Pular para o conteúdo principal

Por que tanto medo em saber dos escândalos de Chico Xavier?



Presos em velhos paradigmas de 40, 80 anos, trazidos por um sistema de valores ultraconservador, os adeptos de Francisco Cândido Xavier, o maior deturpador do Espiritismo, fogem de medo de páginas esclarecedoras, que as convidam a fugir da ilusão das paixões religiosas que envolvem o endeusamento, mais ou menos assumido, ao "médium" brasileiro.

É um medo descomunal, embora ele seja expresso de diversas formas. No caso dos "isentões espíritas", ele se manifesta com desvarios intelectualoides trazidos pela mania de tentar justificar tudo "imparcialmente", à maneira de certos bolsomínions com mania de se acharem com razão até quando comentam aquilo que não conseguem entender.

Claro que foram cerca de 40, 45 anos desde que Chico Xavier foi contemplado pelo "método Malcolm Muggeridge" de fabricação de santidade. O "método Muggeridge" é aquela propaganda, com roteiro que lembra dramalhão de novela, no qual se produzem pretensos exemplos de bondade e caridade para o consumo emocional da catarse coletiva.

É uma propaganda enganosa, porém habilidosa, que transforma determinadas figuras religiosas em pretensos santos, com biografias "enxugadas", que excluem ou minimizam aspectos bastante polêmicos. Na Grã-Bretanha, o jornalista inglês Malcolm Muggeridge "fabricou" o mito de Madre Teresa de Calcutá, desde 1969. Cerca de dez anos depois, a Rede Globo importou o mesmo método para promover o mito de Chico Xavier.

E aí as pessoas se acostumam. Foram anos e anos com aquele bombardeio de falácias - neste caso, podemos dizer que o publicitário nazista Josef Göebbels foi perversamente genial, ao dizer que "uma mentira veiculada mil vezes se torna verdade" - e as pessoas foram acreditar numa "caridade" inexistente, sem resultados sociais profundos e que o maior beneficiado é o suposto benfeitor, alvo de adoração que nunca é à altura dos benefícios aos necessitados, estes bastante medíocres e, quando muito, pontuais.

As pessoas chegam ao ponto de dizer que os necessitados são apenas "um detalhe". Focalizam a "filantropia" pelo suposto idealizador e não pela ação praticada. Até mesmo quando se fala da "ação" o foco está sempre no "benfeitor". E isso faz com que a idolatria religiosa vire um ciclo vicioso, porque até diante dos resultados ínfimos se tenta defender o "benfeitor", que, por mais privilegiado e grandiloquente que pareça, supostamente "encontrou dificuldades" para "ajudar mais" os humildes.

Os quadros "assistenciais" de Luciano Huck, considerados bastante tendenciosos e de valor discutível, esclarecem um pouco o mito de "filantropia" que tanto se associa a Chico Xavier, que nunca fez de Uberaba uma cidade grandiosa, quanto mais o resto do Brasil. Uberaba pode não ter se tornado uma cidade miserável, mas ela se equipara ao nível mediano de cidades como Jundiaí e Sorocaba, no interior de São Paulo.

Isto é, se a suposta caridade de Chico Xavier valesse, com base na grandeza que se supõe do "médium", Uberaba teria alcançado níveis escandinavos de vida, tendo alcançado elevados índices de desenvolvimento humano. Isso não aconteceu. Pelo contrário, em 2010, ano do centenário do "médium", Uberaba "ganhou de presente" uma queda de 106 posições em Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, caindo de 104ª para 210ª colocação.

ESCÂNDALOS DE ARREPIAR

Os escândalos de Chico Xavier são de arrepiar, que parecem "contos da Kripta". O livro Parnaso de Além-Túmulo, de 1932, apresenta indícios claros de que nunca passou de uma farsa, sendo remendado cinco vezes, sofreu revisão de terceiros - como Antônio Wantuil de Freitas, Manuel Quintão e Luís da Costa Porto Carreiro Neto, todos da FEB - e seus poemas e prosas estão claramente aquém das obras originais atribuídas aos poetas mortos.

