Pular para o conteúdo principal

Direitismo de Chico Xavier é bem pior do que Divaldo Franco



Hoje em dia fala-se que Divaldo Franco é um "médium de direita". O suposto médium não escondeu suas posições ultraconservadoras, apoiando a "farinata" de João Dória Jr. - que foi descartada depois de um escândalo que envolveu até mortes por intoxicação alimentar no interior de São Paulo - , apoiando a Operação Lava Jato, exaltando o hoje ministro bolsonarista Sérgio Moro, e afirmando que considerava Jair Bolsonaro "uma esperança para o Brasil".

A postura escandalizou o "meio espírita", que logo se apressou a arrumar uma desculpa, dizendo que o que Divaldo disse são "meras opiniões pessoais" sem aplicação doutrinária, ou seja, sem relação com o "espiritismo" brasileiro. Só que essa desculpa não passa de balela.

O "espiritismo" brasileiro, diferente do francês (de Allan Kardec), sempre foi conservador até a medula. Seu moralismo é punitivista, seus princípios, medievais, suas práticas, bastante ortodoxas. Muitos renegam essa realidade, mas também as seitas neopentecostais se apresentavam como "modernas" e deu no que deu: um reacionarismo medieval e terraplanista.

O "espiritismo" brasileiro é tão conservador que a antiga rivalidade entre "espíritas" e neopentecostais se dissolveu com o tempo. Hoje o "espiritismo" brasileiro e seitas como a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Mundial do Poder de Deus e a Igreja Batista da Lagoinha estão muito próximos em princípios, valores e essências. Seus representantes no Congresso Nacional votam juntos em quase tudo. As energias de Francisco Cândido Xavier protegem mais Guilherme de Pádua do que toda a "esquerda paz e bem" junta.

Pois Chico Xavier sempre levou às últimas consequências o direitismo que o brasileiro médio, em relação ao "espiritismo", associa apenas a Divaldo Franco, João de Deus, Robson Pinheiro e Carlos Vereza ou, se é mais adentrado na religião, Carlos Baccelli. Mas Chico Xavier abriu precedente para esse pessoal todo e seu reacionarismo era muito mais extremo e radical do que muitos pensam.

Houve gente de esquerda que, precipitadamente, classificou Chico Xavier de "marxista" só porque ouviu rumores sobre sua suposta caridade (que nunca passou de ostentosas amostras de mero Assistencialismo, um "espetáculo de filantropia" que quase nada faz pelos necessitados).

Se um esquerdista despejou essa inverdade de "esquerdizar" o "médium" porque, ex-evangélico, sentia raiva por Edir Macedo, Silas Malafaia e companhia, e queria criar um contraste, à maneira das galinhas que, revoltadas com os patos, manifestam apreço às raposas, esse intelectual progressista, muito bom em outras abordagens, cometeu, neste caso, um grave equívoco. E Chico Xavier se sentiria ofendido ao ser definido como "marxista".

O direitismo de Chico Xavier é gravíssimo. Tem todos os aspectos que estão presentes no pensamento reacionário de Divaldo Franco, que nos últimos anos deu como passado o rompimento com seu antecessor e, ultimamente, está mais do que identificado com o pensamento do mineiro. É verdade que, no fundo, as obras de Divaldo Franco, revelam que seu conservadorismo tem aplicação doutrinária, mas as de Chico Xavier são bem mais escancaradas nesse sentido.

Chico Xavier demonstrou seu direitismo convicto em várias ocasiões. Temos uma postagem mostrando as principais provas disso. É um direitismo com aplicação doutrinária, fundamentada na Teologia do Sofrimento, que levava o medievalismo católico ao mais extremo dos extremos.

Como Chico Xavier faleceu em 2002, muitos não conseguem entender seu reacionarismo, ficam surpresos com tais posturas e ficam inventando pensamento desejoso criando falsos condicionantes, porque estão mais acostumados à imagem adocicada do "médium", submissa aos devaneios de seus seguidores, do que a imagem realista que soa desagradável para seus seguidores e simpatizantes (mesmo os "mais distanciados e isentos").

Tratam Chico Xavier como uma massa de modelar, sob a desculpa da "liberdade da fé" que, embora exaltasse a paz e a conciliação, permite que os adeptos do "médium" briguem de maneira permanente com os fatos, fazendo-os a escrever, nas redes sociais ou até em blogs, textos psicóticos ou esquizofrênicos em defesa do seu ídolo, caprichando no verniz intelectual com a arrogância de insanos que se fantasiam de Napoleão.

Mas a liberdade da fé não autoriza que se brigue com a realidade, porque, mesmo submetendo a narrativa oficial para ideias agradáveis, em um momento ou em outro há a decepção, que cada vez que é negada volta com mais força. Por ironia, é como diz um provérbio marxista: "Quando a verdade é expulsa pela porta, ela volta pela janela". E volta mais devastadora.

