CHICO XAVIER, PAULO GUEDES, JAIR BOLSONARO, FAMÍLIA CIVITA E O EMPRESÁRIO FÁBIO CARVALHO, DO BTG PACTUAL - Todos juntos.
"Boas" energias. Foi só a Editora Abril, através da publicação Superinteressante, publicar uma edição especial com o "médium" Francisco Cândido Xavier, para seu grupo empresarial entrar em falência. Mas, como em toda energia trazida pelo "espiritismo" deturpado que fugiu dos ensinamentos franceses, a corda arrebentou no lado mais fraco.
Centenas de funcionários do grupo, sediado em São Paulo, foram demitidos nos últimos anos. Só em agosto de 2018 foram 800. E os salários que restavam a pagá-los foram atrasados, constituindo num calote movido pela empresa, então controlada por Giancarlo Civita, conhecido como "Gianca", e Victor Civita Neto, que venderam a empresa para Fábio Carvalho, do banco BTG Pactual, mediante uma dívida de R$ 1,6 bilhão a ser negociada através de uma recuperação judicial.
Essa recuperação envolverá novas demissões, não bastasse o cancelamento de um considerável número de publicações e franquias da Abril. Nem a parceria com a Disney, que inaugurou a empresa - sua primeira publicação foi a revista do Pato Donald, em 1950 - existe mais. A MTV era franquia da Abril e fez muito sucesso nos anos 1990, mas foi extinta em 2013 e a atual MTV não tem vínculos com a outra, surgindo do zero e subordinada à proprietária Viacom.
Outras publicações, como Bons Fluídos, Caras, Contigo, Quatro Rodas e Playboy foram, de uma maneira ou de outra, afetadas. Algumas publicações foram extintas, outras passaram para editoras menores e outras, franquias de revistas estrangeiras, foram canceladas. A Cosmopolitan, que no Brasil era publicada sob o nome de Nova, foi uma das canceladas. A Playboy chegou a passar por outra editora menor, mas ela hoje está definitivamente extinta.
O Banco BTG Pactual, que tem no futuro ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro, o chamado "superministro" Paulo Guedes, como um dos fundadores, é um banco de investimentos e um dos que lideram o poder do mercado financeiro e dos banqueiros, real beneficiado pela retomada política conservadora que ocorreu desde 2016 e se radicalizará no próximo ano.
Fábio Carvalho, executivo do BTG que assumiu a dívida da Abril junto a outros bancos (como Itaú, Bradesco e o espanhol Santander), já havia reerguido as redes de lojas Leader e Casa & Vídeo. Com a Abril em suas mãos, Fábio deve passar a faca em muitos postos de trabalho e reduzir a Abril numa empresa considerada "enxuta" e "ágil" sob o ponto de vista do mercado financeiro.
Funcionários demitidos tentaram acionar o Ministério Público pedindo a reintegração deles ao trabalho. Eles fizeram manifestações denunciando o calote e as demissões. No entanto, tudo indica que a Justiça, favorável aos banqueiros, não acatará a ação e permitirá a continuidade da reestruturação empresarial do Grupo Abril.
A propósito, a revista Superinteressante com Chico Xavier ainda está nas bancas. Apesar de encalhada e há muito tempo lançada nas bancas, a revista continua no mercado, com o rosto do grande deturpador do Espiritismo tentando exercer fascinação obsessiva nos transeuntes. Coitados!
Comentários
Postar um comentário