Estamos diante da grande farsa que se tornou o Espiritismo no Brasil, empastelado pelos deturpadores brasileiros que cometeram traições graves ao trabalhoso legado de Allan Kardec, que suou muito para trazer para o mundo novos conhecimentos que, manipulados por espertos usurpadores, se reduziram a uma bagunça, a um engodo que mistura valores místicos, moralismo conservador e muitas e muitas mentiras e safadezas.
É doloroso dizer isso, mas os fatos confirmam. Vemos um falso Humberto de Campos, suposto espírito que "voltou" pelos livros de Francisco Cândido Xavier de forma bem diferente do autor original, mais parecendo um sacerdote medieval metido a evangelista do que um membro da Academia Brasileira de Letras.
Poucos conseguem admitir que essa usurpação, que custou um processo judicial que a seletividade de nossa Justiça, que sempre absolve os privilegiados da grana, do poder ou da fé, encerrou na impunidade a Chico Xavier e à FEB, se deu porque o "médium" mineiro não havia gostado da resenha irônica que o autor maranhense fez sobre Parnaso de Além-Túmulo.
Morto Humberto, Chico Xavier então esperou repercutir a comoção nacional e inventou um sonho numa carta para a FEB para "justificar" a falsa parceria espiritual, iniciando assim uma série de grotescos pastiches literários sob o nome do ilustre escritor, hoje criminosamente esquecido. Atualmente, enquanto o Humberto original está fora de catálogo, o Humberto fake continua livre, leve e solto nas prateleiras das livrarias, mesmo as mais conceituadas, de nosso país.
E o que dizer de Divaldo Franco? Ele é mais verossímil que Chico Xavier, que era um tanto atrapalhado para esconder suas irregularidades, mas, por outro lado, parece menos ambicioso nas falsas mediunidades do que o amigo das Gerais. Apesar do verniz de "intelectual" e "professor", Divaldo não produziu livros pseudo-científicos como Chico Xavier, que chegou a lançar obras de supostas experiências de paranormalidade.
Ainda assim, a mediunidade dos dois é extremamente duvidosa e há fortes indícios de que eram fraudulentas. Ainda é polêmica a admissão de "mediunidade" no caso de Emmanuel, pois há quem acredite que, ao menos, ele ditou as obras. Os demais casos, relacionados a Chico Xavier, no entanto, se revelam claramente fraudulentas. Nem a Irma de Castro Rocha, a Meimei, está por trás das obras que usam seu nome, soando mais paródias de Chico da linguagem dos diários da moça divulgados pelo viúvo Arnaldo Rocha.
No caso de Divaldo Franco, todavia, se nota de antemão que ele NUNCA psicografou coisa alguma em toda sua vida. Ele não consegue sequer parodiar estilos, como Chico Xavier fazia com a ajuda do seu descobridor e tutor Antônio Wantuil de Freitas e a equipe de Reformador, periódico da FEB.
Todas as obras que levam o nome de Joana de Ângelis e várias outras sob diversos outros nomes seguem rigorosamente o estilo pessoal de Divaldo Franco. Não seremos idiotas de achar maravilhoso que diversos espíritos se manifestem com o estilo pessoal de Divaldo, sob a desculpa dele ser "iluminado" e sua linguagem ser "universal". A uniformidade de estilo sugere fraude.
JOANA DE ÂNGELIS NUNCA FOI JOANA ANGÉLICA. FOI O OBSESSOR DE DIVALDO
As obras que levam o nome de Joana de Ângelis e os artigos, palestras e depoimentos trazidos pelo próprio Divaldo seguem rigorosamente o mesmo estilo. Sem tirar nem pôr. A mesma linguagem de palavras enfeitadas, quase sempre prolixas, bastante rebuscadas, e com um apelo igrejeiro bastante monocórdico.
Vamos fazer duas amostras ligeiras. Vamos mostrar um trecho de um texto atribuído a Joana de Angelis que teria sido lançado numa reunião mediúnica (sic) de 29 de outubro de 2008, no Centro Espírita (sic) Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Outro é um trecho de uma entrevista dada em 06 de novembro de 2017 ao jornal gaúcho Zero Hora, em razão do 9º Congresso Espírita do Rio Grande do Sul, na PUCRS em Porto Alegre.