Devemos deixar claros que os parditários de Chico Xavier apostam sempre na tese de que suas obras "psicográficas" são "verdadeiras" porque apresentam alguma semelhança com as obras originais dos autores alegados.

Isso é um grande engano. A questão não é que uma obra seja "verdadeira" porque lembra a original. O conceito de "falso" afirma que a intenção da falsificação é imitar o verdadeiro e o autêntico. Por isso é que a ideia de falso deve se levar em conta que as semelhanças não definem autenticidade, mas aspectos que não comprometam a natureza original que inspirou a réplica.

Se bem que as semelhanças que são tão alardeadas nas "psicografias" de Chico Xavier se tornam raras ou até nulas quando os autores alegados são menos manjados. Autores como Castro Alves soam bastante paródicos, mas, no caso de Auta de Souza, o estilo original desaparece por completo. No caso de Olavo Bilac e Humberto de Campos, os estilos soam paródicos e fogem muito da essência e da peculiaridade original de cada autor.

Temos que chamar a atenção das pessoas que esses aspectos negativos que comprometem Chico Xavier são muito fartos de provas. Nos casos das supostas psicografias, uma coleção espantosa de irregularidades deveria pôr xeque-mate na reputação de Chico Xavier, mas as paixões religiosas fizeram muitos ficarem com medo, e jogam a sujeira debaixo do tapete, usando o discurso de que "temos que deixar tudo em aberto".

É aquela desculpa: usar a tese do "mistério da fé" para acobertar provas irrefutáveis. É como se quisessem apostar em teses absurdas sobre por que as assinaturas "espirituais" mudam completamente e por que os estilos deixam de ser os mesmos. A ideia de recusar a obviedade do "2+2=4" sob a desculpa de que, para chegar a 4, só devem ser aceitas equações matemáticas bastante complicadas, é defendida pelos partidários de Chico Xavier.

PERDÃO NÃO É PERMISSIVIDADE

Diante das severas críticas e das denúncias fartas de provas contra Chico Xavier, que o colocam como um dos maiores charlatães do Brasil, os seus partidários choramingam, de maneira copiosa, dizendo, aos gritos desesperados: "Isso é falta de perdão, de misericórdia! Valei, me, Deus, do calvário montado contra nosso amado Chico".

É um espetáculo de muito vitimismo. O problema é que as pessoas confundem perdão com a ideia de permissividade, distorcendo a frase que Jesus Cristo teria dito a uma adúltera: "Vá e não peque mais", num episódio controverso, que, dizem, foi inventado na Idade Média (que inventou também o célebre "julgamento" de Jesus por Pôncio Pilatos).

Primeiro, porque denunciar a desonestidade não tem a ver com ódios nem vinganças. Tem a ver com o fato de que não se pode deixar que o desonesto se livre das consequências funestas de seus atos. E Chico Xavier cometeu tantos erros gravíssimos - como deturpador, ele personifica, para desespero de seus seguidores, o "inimigo interno do Espiritismo" previsto muito antes por Allan Kardec - que, pasmem, são fartos de provas, que defini-lo como desonesto não é calúnia, é verdade.

Segundo, porque a própria obra kardeciana recomenda que denunciar farsantes é caridade, fosse ele quem fosse, tenha ele o prestígio que for. Se Chico Xavier cometeu irregularidades, que foram erros de extrema gravidade, porque envolvem crimes de responsabilidade, não podemos fingir que são errinhos pequenos, que merecem o "perdão" no sentido da permissividade, e mantermos no pedestal mesmo "admitindo" que ele "era imperfeito e humilde".

Mascarar o endeusamento a Chico Xavier com alegações de que ele "era humilde e imperfeito" só fazem piorar as coisas. E se os seguidores de Chico Xavier estão com muito medo e fogem dos textos que denunciam suas irregularidades, como o caráter fake de suas "psicografias" (com provas contundentes, vale lembrar mais uma vez) e seu reacionarismo com apetite bolsomínion (vejam o Pinga Fogo da TV Tupi e confiram), as denúncias reaparecerão em outras fontes.