Lendo os textos de Chico Xavier, inclusive os livros por ele publicados, nota-se que o reacionarismo está sempre ali. Com aplicação doutrinária e tudo. E, além do mais, não dá para acusar os "autores espirituais" por isso - foi uma vergonhosa gafe tentar tirar Chico Xavier da associação com o roustanguismo, presente no pensamento do mineiro - , porque os próprios chiquistas acreditam que o "médium" concorda com tudo que é creditado a toda "autoria do além-túmulo".

Além disso, Chico Xavier, no momento mais difícil vivido pelos brasileiros, a época do AI-5, preferiu ficar ao lado dos opressores. Sim, o chamado "médium dos pés descalços", aceitou até ser homenageado pela Escola Superior de Guerra, "laboratório" que concebeu a ditadura militar.

E se a Escola Superior de Guerra decidiu homenagear Chico Xavier, é porque o "médium" prestou uma valiosa contribuição para o regime. Ninguém homenageia alguém por contragosto, a homenagem é sempre indício de alguma contribuição muitíssimo influente, o que significa que o "maravilhoso Chico" sempre esteve ao lado da ditadura militar.

Além disso, só um desinformado ou um desmiolado é que ignora ou renega que Chico Xavier armou aquele circo de "cartas mediúnicas" como forma de distrair o povo pobre sob o objetivo de manter a ditadura militar e impedir a redemocratização. Era um espetáculo sensacionalista, que combinava catarse e anestesia mental, além das "cartas" serem forjadas a partir de leitura fria e consultas de material impresso.

Essa "maior caridade de Chico Xavier", as tais "cartas consoladoras", têm um fundo semiológico bastante traiçoeiro. Além de buscar consolar as pessoas de que "o Brasil vive numa ditadura, mas temos a mão carinhosa de Chico Xavier", a ideia de que "depois da morte, a vida fica melhor" é subliminar, pois sugere que "se as mortes prematuras das pessoas comuns é uma coisa boa, as mortes das vítimas da repressão ditatorial são melhores ainda".

Ou seja, se o fulaninho calouro da faculdade morre num acidente de carro, às vésperas de completar seu primeiro ano letivo (dois semestres), e ele, segundo Chico Xavier, "encontrou a felicidade" no "outro lado da vida", isso significa que o Vladimir Herzog que morreu enforcado pelos militares "encontrou o paraíso", vivendo "na sua bem-aventurança como jornalista do além-túmulo".

E isso quando as pessoas são convidadas a acreditar que se devia aceitar a ditadura militar, calado e sem queixumes, porque no momento mais difícil havia a "força consoladora" de Chico Xavier. Esse esforço de evitar a redemocratização (que não deu certo, como mostra a História), através da figura anestesiante do "médium pacificador", demonstra o quanto Chico Xavier foi um decisivo, convicto e irredutível colaborador da ditadura militar.

Chico Xavier era um direitista tão convicto, apesar de usar mensagens melífluas. Era uma espécie de "AI-5 do bem". Imaginamos que, se ele vivesse hoje e fosse assessor de imprensa de Jair Bolsonaro, o "médium" seria aceito pelas esquerdas ingênuas, que acolheriam toda a pauta retrógrada que impulsiona os protestos de trabalhadores e movimentos sociais. A ingenuidade das esquerdas "bolsonarizaria", sem querer, suas agendas, ao acolher a pauta ultraconservadora de Chico Xavier. Chiquismo e bolsonarismo são, praticamente, a mesma coisa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Padre Quevedo: A farsa de Chico Xavier

Esse instigante texto é leitura obrigatória para quem quer saber das artimanhas de um grande deturpador do Espiritismo francês, e que se promoveu através de farsas "mediúnicas" que demonstram uma série de irregularidades. Publicamos aqui em memória ao parapsicólogo Padre Oscar Quevedo, que morreu hoje, aos 89 anos. Para quem é amigo da lógica e do bom senso, lerá este texto até o fim, nem que seja preciso imprimi-lo para lê-lo aos poucos. Mas quem está movido por paixões religiosas e ainda sente fascinação obsessiva por Chico Xavier, vai evitar este texto chorando copiosamente ou mordendo os beiços de raiva. A farsa de Chico Xavier Por Padre Quevedo Francisco Cândido Xavier (1910-2002), mais conhecido como “Chico Xavier”, começou a exercer sistematicamente como “médium” espiritista psicógrafo à idade de 17 anos no Centro Espírita de Pedro Leopoldo, sua cidade natal. # Durante as últimas sete décadas foi sem dúvidas e cada vez mais uma figura muitíssimo famosa. E a...

Chico Xavier apoiou a ditadura e fez fraudes literárias. E daí?