As semelhanças são gritantes, são rigorosamente um único estilo, e isso não se deve por comunhão de pensamento nem por universalidade da linguagem, mas, pura e simplesmente, de falsidade ideológica e uso de nome ilustre (a falsa atribuição a Joana Angélica sob o pseudônimo Joana de Ângelis) para causar impressão e sensacionalismo na opinião pública. Vamos conferir:
"A alucinação midiática, a serviço do mercantilismo de tudo, vem, a pouco e pouco, dessacralizando o ser humano, que perde o sentido existencial, tombando no vazio agônico de si mesmo.
Numa cultura eminentemente utilitarista e imediatista, o tempo-sem-tempo favorece a fuga da autoconsciência do indivíduo para o consumismo tão arbitrário quão perverso, no qual o culto da personalidade tem primazia, desde a utilizaçào dos recursos de implantes e programas de aperfeiçoamento das formas, com tratamentos especializados e de alto custo, até os sacrifícios cirúrgicos modificando a estrutura da organização somática.
O belo, ou aquilo que se convencionou denominar como beleza, é um dos novos deuses do atual Olimpo, ao lado das arbitrariedades morais e emocionais em decantado culto à liberdade, cada vez mais libertina.
A ausência dos sentimentos de nobreza, particularmente do amor, impulsiona o comércio da futilidade e do ilusório, realizando-se a criatura enganosamente nos objetos e utensílios de marca, que lhe facultam o exibicionismo e a provocação da inveja dos menos favorecidos, disputando-se no campeonato da insensatez".
(ATRIBUÍDO A JOANA DE ÂNGELIS - 2008)
"Toda a vez em que a civilização atinge um ápice de progresso, há uma curva de afirmação de valores. E naturalmente, uma decadência. (Isso ocorre) Desde a antiga Babilônia até a Europa moderna, que atingiu um alto nível na civilização e, no entanto, não pode evitar duas guerras. É um fenômeno natural e histórico no processo da evolução. Apesar disso, nunca houve na humanidade tanto amor, tanta bondade e tanto sacrifício. A crise nos afeta muito. Mas é necessário descobrir os valores que estão ocultos e que os exaltemos. A crise é uma preparação de mudança - de natureza social ou tecnológica. É para a adaptação.
Quando cada um de nós realizar uma mudança de valores. Em vez de nos preocuparmos tanto com os valores externos, com a posição social ou em atingir topo, (deveríamos) nos preocupar com a harmonia interna. Com essa modificação, haverá um contágio de sentimentos.
O grande desafio da criatura humana é a própria criatura humana. O indivíduo muda somente de nome e de endereço. Os conflitos psicológicos, as ânsias e as necessidades emocionais são as mesmas, porque falta às pessoas aquele conhecimento profundo de si para dar à sua vida um objetivo e uma natureza existenciais. Apesar das conquistas tecnológicas, o homem moderno não encontrou aquela paz que procurava. Ao possuir coisas, defrontou-se com o vazio interior. Esse vazio somente é preenchido, como diria Platão, através da observação daquela proposta de Sócrates: o autoconhecimento. No momento em que nos identificamos, sabemos qual é a finalidade da vida".
(TRECHOS DA ENTREVISTA AO JORNAL ZERO HORA, DE 2017).
Nos últimos anos, Divaldo Franco não usa mais o nome de Joana de Ângelis. Oficialmente, ela "reencarnou". Mas observando os textos da "sóror" e do "médium", os estilos são um só. Exercite e veja os textos de Divaldo e "sua mentora", faça um exercício de leitura, leia os textos em voz alta e verá que é o mesmo estilo, o mesmo conteúdo, a mesmíssima linguagem.
A verdade é que Joana de Ângelis não foi Joana Angélica e nem escreveu as obras que levam seu nome. Quem escreveu os livros foi tão somente Divaldo Franco, sob sugestão do obsessor, o Máscara de Ferro, que, como intuidor malicioso, teria adotado a identidade da "mentora" do suposto médium.