É bom "jair" se acostumando: Chico Xavier associado ao bolsonarismo, o fracasso de Parnaso de Além-Túmulo, o reconhecimento da farsa ofensiva à memória de Humberto de Campos, a aceitação do "médium" de Pedro Leopoldo como "inimigo interno do Espiritismo". Mais e mais denúncias vão reaparecer, em fontes que antes o blindavam, porque a verdade dos fatos aparecerá de uma forma ou de outra, desafiando pensamentos desejosos e paixões religiosas aqui e ali.

O medo, com intensidades de deixarem preocupados os estudiosos em Psicologia e Psicanálise, dos seguidores de Chico Xavier, os faz fugirem da verdade dos fatos e correrem para os quartos, aos prantos, rezando novenas intermináveis para manter o "médium" na fantasiosa e agradável imagem montada durante décadas por pessoas oportunistas que vão de Antônio Wantuil de Freitas a Roberto Marinho, passando pela importação do "método Malcolm Muggeridge" de "fabricar santos".

Afinal, a mentira tem perna curta e, um dia, mais fontes vão mostrar as irregularidades de Chico Xavier. Não se pode culpar o faxineiro pela sujeira que ele mostra. Tem que se dar culpa àquele que acumulou e produziu essa sujeira, por mais prestigiado que ele seja. E isso mostra o quanto a religião serve de capa para acobertar a desonestidade, como se o que é desonesto aqui fosse "honesto" no mundo espiritual. Se assim fosse, o além-túmulo seria uma grande bagunça.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Padre Quevedo: A farsa de Chico Xavier

Esse instigante texto é leitura obrigatória para quem quer saber das artimanhas de um grande deturpador do Espiritismo francês, e que se promoveu através de farsas "mediúnicas" que demonstram uma série de irregularidades. Publicamos aqui em memória ao parapsicólogo Padre Oscar Quevedo, que morreu hoje, aos 89 anos. Para quem é amigo da lógica e do bom senso, lerá este texto até o fim, nem que seja preciso imprimi-lo para lê-lo aos poucos. Mas quem está movido por paixões religiosas e ainda sente fascinação obsessiva por Chico Xavier, vai evitar este texto chorando copiosamente ou mordendo os beiços de raiva. A farsa de Chico Xavier Por Padre Quevedo Francisco Cândido Xavier (1910-2002), mais conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer sistematicamente como “médium” espiritista psicógrafo à idade de 17 anos no Centro Espírita de Pedro Leopoldo, sua cidade natal. # Durante as últimas sete décadas foi sem dúvidas e cada vez mais uma figura muitíssimo famosa. E a

Falsas psicografias de roqueiros: Cazuza

Hoje faz 25 anos que Cazuza faleceu. O ex-vocalista do Barão Vermelho, ícone do Rock Brasil e da MPB verdadeira em geral (não aquela "verdadeira MPB" que lota plateias com facilidade, aparece no Domingão do Faustão e toca nas horrendas FMs "populares" da vida), deixou uma trajetória marcada pela personalidade boêmia e pela poesia simples e fortemente expressiva. E, é claro, como o "espiritismo" é marcado por supostos médiuns que nada têm de intermediários, porque se tornam os centros das atenções e os mais famosos deles, como Chico Xavier e Divaldo Franco, tentaram compensar a mediunidade irregular tentando se passar por pretensos pensadores, eventualmente tentando tirar uma casquinha com os finados do além. E aí, volta e meia os "médiuns" que se acham "donos dos mortos" vêm com mensagens atribuídas a este ou aquele famoso que, por suas irregularidades em relação à natureza pessoal de cada falecido, eles tentam dar uma de bonzinh

Chico Xavier apoiou a ditadura e fez fraudes literárias. E daí?

