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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Fanáticos chiquistas de um Brasil confuso

A complacência em torno de Francisco Cândido Xavier gera pessoas fanáticas, deslumbradas e complacentes. E mostra o Brasil atolado num moralismo confuso, uma espécie de esquizofrenia moral que gera convulsões sociais em doses e qualidades surreais. É um país maluco, em que as pessoas se mantém nas zonas-de-conforto de suas convicções pessoais, desenvolvidas numa pior fase do país, entre o auge da ditadura militar e o ocaso da Era FHC, e agora têm medo de ver esses valores, confusos e retrogrados, perecerem de repente. Um país cuja "cultura popular" é deplorável, marcada pela cafonice, pelo sensacionalismo, pela pieguice e pelo pedantismo. Um país que mal consegue digerir valores arrojados e não quer expelir valores retrógrados. Valores novos e velhos se combinam numa mistura indigesta e doentia, que faz com que pessoas tenham perspectivas, abordagens e reações confusas a qualquer coisa. É um país, por exemplo, que, com tantos grandes homens e mulheres que faleceram

A grande farsa "profética" de Chico Xavier virou livro

Longo caminho se deu entre a obsessão do jovem Francisco Cândido Xavier pela liderança mundial do Brasil, usando o nome de Olavo Bilac num poema publicado na primeira edição de Parnaso de Além-Túmulo, de 1932, até o livro mais recente sobre as "profecias" do caipira mineiro. Era artigo atrás de artigo, palestras de dirigentes "espíritas" aqui e ali, entrevistas com Chico Xavier, conversas diversas, citações de livros e tudo o mais, tudo porque, como todo caipira sonhador, o "médium" queria porque queria que o Brasil fosse o "centro do mundo", ou melhor, o "coração do mundo" e a "pátria do Evangelho", como se não só Deus, mas também Jesus fosse brasileiro. A ideia, a princípio, parecia tão somente um sonho de contos de fadas. Chiquinho queria que o Brasil, que tinha aquela história bonitinha que ele aprendeu nas bancas escolares, com todos aqueles pretensos heróis como Tiradentes, Dom Pedro I, Dom Pedro II e Duque de Cax

A palhaçada em torno de Chico Xavier: "profecia" que confirma o passado

Uma das mentiras mais idiotas em torno do "médium" Francisco Cândido Xavier é a suposta confirmação de suas "profecias" sobre extra-terrestres levando em conta uma interpretação, que só existe no Brasil, de que militares dos EUA teriam "confirmado" as previsões que o deturpador do Espiritismo teria feito em 1969. Vamos à estória. Chico Xavier, em algum momento de 1969, e pouco depois da expedição de astronautas à Lua, conversou com o jovem Geraldo Lemos Neto, alegando que teve um sonho resultante após a famosa viagem. Segundo o relato, houve a chamada "terceira reunião" que havia sido citada no livro A Caminho da Luz , de 1939, ditado por Emmanuel. A estória relata que houve três reuniões: a primeira, para o surgimento da Terra, a segunda para a vinda de Jesus e a terceira seria "num momento vindouro", que para muitos acabou sendo após a viagem à Lua. Vejam que coisa. Chico Xavier estava com medo de que a viagem à Lua fosse ind

"Vidente" britânica é denunciada por mandar "psicografias" iguais

Uma "médium vidente" foi denunciada por fraude. Segundo o jornal britânico Daily Record, a denúncia veio de duas britânicas contra a "médium" Paula Barstow, conhecida como Lillyanne, que teria enviado cartas iguais sob o pretexto de serem "diferentes psicografias". A denúncia partiu quando uma delas, a escocesa Karen Brannigan, de 47 anos, que perdeu a mãe em setembro de 2015, resolveu consultar a vidente para tentar se comunicar com o espírito da genitora. O marido de Karen resistiu e aconselhou a mulher a não fazer a "loucura", mas ela decidiu fazer. E pagou o equivalente a R$ 225 pela consulta. Karen, depois, recebeu uma carta atribuída ao espírito da mãe, e logo que leu a carta sentiu muita estranheza. A carta nada lembrava os aspectos pessoais da mãe falecida. Com isso, a escocesa resolveu procurar alguma pessoa que tivesse tido uma experiência semelhante. Aí ela encontrou uma senhora inglesa de Gloucestershire, que se identificou a

Fizeram um "carnaval" com Noel Rosa. No pior sentido

O "espiritismo" brasileiro tem das suas. Diz que mantém "respeito rigoroso" e "fidelidade absoluta" ao pensamento e aos procedimentos de Allan Kardec, mas o desobedece de tal maneira que, na prática, os "espíritas" simplesmente romperam com o pensador francês, do qual praticamente nada é aproveitado pela doutrina brasileira. De vez em quando, personalidades famosas falecidas "reaparecem" em mensagens atribuídas a suas manifestações espirituais, mas que, de forma bastante evidente, destoam de suas caraterísticas pessoais e carregam demais no apelo religioso, como se todo mundo no além fosse membro de igreja. Aí aparece um suposto Renato Russo parodiando o lirismo que o compositor trabalhava no disco As Quatro Estações (1989), da Legião Urbana, e exagera na dose na religiosidade que era apenas uma pálida citação, como na "Carta de São Paulo aos Coríntios" citada na canção "Monte Castelo". Nada a ver com o "

"Espiritismo" é a religião de "duas caras"

Até quando vamos aguentar os "espíritas" mantendo duas caras? Uma, a da alegada fidelidade e do suposto respeito rigoroso ao pensamento de Allan Kardec, e outra, a do igrejismo místico e conservador de um roustanguismo não assumido, desnorteiam a doutrina e envergonham aqueles que buscam um mínimo de coerência, mesmo no âmbito da religiosidade. Nota-se que os palestrantes "espíritas" sempre se contradizem. Num momento, evocam Allan Kardec e apelam para a "coerência espírita". Falam que estão com a lucidez, que apreciam a lógica e o bom senso, admiram o pensamento científico, são amigos da objetividade lógica e tudo o mais. No outro, se derramam em delírios igrejistas e esotéricos, sucumbem ao deslumbramento da histeria religiosa, no obscurantismo da fé, na severidade do moralismo, no vazio do sentimentalismo piegas, na euforia de exaltar totens e ídolos da doutrina. A postura dúbia sempre existiu no "movimento espírita", mas em outros te