Joana Angélica, na verdade, não tinha o estilo autoritário e severo que se conhece oficialmente de seu suposto espírito, tendo sido enérgica, sim, porém muito mais sensível e humana que a "mentora" do suposto médium, que está longe de ser a mestra admirável por não suportar ver pessoas ficando tristes por mais de quinze minutos.
A respeito do autoritarismo de Joana de Ângelis, que certa vez impôs a Divaldo a "trabalhar" (ou seja, escrever textos) mesmo quando este estava cansado, sob a desculpa de que "ela estava morta e ele vivo e saudável", O Livro dos Médiuns, na tradução de José Herculano Pires, descreve o seguinte, através de mensagem do espírito São Luíz, no capítulo 24, Identidade dos Espíritos, item 266:
"Os Espíritos bons jamais dão ordens: não querem impor-se, apenas aconselham e se não forem ouvidos se retiram. Os maus são autoritários, dão ordens, querem ser obedecidos e não se afastam facilmente. Todo Espírito que se impõe trai a sua condição.
São exclusivistas e absolutos ns suas opiniões e pretendem possuir o privilégio da verdade. Exigem a crença cega e nunca apelam para a razão, pois sabem que a razão lhes tiraria a máscara".
Só no Brasil, onde uma parcela de brasileiros apoia um aspirante a ditador como Jair Bolsonaro e temos uma sociedade patriarcalista, impositiva e reacionária, é que espíritos autoritários são considerados "superiores". O próprio Emmanuel, "mentor" de Chico Xavier, também foi famoso pelo perfil autoritário, o que sugere que ele também foi espírito inferior, dos mais mesquinhos, da mesma forma que o Máscara de Ferro e sua identidade trans de Joana de Ângelis.
E já que falamos de Herculano Pires, este, um batalhador das bases doutrinárias espíritas originais, e o melhor tradutor da obra kardeciana hoje disponível no mercado literário, ele havia feito o seguinte comentário sobre o suposto médium baiano, que deixaria seus seguidores divididos entre a desilusão a um "médium" e o desprezo a um jornalista autenticamente espírita.
O comentário de Herculano sobre Divaldo, com palavras nada generosas, foi dado em carta ao jornalista Agnelo Moreto, e mostram o quanto o tão festejado "líder espírita" sempre foi um embusteiro, um comercializador das palavras com conduta negativa e condenável como "orador e filantropo":
"Do pouco que lhe revelei acima você deve notar que nada sobrou do médium que se possa aproveitar: conduta negativa como orador, com fingimento e comercialização da palavra, abrindo perigoso precedente em nosso movimento ingênuo e desprevenido; conduta mediúnica perigosa, reduzindo a psicografia a pastiche e plágio – e reduzindo a mediunidade a campo de fraudes e interferências (caso Nancy); conduta condenável no terreno da caridade, transformando-a em disfarce para a sustentação das posições anteriores, meio de defesa para a sua carreira sombria no meio espírita".
Diante de tudo isso, podemos garantir que Divaldo Franco NUNCA foi médium. Ele foi tão somente um palavreador, um deturpador do Espiritismo e fã de Jean-Baptiste Roustaing, um habilidoso e esperto manipulador das palavras que, de "caridade", fez apenas iniciativas medíocres de resultados pouco eficientes, feitas dentro do Assistencialismo (filantropia mediana que mais promove o "benfeitor" do que os benefícios aos necessitados) e fica colecionando prêmios por quase nada.
As pessoas têm que sair dos mundos dos sonhos, dos contos de fadas para adultos do "espiritismo" brasileiro e da atribuição dos "médiuns espíritas" como se fossem fadas-madrinhas da vida real. É se apegando a esses sonhos que, quando a realidade se apresenta fora das paixões religiosas, faz as pessoas sucumbirem às piores desilusões, mesmo quando teimam em ficar presas às suas fantasias da idolatria cega aos "médiuns".
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