Vamos parar com o medo e a negação da comparação de Chico Xavier com Jair Bolsonaro. Ambos são produtos de um mesmo inconsciente psicológico conservador, de um mesmo pano de fundo ao mesmo tempo moralista e imoral, e os dois nunca passaram de dois lados de uma mesma moeda. Podem "jair" se acostumando com a comparação entre o "médium cândido" e o "capitão messias". O livro O Médico e o Monstro (Dr. Jekyll & Mr. Hyde) , de Robert Louis Stevenson, explica muito esse aparente contraste, que muitas vezes escapa ao maniqueísmo fácil. É simples dizer que Francisco Cândido Xavier era o símbolo de "amor" e Jair Bolsonaro é o símbolo do "ódio". Mas há episódios de Chico Xavier que são tipicamente Jair Bolsonaro e vice-versa. E Chico Xavier acusando pessoas humildes de terem sido romanos sanguinários, sem a menor fundamentação? E o "bondoso médium" chamando de "bobagem da grossa" a dúvida que amigos de Jair Presente

"Mediunidade" de Chico Xavier não passou de alucinação

  Uma matéria da revista Realidade, de novembro de 1971, dedicada a Francisco Cândido Xavier, mostrava inúmeros pontos duvidosos de sua trajetória "mediúnica", incluindo um trote feito pelo repórter José Hamilton Ribeiro - o mesmo que, ultimamente, faz matérias para o Globo Rural, da Rede Globo - , incluindo uma idosa doente, mas ainda viva, que havia sido dada como "morta" (ela só morreu depois da suposta psicografia e, nem por isso, seu espírito se apressou a mandar mensagem) e um fictício espírito de um paulista. Embora a matéria passasse pano nos projetos assistencialistas de Chico Xavier e alegasse que sua presença era tão agradável que "ninguém queria largar ele", uma menção "positiva" do perigoso processo do "bombardeio de amor" ( love bombing ), a matéria punha em xeque a "mediunidade" dele, e aqui mostramos um texto que enfatiza um exame médico que constatou que esse dom era falso. Os chiquistas alegaram que outros ex

O grande medo de Chico Xavier em ver Lula governando o país

Um bom aviso a ser dado para os esquerdistas que insistem em adorar Francisco Cândido Xavier é que o "médium" teve um enorme pavor em ver Luís Inácio Lula da Silva presidindo o Brasil. É sabido que o "médium" apoiou o rival Fernando Collor de Mello e o recebeu em sua casa. A declaração foi dada por Carlos Baccelli, em citação no artigo do jurista Liberato Póvoas ,  e surpreende a todos ao ver o "médium" adotando uma postura que parecia típica nas declarações da atriz Regina Duarte. Mas quem não se prende à imagem mitificada e fantasiosa do "médium", vigente nos últimos 40 anos com alegações de suposto progressismo e ecumenismo, verá que isso é uma dolorosa verdade. Chico Xavier foi uma das figuras mais conservadoras que existiu no país. Das mais radicais, é bom lembrar muito bem. E isso nenhum pensamento desejoso pode relativizar ou negar tal hipótese, porque tal forma de pensar sempre se sustentará com ideias vagas e devaneios bastante agr

URGENTE! Divaldo Franco NÃO psicografou coisa alguma em toda sua vida!

Estamos diante da grande farsa que se tornou o Espiritismo no Brasil, empastelado pelos deturpadores brasileiros que cometeram traições graves ao trabalhoso legado de Allan Kardec, que suou muito para trazer para o mundo novos conhecimentos que, manipulados por espertos usurpadores, se reduziram a uma bagunça, a um engodo que mistura valores místicos, moralismo conservador e muitas e muitas mentiras e safadezas. É doloroso dizer isso, mas os fatos confirmam. Vemos um falso Humberto de Campos, suposto espírito que "voltou" pelos livros de Francisco Cândido Xavier de forma bem diferente do autor original, mais parecendo um sacerdote medieval metido a evangelista do que um membro da Academia Brasileira de Letras. Poucos conseguem admitir que essa usurpação, que custou um processo judicial que a seletividade de nossa Justiça, que sempre absolve os privilegiados da grana, do poder ou da fé, encerrou na impunidade a Chico Xavier e à FEB, se deu porque o "médium" mi

Carlos Baccelli era obsediado? Faz parte do vale-tudo do "espiritismo" brasileiro

