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Fanáticos chiquistas de um Brasil confuso


A complacência em torno de Francisco Cândido Xavier gera pessoas fanáticas, deslumbradas e complacentes. E mostra o Brasil atolado num moralismo confuso, uma espécie de esquizofrenia moral que gera convulsões sociais em doses e qualidades surreais.

É um país maluco, em que as pessoas se mantém nas zonas-de-conforto de suas convicções pessoais, desenvolvidas numa pior fase do país, entre o auge da ditadura militar e o ocaso da Era FHC, e agora têm medo de ver esses valores, confusos e retrogrados, perecerem de repente.

Um país cuja "cultura popular" é deplorável, marcada pela cafonice, pelo sensacionalismo, pela pieguice e pelo pedantismo.
Um país que mal consegue digerir valores arrojados e não quer expelir valores retrógrados. Valores novos e velhos se combinam numa mistura indigesta e doentia, que faz com que pessoas tenham perspectivas, abordagens e reações confusas a qualquer coisa.

É um país, por exemplo, que, com tantos grandes homens e mulheres que faleceram cedo e que deram grandes contribuições para os brasileiros, de cineastas a poetas românticos, de roqueiros a cientistas sociais, a sociedade prefere ter medo de ver morrerem feminicidas.

Isso mesmo. Homens que matam mulheres em geral e são dotados de algum expressivo poder aquisitivo não podem morrer. E nota-se a desigualdade de tratamento, pois a mesma sociedade que não vê a hora de músicos idosos de heavy metal "baterem as botas" e "baixarem o couro" é a mesma que se irrita quando se fala que um feminicida em idade avançada está perto de morrer, mesmo quando ele sofre os efeitos orgânicos de seus vícios antigos.

Uma parcela da "boa sociedade" se irrita quando se fala que ricos homens que anos atrás mataram suas mulheres hoje estão doentes e perto da morte. "Deixem eles em paz!", reage essa elite com raiva, ao lado de seus "papagaios de pirata" nas mídias sociais, como se o sossego dos feminicidas fosse mais merecido do que consolar a tristeza das famílias das vítimas.

É um país de direitistas que se passam por "esquerdistas convictos". De valentões que se autoproclamam "nerds". Um país que tem um juiz como Sérgio Moro, um reles xerife urbano do estilo Hollywood que passa uma falsa imagem de honestidade e transparência ao investigar somente os desafetos políticos do PT, mas sem dar um passo sequer para investigar seriamente a corrupção de nomes como Aécio Neves e Fernando Henrique Cardoso, que é bastante explícita.

É um país em que o "funk carioca" é tido como "revolucionário" pela mesma sociedade que aceita a volta da ditadura militar. E acha natural que subcelebridades como Solange Gomes e Mulher Melão exibam seus corpos como se fossem meras mercadorias, mulheres que se reduzem a coisas.

Afinal, o que é ser humano? As pessoas não contestam sequer a pintura padronizada nos ônibus, em que diferentes ônibus só mostram a identidade padrão determinada por cada prefeitura ou governo estadual. Identidade? Que identidade, para uma multidão que tem uma multidão pessoal de 'fakes' no WhatsApp? Como reivindicar a identificação de uma empresa de ônibus se a pessoa não consegue saber quem é ela mesma?

E o que é ser humano se as pessoas viraram coisas, num consumismo sem freio? O fanatismo do futebol, no Rio de Janeiro, os "livros para colorir" da literatura junto aos Minecrafts, vampiros e obras religiosas, a felicidade forçada do "deixa pra lá", o conformismo compulsivo e até um tanto tirânico, no qual pessoas com alguma visão crítica da sociedade são riscadas das agendas de contatos sociais das pessoas "bacanas".

O mercado de trabalho preferindo contratar comediantes do que pessoas com talento diferenciado mas que pareçam "tímidas", que parecem reservadas e quietas e potencialmente mal-suscetíveis em qualquer entrevista de emprego ou mesmo num teste psicológico de uma seleção para emprego.

Os cursos de pós-graduação nas universidades, mesmo públicas, só querem trabalhos com aparência de discurso científico, com enrolações, textos rebuscados e divagações intelectualoides, mas de conteúdo oco, de preferência sem expressar qualquer análise crítica. É um cenário que barra os potenciais equivalentes brasileiros de Umberto Eco e Christopher Hitchens que são condenados ao semi-anominato da blogosfera.

É um quadro de muita burrice, muita vaidade, muito pretensiosismo, muito fingimento, muitas e muitas desonestidades de um país que não consegue se encontrar e que prefere ficar preso a velhos paradigmas, devido às zonas-de-conforto e aos privilégios que estão em jogo dentro delas.

ATEUS FANÁTICOS POR CHICO XAVIER? AHN?!

Diante desse cenário aberrante, no qual até a antes culta Folha de São Paulo contrata um nome como Kim Kataguiri, que faz o tipo de quem mal consegue fazer uma redação de escola primária, nota-se que ninguém tem coragem de enfrentar as irregularidades do "movimento espírita".