Vamos parar com o medo e a negação da comparação de Chico Xavier com Jair Bolsonaro. Ambos são produtos de um mesmo inconsciente psicológico conservador, de um mesmo pano de fundo ao mesmo tempo moralista e imoral, e os dois nunca passaram de dois lados de uma mesma moeda. Podem "jair" se acostumando com a comparação entre o "médium cândido" e o "capitão messias". O livro O Médico e o Monstro (Dr. Jekyll & Mr. Hyde) , de Robert Louis Stevenson, explica muito esse aparente contraste, que muitas vezes escapa ao maniqueísmo fácil. É simples dizer que Francisco Cândido Xavier era o símbolo de "amor" e Jair Bolsonaro é o símbolo do "ódio". Mas há episódios de Chico Xavier que são tipicamente Jair Bolsonaro e vice-versa. E Chico Xavier acusando pessoas humildes de terem sido romanos sanguinários, sem a menor fundamentação? E o "bondoso médium" chamando de "bobagem da grossa" a dúvida que amigos de Jair Presente ...

O grande medo de Chico Xavier em ver Lula governando o país

Um bom aviso a ser dado para os esquerdistas que insistem em adorar Francisco Cândido Xavier é que o "médium" teve um enorme pavor em ver Luís Inácio Lula da Silva presidindo o Brasil. É sabido que o "médium" apoiou o rival Fernando Collor de Mello e o recebeu em sua casa. A declaração foi dada por Carlos Baccelli, em citação no artigo do jurista Liberato Póvoas ,  e surpreende a todos ao ver o "médium" adotando uma postura que parecia típica nas declarações da atriz Regina Duarte. Mas quem não se prende à imagem mitificada e fantasiosa do "médium", vigente nos últimos 40 anos com alegações de suposto progressismo e ecumenismo, verá que isso é uma dolorosa verdade. Chico Xavier foi uma das figuras mais conservadoras que existiu no país. Das mais radicais, é bom lembrar muito bem. E isso nenhum pensamento desejoso pode relativizar ou negar tal hipótese, porque tal forma de pensar sempre se sustentará com ideias vagas e devaneios bastante agr...

"Mediunidade" de Chico Xavier não passou de alucinação

  Uma matéria da revista Realidade, de novembro de 1971, dedicada a Francisco Cândido Xavier, mostrava inúmeros pontos duvidosos de sua trajetória "mediúnica", incluindo um trote feito pelo repórter José Hamilton Ribeiro - o mesmo que, ultimamente, faz matérias para o Globo Rural, da Rede Globo - , incluindo uma idosa doente, mas ainda viva, que havia sido dada como "morta" (ela só morreu depois da suposta psicografia e, nem por isso, seu espírito se apressou a mandar mensagem) e um fictício espírito de um paulista. Embora a matéria passasse pano nos projetos assistencialistas de Chico Xavier e alegasse que sua presença era tão agradável que "ninguém queria largar ele", uma menção "positiva" do perigoso processo do "bombardeio de amor" ( love bombing ), a matéria punha em xeque a "mediunidade" dele, e aqui mostramos um texto que enfatiza um exame médico que constatou que esse dom era falso. Os chiquistas alegaram que outros ex...

Falsas psicografias de roqueiros: Raul Seixas

Vivo, Raul Seixas era discriminado pelo mercado e pela sociedade moralista. Morto, é glorificado pelos mesmos que o discriminaram. Tantos oportunistas se cercaram diante da imagem do roqueiro morto e fingiram que sempre gostaram dele, usando-o em causa própria. Em relação ao legado que Raul Seixas deixou, vemos "sertanejos" e axézeiros, além de "pop-roqueiros" de quinta categoria, voltando-se para o cadáver do cantor baiano como urubus voando em cima de carniças. Todo mundo tirando uma casquinha, usurpando, em causa própria, o prestígio e a credibilidade de Raulzito. No "espiritismo" não seria diferente. Um suposto médium, Nelson Moraes, foi construir uma "psicografia" de Raul Seixas usando o pseudônimo de Zílio, no caso de haver algum problema na Justiça, através de uma imagem estereotipada do roqueiro. Assim, Nelson Moraes, juntando sua formação religiosista, um "espiritismo" que sabemos é mais católico do que espírita, baseo...