Um episódio que fez o "médium" Carlos Bacelli (ou Carlos Baccelli) se tornar quase uma persona non grata  de setores do "movimento espírita" foi uma fase em que ele, parceiro de Francisco Cândido Xavier na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, estava sendo tomado de um processo obsessivo no qual o obrigou a cancelar a referida parceria com o beato medieval de Pedro Leopoldo. Vamos reproduzir aqui um trecho sobre esse rompimento, do blog Questão Espírita , de autoria de Jorge Rizzini, que conta com pontos bastante incoerentes - como acusar Baccelli de trazer ideias contrárias a Allan Kardec, como se Chico Xavier não tivesse feito isso - , mas que, de certa forma, explicam um pouco do porquê desse rompimento: Li com a maior atenção os disparates contidos nas mais recentes obras do médium Carlos A. Bacelli. Os textos, da primeira à última página, são mais uma prova de que ele está com os parafusos mentais desatarraxados. Continua vítima de um processo obsessi

As falsas psicografias

Infelizmente, ninguém conhece o que é mediunidade no Brasil. Para piorar, as pessoas aceitam esse desconhecimento, achando que tudo é verídico porque é misterioso, uma coisa inversa e radicalmente oposta ao que se ocorre na vida cotidiana. Isso é grave, porque, no "espiritismo" feito no Brasil, aceita-se tudo sem verificar. E quando se pede para verificar, há quem finja cumprir os mais rígidos procedimentos para garantir veracidade das supostas mensagens espirituais. Não se exige Inmetro, nem qualquer outro recurso de controle e verificação, e um caso típico da credulidade das pessoas corresponde às chamadas cartas "psicografadas", verdadeiros embustes que só fazem explorar e expor ao público as tristezas que as famílias poderiam viver na privacidade e sob assistência de pessoas com menor interesse oportunista possível. O que se observa é que são pessoas escrevendo, com velocidade "industrial", mensagens apócrifas que têm a mesma caligrafia. São m

Caso João de Deus é apenas a ponta do iceberg de escândalos ainda piores

A FAMIGLIA "ESPÍRITA" UNIDA. Hoje o "médium" e latifundiário João Teixeira de Faria, o João de Deus, se entregou à polícia de Goiás, a pedido do Ministério Público local e da Polícia Civil. Ele é acusado de assediar sexualmente mais de 300 mulheres e de ocultar um patrimônio financeiro que o faz um dos homens mais ricos do Estado. João nega as acusações de assédio, mas provas indicam que eles ocorreram desde 1983. Embora os adeptos do "espiritismo" brasileiro façam o possível para minimizar o caso, ele é, certamente, a ponta do iceberg de escândalos ainda piores que podem acontecer, que farão, entre outras coisas, descobrir as fraudes em torno de atividades supostamente mediúnicas, que, embora com fortes indícios de irregularidades, são oficialmente legitimadas por parecerem "agradáveis" e "edificantes" para o leitor brasileiro médio. O caso João de Deus é apenas o começo, embora ele não tenha sido o único escândalo. Outro

Chico Xavier causou confusão mental em muitos brasileiros

OS DOIS ARRIVISTAS. Por que muitos brasileiros são estupidamente reacionários? Por que há uma forte resignação para aceitar as mortes de grandes gênios da Ciência e das Artes, mas há um medo extremo de ver um feminicida morrer? Por que vários brasileiros passaram a defender o fim de seus próprios direitos? Por que as convicções pessoais prevalecem sobre a busca pela lógica dos fatos? O Brasil tornou-se um país louco, ensandecido, preso em fantasias e delírios moralistas, vulnerável a paixões religiosas e apegado a padrões hierárquicos que nem sempre são funcionais ou eficientes. O país sul-americano virou chacota do resto do mundo, não necessariamente porque o Primeiro Mundo ou outros países não vivem problemas de extrema gravidade, como o terrorismo e a ascensão da extrema-direita, mas porque os brasileiros permitem que ocorram retrocessos de maneira mais servil. Temos sérios problemas que vão desde saber o que realmente queremos para nossa Política e Economia até nossos apego