Ninguém reabilita investigadores sérios como Osório Borba e Attila Paes Barreto, por causa de preconceitos religiosos e apegos a estereótipos de amor e bondade tão tendenciosamente fabricados. O apego desesperado, paranoico e, podemos dizer, neurótico e até psicótico em torno de Chico Xavier é um reflexo desse país ensandecido que só vê seus conceitos baixarem no exterior.

O fanatismo em torno de Chico Xavier é tanto que um dado surreal é que as pessoas até aceitam que ele seja conhecido como mentiroso, fraudador e farsante, desde que ele seja aceito por causa da "bondade".

Sim, aceita-se um mentiroso porque ele foi "bonzinho" e "ajudou muita gente". Como se fosse possível ser ao mesmo tempo honesto e bondoso. E isso é um grande absurdo, até porque, prestando bem atenção, a "bondade" de Chico Xavier nunca passou de uma grande armação publicitária.

Afinal, os dados de filantropia associados a Chico Xavier são nebulosos. Nada foi feito além das esmolas de sempre e outros paliativos sem muito efeito tranformador na sociedade. Além disso, a "maior bondade" de Chico Xavier se revelou uma crueldade: sob o pretexto de assistir famílias que perderam entes queridos, as enganou com falsas psicografias e expôs suas tragédias de maneira prolongada e sensacionalista, evitando cicatrizar as dores dessas pessoas.

Mas o pior não são os habituais fanáticos por Chico Xavier, que sabemos serem um fenômeno compreensível por causa do estrelato de um ídolo religioso. O pior é que tem ateus (sim, ATEUS) fanáticos pelo anti-médium mineiro, que não aceitam que se faça uma contestação a seu mito.

Aí a coisa enlouqueceu de vez. Que nas mídias sociais já se viu aberrações como macartistas que se dizem seguidores de Che Guevara e valentões violentos que juram que são "nerds de verdade", num país cuja mídia "democrática" defende valores elitistas, isso dá para compreender.

Mas ateus defendendo Chico Xavier é algo que não dá para explicar pelos motivos simples. Afinal, que interessa Chico Xavier para os ateus? Chico Xavier era um católico beato, de valores ortodoxos, adorador de imagens de santos, crente fervoroso na existência de Deus, ele representa a antítese da personalidade que um ateu poderia admirar ou respeitar.

É só ver o caso de Christopher Hitchens, um ateu que decidiu investigar imparcialmente o mito de Madre Teresa de Calcutá. Sem ódio, sem sectarismo nem intolerância religiosa, mas com análise crítica e espírito pesquisador.

Madre Teresa, um mito que inspirou o de Chico Xavier, foi constatada de não ter assistido devidamente os enfermos, de defender valores retrógrados e de se aliar a políticos opressores e magnatas corruptos.

Enquanto isso, nada consegue deter Chico Xavier, e ainda vemos alguns internautas que se dizem ateus defenderem o anti-médium e se irritarem com uma vírgula que se lance contra ele. A gente até pergunta se eles são realmente ateus ou se adotam a postura por puro modismo, ao tratarem Chico Xavier como o "deus" deles.

LULA ÀS AVESSAS

Chico Xavier é uma espécie de Lula às avessas. O ex-presidente da República é condenado até pelos acertos que fez ou prometeu fazer. O anti-médium mineiro é inocentado até pelos erros mais graves que cometeu. E isso mostra o quanto o país é desigual até no tratamento de injustiças e de abusos.

Não há pessoas com coragem para enfrentar um mito como o de Chico Xavier, que é até mais confuso do que o de Madre Teresa de Calcutá. De início, Christopher Hitchens até recebeu ameaças e protestos, mas depois sua tese teve comprovação acadêmica em trabalhos e pesquisas sérios.

Aqui, juristas, juízes e advogados estão com rabo preso no mito de Chico Xavier. O meio acadêmico também, com teses delirantes que, com graves falhas metodológicas, atribuem falso pioneirismo científico a Chico Xavier em vários casos. Chegam mesmo a ignorar fontes necessárias, como no caso da glândula pineal, quando acadêmicos não mexeram em uma página sequer dos livros originais dos anos 1940.

Também não há um parecer oficial para derrubar a tese de que Humberto de Campos teria sido autor espiritual de alguns livros de Chico Xavier. Embora esteja mais do que claro que os referidos livros nem de longe refletem o estilo do autor maranhense, não há um comunicado oficial que confirme por definitivo essa constatação.

Em vez disso, Humberto de Campos continua sendo um nome levianamente associado a Chico Xavier, lido de maneira impune nos "centros espíritas" como se fosse autêntico e vinculado, na Internet, ao traiçoeiro "médium" travestido de "bondoso".

É preciso mudar essa mentalidade de vez. O próprio Erasto, em comunicado lançado nos tempos de Allan Kardec, havia dito que era melhor que caia um único homem do que uma multidão. Infelizmente, há pessoas que preferem que o Brasil caia e só sobre o mausoléu e os livros de Chico Xavier. Essa aberração tem que acabar de vez. O Brasil precisa se desapegar de Chico Xavier e deixar de ser obsediado pelo seu mito. Urgentemente.

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