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Mostrando postagens de maio, 2019

Não dá para desvincular Chico Xavier do ultraconservadorismo político

Muitos têm medo de questionar Francisco Cândido Xavier. A divinização do deturpador popularmente conhecido como Chico Xavier é confusa, sobretudo diante do modismo de dizer que "médiuns também erram muito" (mas não podem ser responsabilizados por isso), mas ainda assim estranhamente persistente e ocorrida ao arrepio das recomendações kardecianas mais urgentes. Há uma nova página, " Chico Xavier à Luz das Provas ", que surge para mostrar, com provas e argumentações consistentes, as irregularidades do "médium". Mas as pessoas têm muito medo de caírem nas nuvens. Os chiquistas, alguns "não-sectários" (eles se "gabam" em dizer que "não são espíritas"), até falam em "tirar o médium do pedestal", mas arrumam sempre um altar particular para ele, mesmo sob a desculpa de uma "admiração saudável a um homem de bem". Dessa maneira, Chico Xavier é o único brasileiro que é dominado e moldado conforme o pensamento d

A queda da ficha de um Brasil que vai ao fundo do poço após adorar tanto os "médiuns"

JAIR BOLSONARO E CHICO XAVIER - AFINIDADE DE SINTONIAS. A ficha caiu e o Brasil está no fundo do poço, com um cenário político claramente caótico, com pessoas surtando de ódio e com a desigualdade social se aprofundando cada vez mais. E não é por falta de adoração aos "médiuns que erram muito", estranhamente santificados por suas "pequenas imperfeições". Afinal, desde 1979 o que mais os brasileiros fizeram foi adorar a figura de Francisco Cândido Xavier, conhecida pelo apelido de Chico Xavier. Do tropicalista porralouca ao bolsomínion mais endurecido, todos apoiaram o "médium", o qual acreditavam ser um símbolo de pacifismo e unificação. Na verdade, ele nunca foi isso e a imagem construída nos últimos 40 anos foi um monte de falácia. Deturpador do Espiritismo, a ponto de reduzir o legado de Allan Kardec a uma mera repaginação do Catolicismo medieval, mudando o curso do navio espírita, que, nas mãos do pedagogo francês, rumava para a frente (guiado

Chico Xavier foi, sim, o "Olavo de Carvalho" da ditadura militar. Com as devidas diferenças de contexto

PRETENSOS GURUS DE CENÁRIOS SÓCIO-POLÍTICOS CONSERVADORES Na ditadura militar, quando as religiões evangélicas neopentecostais eram emergentes e o Catolicismo rompia com os militares, o chamado Espiritismo encontrou nesse cenário um terreno fértil para crescer. Até mais ou menos 1970 ou 1973, a figura de Francisco Cândido Xavier era envolta em escândalos. Apesar de já se desenvolver a imagem de pretenso filantropo, Chico Xavier ainda era um garoto-problema da paranormalidade, e em 1970 acabara de se livrar, através da blindagem de amigos e protetores, das acusações de cumplicidade com a farsante Otília Diogo, desmascarada pelo caso da "Irmã Josefa" e outras fraudes de materialização. As provas de que Chico Xavier foi mesmo cúmplice vieram depois, quando o fotógrafo Nedyr Mendes da Rocha, no final dos anos 1970, divulgou um livro com fotos dos eventos de "materialização" - que o profissional dizia serem "autênticos" - e, nesses registros, Chico Xavie