Padrão de vida dos brasileiros é muito sem-graça e atrasado para virar referência mundial

Pode parecer uma grande coincidência, a princípio, mas dois fatores podem soar como avisos para a pretensão de uma elite bem nascida no Brasil querer se tornar dominante no mundo, virando referência mundial. Ambos ocorreram no âmbito do ataque terrorista do Hamas na Faixa de Gaza, em Israel. Um fator é que 260 corpos foram encontrados no local onde uma rave  era realizada em Israel, na referida região atingida pelo ataque que causou, pelo menos, mais de duas mil mortes. O festival era o Universo Paralello (isso mesmo, com dois "l"), organizado por brasileiros, que teria entre as atrações o arroz-de-festa Alok. Outro fator é que um dos dois brasileiros mortos encontrados, Ranani Glazer (a outra vitima foi a jovem Bruna Valeanu), tinha como tatuagem a famosa pintura "A Criação de Adão", de Michelangelo, evocando a religiosidade da ligação de Deus com o homem. A mensagem subliminar - lembrando que a tatuagem religiosa não salvou a vida do rapaz - é de que o pretenso pr...

Falsas psicografias de roqueiros: Cazuza

Hoje faz 25 anos que Cazuza faleceu. O ex-vocalista do Barão Vermelho, ícone do Rock Brasil e da MPB verdadeira em geral (não aquela "verdadeira MPB" que lota plateias com facilidade, aparece no Domingão do Faustão e toca nas horrendas FMs "populares" da vida), deixou uma trajetória marcada pela personalidade boêmia e pela poesia simples e fortemente expressiva. E, é claro, como o "espiritismo" é marcado por supostos médiuns que nada têm de intermediários, porque se tornam os centros das atenções e os mais famosos deles, como Chico Xavier e Divaldo Franco, tentaram compensar a mediunidade irregular tentando se passar por pretensos pensadores, eventualmente tentando tirar uma casquinha com os finados do além. E aí, volta e meia os "médiuns" que se acham "donos dos mortos" vêm com mensagens atribuídas a este ou aquele famoso que, por suas irregularidades em relação à natureza pessoal de cada falecido, eles tentam dar uma de bonzinh...

Carlos Baccelli era obsediado? Faz parte do vale-tudo do "espiritismo" brasileiro

Um episódio que fez o "médium" Carlos Bacelli (ou Carlos Baccelli) se tornar quase uma persona non grata  de setores do "movimento espírita" foi uma fase em que ele, parceiro de Francisco Cândido Xavier na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro, estava sendo tomado de um processo obsessivo no qual o obrigou a cancelar a referida parceria com o beato medieval de Pedro Leopoldo. Vamos reproduzir aqui um trecho sobre esse rompimento, do blog Questão Espírita , de autoria de Jorge Rizzini, que conta com pontos bastante incoerentes - como acusar Baccelli de trazer ideias contrárias a Allan Kardec, como se Chico Xavier não tivesse feito isso - , mas que, de certa forma, explicam um pouco do porquê desse rompimento: Li com a maior atenção os disparates contidos nas mais recentes obras do médium Carlos A. Bacelli. Os textos, da primeira à última página, são mais uma prova de que ele está com os parafusos mentais desatarraxados. Continua vítima de um processo obsessi...

Dr. Bezerra de Menezes foi um político do PMDB do seu tempo

O "espiritismo" vive de fantasia, de mitificação e mistificação. E isso faz com que seus personagens sejam vistos mais como mitos do que como humanos. Criam-se até contos de fadas, relatos surreais, narrativas fabulosas e tudo. Realidade, que é bom, nada tem. É isso que faz com que figuras como o médico, militar e político Adolfo Bezerra de Menezes seja visto como um mito, como um personagem de contos de fadas. A biografia que o dr. Bezerra tem oficialmente é parcial e cheia de fantasia, da qual é difícil traçar um perfil mais realista e objetivo sobre sua pessoa. Não há informações realistas e suas atividades são romantizadas. Quase tudo em Bezerra de Menezes é fantasia, conto de fadas. Ele não era humano, mas um anjinho que se fez homem e se transformou no Papai Noel que dava presentinhos para os pobres. Um Papai Noel para o ano inteiro, não somente para o Natal. Difícil encontrar na Internet um perfil de Adolfo Bezerra de Menezes que fosse dotado de realismo, most...

As falsas psicografias

Infelizmente, ninguém conhece o que é mediunidade no Brasil. Para piorar, as pessoas aceitam esse desconhecimento, achando que tudo é verídico porque é misterioso, uma coisa inversa e radicalmente oposta ao que se ocorre na vida cotidiana. Isso é grave, porque, no "espiritismo" feito no Brasil, aceita-se tudo sem verificar. E quando se pede para verificar, há quem finja cumprir os mais rígidos procedimentos para garantir veracidade das supostas mensagens espirituais. Não se exige Inmetro, nem qualquer outro recurso de controle e verificação, e um caso típico da credulidade das pessoas corresponde às chamadas cartas "psicografadas", verdadeiros embustes que só fazem explorar e expor ao público as tristezas que as famílias poderiam viver na privacidade e sob assistência de pessoas com menor interesse oportunista possível. O que se observa é que são pessoas escrevendo, com velocidade "industrial", mensagens apócrifas que têm a mesma caligrafia. São m...