Note que Nosso Lar é, na verdade, uma área mais próspera e luxuosa do suposto mundo espiritual. O livro Nosso Lar, nesse sentido, mais parece um arremedo, mais religioso e menos talentoso, do livro Admirável Mundo Novo (Brave New World), de Aldous Huxley. Há uma "sociedade próspera", de um lado, e uma "sociedade problemática", o chamado "umbral", de onde o suposto André Luiz teria vindo depois de um período breve de expiação.

Num dado momento, os membros do umbral - não seria eufemismo para "comunidades pobres"? -  atendidos no hospital de Nosso Lar se revoltam com o padrão de dieta alimentícia adotado. A própria narrativa revela esse elitismo, e perguntamos se o tal "umbral" é uma região inferior ou se, fora dessa narrativa, não seria o verdadeiro umbral o destino de "espíritas" tão ansiosos pela divinização e que, de forma chocante, lhes é negada a entrada no Céu por conta de seus abusos cometidos.

Pois o "espiritismo" brasileiro é abusivo, sim. Esta religião deturpa os ensinamentos kardecianos originais, mas de maneira desonesta e mentirosa se julga "rigorosamente fiel" ao pedagogo lionês. O "espiritismo" brasileiro defende valores moralistas ultraconservadores, mas venda uma falsa imagem de "progressista" que engana as esquerdas. Lança conteúdo mistificador e mitificador e, no entanto, alega que promove um "padrão equilibrado de racionalidade".

Nosso Lar foi apenas uma desculpa para Chico Xavier dizer aos mortais da Terra que, sofrendo desgraças, tenham que se conformar a elas ou, quando muito, superá-las a custa de muita dificuldade e concessões. O moralismo "espírita" chega mesmo a pedir para pessoas em tais situações que abrissem mão da individualidade, para ter alguma "superação" na vida.

A suposta colônia espiritual teria sido apenas um gancho para as pessoas continuarem sofrendo. Um "mundo melhor" que espera ao desgraçado do momento, um "prêmio" para a aceitação dos piores sofrimentos.

Ou seja, não há como dizer que Nosso Lar é "socialista" porque ele é justamente um mundo idealizado que é concebido para as pessoas aguentarem, sem reclamar, sem fazer greve, sem falar mal da Globo, de Sérgio Moro, do FMI ou do Olavo de Carvalho, as desgraças que se acumulam feito entulho em suas vidas. Se a pessoa é "capacho do destino" e se tornou brinquedo das adversidades da vida, que ela aguente tudo calada e até para orar para Deus tem que ficar em silêncio.

Só falta as esquerdas admitirem o ultraconservadorismo em doses bolsonaristas (descontando o aparato de ódio e violência física) de Chico Xavier, abrindo mão das tentações do pensamento desejoso que inspiram as mais rodopiantes desculpas.

As esquerdas, tão primorosas na racionalidade, deveriam, neste caso, abrir mão da imagem idealizada do "médium", desenvolvida em memes simplórios sob cenários celestiais, paisagens floridas e crianças sorridentes. O buraco é mais embaixo e, se até a "namoradinha do Brasil" se tornou uma reacionária contumaz, o que dizer de um beato religioso que teve uma formação social abertamente conservadora? Não "esquerdizem" Chico Xavier, senão vão se decepcionar de maneira bastante dolorosa.

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