Precisamos falar sobre morte de assassinos e outros paradigmas

Já que o presidente Jair Bolsonaro praticamente liberou o porte de armas, porque a população reaça e ensandecida não quer esperar a regulamentação, bastando um rumor para permitir que elas saiam atirando por aí por um menor surto psicótico, temos, por outro lado, que ensinar as pessoas a verdade inevitável: também morre quem atira (ou quem envenena, esfaqueia etc). Assassinos costumam descuidar da saúde e, além do mais, sofrem pressões emocionais tão violentas pela natureza do crime cometido. A expectativa de vida de alguém que tira a vida de outrem não é mais do que 80% da idade estimada a um brasileiro comum. Se um homicida vive 80 anos, é como se um brasileiro comum vivesse 100. Quando falamos que era absurdo o feminicida Doca Street estar, em 2015, "muito ativo nas redes sociais", é porque sabemos que ele, pela sua natureza pessoal, de alguém que, no passado, usou cocaína, fumou muito e se embriagou eventualmente, aos 80 anos não estava com energias físicas nem psic

A trajetória do arrivista que queria ser santo em "Não Questiones"

Dedicado a todos os leitores de Cinegnose  e aos semiólogos brasileiros em geral "Não Questiones" é um hipotético filme que mostra as bombas semióticas de F., um jovem de aparência pouco atrativa, com problemas de visão num dos olhos e que lhe dá uma aparência pitoresca, associada a uma mentalidade que sugere esquizofrenia. F. é um sujeito nascido numa cidade do interior e sua família é de origem humilde. Ainda criança, ele perdeu sua mãe, morta prematuramente por determinada enfermidade. Esquizofrênico, passou a mostrar que conversava aparentemente sozinho, mas depois se observava que ele mantinha conversas com a falecida mãe. O pai, vendo isso, ameaçou internar F. num hospício. Uma madrinha que o criou lhe dava surras constantes por causa do comportamento estranho do rapaz. O rapaz escrevia poemas de própria mente. Era católico devoto. De repente, ele foi apresentado a um "centro espírita" por uma parente, e, sabendo que o menino falava com o espírito da m

O que você, brasileiro, REALMENTE quer na vida?

O Brasil passa por profundos desastres, mas, também, em muitos casos, pela preguiça das zonas de conforto, porque as pessoas se mantém apegadas em paradigmas velhos, que perdem sentido, e teimam em mantê-los tentando relativizar seus problemas. Essa relativização vem sobretudo dos pretensos "intelectuais de WhatsApp", aquelas pessoas chatas que vivem patrulhando o "estabelecido", e fazem aquele discurso do tipo: "é verdade que tal fenômeno tem seus problemas, mas acho um exagero você contestá-lo com a profundidade que está fazendo. Acho que esse fenômeno, com toda sua imperfeição, tem sua validade". O grande problema no Brasil é que as pessoas querem demais, dissimulam seus defeitos, tentam agradar a todos, tentam mentir a si mesmos, e lutam para manter o país dentro da mediocridade moral em que vivemos, onde os arrivistas levam vantagem, criminosos ricos ficam impunes e nossa cultura sucumbe à uma imbecilização incurável. Só que as pessoas não sab

"Espíritas" sequestraram Raul Seixas, Cazuza e Renato Russo e aí temos a "religião" da Rádio Cidade

Temos uma religião de "jaquetas de couro" chamada Rádio Cidade e sua terrível trajetória que nada tem a ver com o rock, como a Igreja Católica medieval nada tem a ver com o Cristianismo primitivo e esse "espiritismo à brasileira" nada tem a ver com o que havia sido originalmente a Doutrina dos Espíritos. Temos uma "cultura rock" que mais parece uma religião de alucinados. É só ver quem ouve a Rádio Cidade, gente com o mesmo semblante ensimesmado, casmurro, mas, ao mesmo tempo, pronto para reagir de forma violenta à menor contrariedade. São do tipo de pessoas que, numa pequena batida de carro, se explodem da raiva que guardavam dentro de si. Não se trata mais de ouvir música. Pouco importa se Woodstock e Monsters of Rock são diferentes, se é rock, vale tudo. Não há mais preocupação em saber estilos de cada banda, cantor ou músico, mas de apenas ouvir, em determinada frequência do rádio FM ou em determinado endereço da Internet, uma sequência de sons i