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"Médium" curandeiro recorre à Medicina da Terra. Ahn?


Depois os "espíritas" vão na Internet e capricham na sua tão alardeada "fidelidade" a Allan Kardec. Semanas atrás, o "médium" curandeirista João Teixeira de Faria, o João de Deus, se internou no Hospital Sírio-Libanês, um dos mais sofisticados do Brasil, para fazer uma cirurgia.

O motivo não foi diagnosticado oficialmente e houve rumores de que ele foi se tratar de um câncer. Revelou-se que ele sofria de um sério problema digestivo. Ele havia feito um implante nas artérias há dois anos.

Meses atrás, ele foi citado em uma edição do Profissão Repórter sobre "mediunidade" (claro, feito sob o ponto de vista dos chiquistas, que ditam o que "deve ser" a Doutrina Espírita no Brasil). Ele realiza atividades em um "centro espírita", a Casa Dom Inácio de Loyola (observem o nome católico), no município de Abadiânia, em Goiás, de 15 mil habitantes e a 79 km de Goiânia.

O "centro" atende cerca de três mil pessoas por sessão. Ele supostamente realiza cirurgias espirituais com instrumentos cortantes rudimentares, e, como de praxe nas supostas atividades desse gênero (popularizadas por Zé Arigó, o primeiro a receber o "Dr. Fritz"), sem muito cuidado com a higiene. João alegou ter "ressuscitado" um homem que faleceu quatro horas antes.

Ele alcançou fama internacional, atendendo celebridades como a atriz Shirley MacLaine e sendo entrevistado certa vez pela hoje aposentada apresentadora de TV, Oprah Winfrey. Ele também atendeu o publicitário Nizan Guanaes, o ator Reinaldo Gianecchini e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No exterior, é apelidado de John of God.

No entanto, diversos aspectos estranhos rondam a vida de João de Deus. Ele, que oficialmente nunca cobra um tostão para seus clientes, chega a cobrar R$ 50 por um único remédio, uma caixa de 175 comprimidos de passiflora que lhe garante cerca de meio milhão de reais por mês.

Por outro lado, ele, quando visitou a Austrália, para realizar palestras e amostras de "curas" em um pavilhão do Parque Olímpico de Sidney, e cobrou R$ 711 para ver cada sessão de curas e R$ 795 para assistir a todo o evento com ele.

Investigações constataram que ele tem quatro fazendas e uma farmácia, que administra com a mulher e um caseiro. João de Deus é muito rico para uma figura que quer se passar por "humilde". Uma das fazendas tem a área de 18 vezes o Parque do Ibirapuera, cerca de 597 alqueires, e está avaliada em cerca de R$ 2 milhões.

É estarrecedor que João de Deus, um dos "mais conceituados" paranormais de curas ditas espirituais, tenha que recorrer à Medicina da Terra para uma cirurgia. Há tanta convicção dos "espíritas", tão perfeitos eles, em defender tudo que fazem, sobretudo as cirurgias "mediúnicas", que pela sua "simplicidade" são feitas com os métodos rudimentares que "conhecemos".

Por que João de Deus não se recolheu e foi fazer ele mesmo uma cirurgia espiritual? Por que ele não chamou um assistente e os dois fizessem a cirurgia apenas com a ajuda dos "médicos do além"? Ou então por que não buscou a auto-cura nos "santos" livros de Chico Xavier e Emmanuel, já que os "espíritas" tanto afirmam serem tais publicações "bálsamos de amor e renovação"?

Isso mostra o quanto o "espiritismo" se contradiz e, quando a situação pesa num momento, seus seguidores e líderes recuam. Tentam dizer que "não se deve abandonar os tratamentos médicos da Terra", porque admitem que suas habilidades "ilimitadas" têm limites.

E aí eles tentam nos fazer acreditar que são perfeitos com suas imperfeições, que depois que seus líderes desencarnam, eles vão para o céu ou se tornam nossos anjinhos na Terra (como o médico dr. Adolfo Bezerra de Menezes). Só que o "buraco" é mais embaixo e, para quem acredita na existência do umbral, os "espíritas" fazem seu umbral por trás de suas atividades e ideias.

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